Company of Heroes 3 renova batalhas da Segunda Guerra
Game de estratégia aproveita recursos dos PCs atuais para oferecer combates destruidores
Company of Heroes 3 foi recém-anunciado pela Sega Europe, mas a Relic Entertainment já trabalha no game desde 2019, desenvolvendo novos sistemas de jogo para o retorno triunfal da cultuada série de estratégia ambientada na Segunda Guerra Mundial.
O Terra Game On teve a oportunidade de testar uma versão pré-alfa do jogo, ainda distante do resultado final, que só veremos em 2022, quando Company of Heroes 3 chegar aos computadores. Ainda assim, as cerca de cinco horas de jogo permitiram sentir um gostinho das novidades e até aqui, parece um título bastante promissor.
Estratégia e tática
Os estágios que testei se passam na campanha do Mediterrâneo, mais especificamente na Itália. É possível escolher entre três facções, os exércitos dos EUA, da Inglaterra e os partisans, guerrilheiros italianos que se opõem ao regime e lutam em escaramuças mais táticas do que seus aliados.
O jogo é dividido em dois momentos: primeiro há um grande mapa estratégico que lembra demais os mapas e a interface da série Total War, da Creative Assembly. que também faz parte dos estúdios da Sega Europe, então parece estar tudo em casa. Nesse mapa, o jogador tem uma boa noção do avanço das campanhas e pode posicionar suas tropas para ocupar pontos estratégicos e conter melhor o exército inimigo.
A ação aqui acontece em turnos e é preciso administrar recursos e posicionar unidades aéreas, terrestres e navais, além de construir linhas de suprimentos, mas a semelhança com Total War acaba mais ou menos aí. Não há espaço para diplomacia em Company of Heroes 3 ou tempo para perder com o microgerenciamento das cidades ocupadas. Faz sentido, afinal é a Segunda Guerra Mundial e todos sabemos como as coisas vão acabar - ou não. Segundo a Relic, decisões tomadas no mapa dinâmico da campanha afetam não só as batalhas seguintes, mas a própria história da guerra.
É quando o jogo vai para o campo de batalha que as coisas ficam realmente interessantes e devem agradar em cheio aos fãs de estratégia em tempo real e veteranos de Company of Heroes: os combates lembram os do primeiro jogo, favorito dos fãs, mas com dinâmicas modernas, que aproveitam o hardware dos computadores atuais.
As escaramuças tendem a ser violentas e esquentar rápido. Uma ou duas decisões erradas no posicionamento das tropas e suas unidades vão acabar sob fogo cerrado, alvo de ninhos de metralhadoras e morteiros, ou pior ainda, veículos blindados inimigos. É preciso pensar antes de agir, o que nem sempre é fácil com todos aqueles soldados atirando nas suas pobres unidades! Para ajudar nisso, há um recurso chamado "Full Tactical Pause", parecido com o que rola em Desperados 3 ou Shogun Tactics.
Disponível apenas nos modos para um jogador, o Full Tactical Pause oferece ao jogador um certo grau de controle sobre o ritmo no campo de batalha. Ao congelar a ação, o jgoador é capaz de coordenar todas as suas ações de uma vez, pensando em cada movimento em detalhes, sem a pressão de fazer tudo em tempo real com os inimigos atrapalhando cada passo.
Claro, todo plano é perfeito mas não sobrevive ao primeiro contato com os inimigos, então assim que a ação recomeça, é preciso ficar esperto para distribuir novos comandos e se adaptar aos acontecimentos.
Cenário destrutível
Uma das coisas mais legais nas batalhas de Company of Heroes 3 são os cenários destrutíveis, com prédios e outras estruturas que sofrem dano, explodem e se despedaçam durante as batalhas.
Não são apenas adereços cosméticos muito bacanas: é possível derrubar paredes e destruir as defesas do inimigo, obrigando suas tropas a se deslocarem para não ficarem exposas aos disparos dos aliados. O mesmo vale para o jogador, que precisa mudar seus planos quando o casarão em que escondeu seus fuzileiros ameaça ir pelos ares bombardeado pelas implacáveis aeronaves dos oponentes.
Todos os elementos do cenário são construídos em detalhes, tanto internos quanto externos e isso potencializa o efeito da destruição quando as bombas começam a cair. É interessante notar como é um processo gradual e que reflete o tipo e quantidade de dano que o cenário recebe. O mesmo acontece com veículos.
A destruição vai além de provocar o caos na batalha e jogadores espertos usarão as possibilidades a seu favor: você pode derrubar uma parede para ter uma visão melhor da área abaixo, ou usar as ruínas de um blindado para se esconder de atiradores. Prédios demolidos oferecem cobertura, essencial para manter os soldados vivos.
Mesmo depois de arruinado, o campo de batalha continua evoluindo e dominar seu uso é tão importante quanto garantir o controle de pontos estratégicos para vencer os combates de Company of Heroes 3.
Uma longa campanha
A Relic vem trabalhando junto com a comunidade de jogadores na produção de Company of Heroes 3 e esse método parece estar gerando bons resultados. O jogo ainda está longe da versão final, mas o pouco que pude testar me deixou animado para continuar.
Company of Heroes 3 promete explorar a Segunda Guerra Mundial de forma diferente, com uma campanha que raras vezes é mostrada nos jogos, com batalhas urbanas e em áreas montanhosas como Monte Cassino. Agora é esperar até 2022 para conferir o jogo completo.