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Crash Bandicoot 4 é o melhor jogo de toda a franquia

Após mais de uma década sem jogos inéditos, Crash Bandicoot ganha nova história e repaginada da Toys for Bob; confira nosso review

19 out 2020 - 15h29
(atualizado às 16h03)
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Antes de começar esse review, eu preciso deixar claro a você que sou um tremendo fã de Crash Bandicoot. Sim, é a minha franquia favorita desde a infância. Tenho belas memórias do “morre e passa o controle” com minha irmã no primeiro jogo (1996), passando pelas disputas de Crash Bash (2000) com meus primos... tudo no velho PlayStation 1 caixote.

Agora que expliquei isso, também preciso dizer que estava muito ansioso — e receoso — por Crash Bandicoot 4: It’s About Time. Depois que a criadora Naughty Dog perdeu o controle da franquia, o marsupial passou pelas mãos de dezenas de empresas, e tanto a essência quanto a personalidade daquele universo foram se perdendo. Resultado: estávamos desde 2008 sem um jogo inédito de Crash nos consoles.

Crash Bandicoot 4 quebra essa abstinência. A Toys For Bob, mesmo estúdio responsável pelo remake da trilogia Spyro the Dragon, Reignited Trilogy (2019), utilizou toda a sabedoria adquirida com o dragãozinho roxo para manter a essência dos jogos originais, ao mesmo tempo em que trouxe melhorias na jogabilidade e no design. Essa mistura nos trouxe, felizmente, o melhor jogo de Crash Bandicoot de todos os tempos. 

Crash Bandicoot 4: It's About Time foi lançado em 2 de outubro para PlayStation 4 e Xbox One
Crash Bandicoot 4: It's About Time foi lançado em 2 de outubro para PlayStation 4 e Xbox One
Foto: Divulgação / Activision

Novas máscaras na área

A história de Crash Bandicoot 4 se passa após os acontecimentos do terceiro jogo, Warped (1998); ou seja, ele reescreve toda a cronologia da série e apaga os acontecimentos dos sucessores da trilogia (mas deixando alguns easter eggs pelo caminho). Por isso, não espere a presença de personagens como Crunch Bandicoot ou Nina Cortex. Eles não existem mais, pelo menos por enquanto.

Presos no espaço-tempo, os vilões Uka Uka, Neo Cortex e N. Tropy conseguem escapar criando fendas que modificam a estrutura temporal. Para consertar o estrago e restaurar a ordem no multiverso, os heróis precisam encontrar as quatro Máscaras Quânticas, guardiãs do tempo e do espaço. 

As máscaras representam a maior novidade na jogabilidade. Cada uma tem um poder especial:

  • Lani-Loli altera a percepção da realidade, ativando e desativando objetos
  • Akano faz Crash e Coco girarem sem parar, possibilitando pulos ainda mais altos
  • Kupuna-wa desacelera o tempo
  • Ika-Ika inverte a gravidade

As quatro máscaras são introduzidas aos poucos durante a jogatina, e aparecem apenas quando precisamos delas. Por exemplo: você precisará usar Kupuna-wa para pular em blocos de gelo que caem em alta velocidade. Depois que você passa pelo trecho, ela some.

Esta é Kupuna-wa, a máscara que desacelera o tempo
Esta é Kupuna-wa, a máscara que desacelera o tempo
Foto: Captura de tela / Activision

Embora elas façam parte da trama central, elas não se sobrepõem a já consolidada essência de Crash. O jogador ainda pula, gira, desliza e se esquiva de caixas Nitro, mas agora ele deve elaborar estratégias e realizar ações no tempo certo.

Crash 4 está tão difícil que, em alguns momentos, me lembrou as fases mais tenebrosas do primeiro jogo, como Road to Nowhere ou Stormy Ascent — e olha — Crash 1 era muito, mas muito difícil. Acostume-se a morrer pelo menos 20 vezes em cada fase caso você queira quebrar todas as caixas. Em compensação, o jogo dá regalias caso perceba que você está com dificuldades para passar por algum local, revivendo você com uma máscara Aku Aku (aquela que está sempre em volta de Crash, lembra?) ou colocando um Checkpoint extra pelo caminho.

Vale ressaltar: não escorreguei em nenhuma caixa ou beirada, como acontecia no remake N. Sane Trilogy (2017) devido aos polígonos arredondados. Esse problema não se repete aqui.

O fator replay também está presente. Além dos tradicionais Time Trials, em que você precisa terminar a fase no menor tempo possível sem morrer, há várias gemas escondidas pelos cenários. Também há um novo modo de jogo, chamado N. Verted: quando você conclui uma fase, terá a opção de jogá-la novamente, mas com todo o cenário e objetos invertidos, além de um estilo de arte e cores diferentes. Outra novidade são as fitas cassete jogáveis, que relembram os treinamentos que Cortex fez com Crash antes do início do primeiro jogo — para pegá-las, você precisa chegar até elas sem morrer. Tudo isso entrega um prato cheio para os fãs de troféus e speedrunners.

As fitas cassete relembram treinamentos no laboratório de Cortex
As fitas cassete relembram treinamentos no laboratório de Cortex
Foto: Captura de tela / Activision

O nível de desafio, no entanto, não se mantém nos chefes: de longe, são as partes mais tranquilas do jogo — o que não faz muito sentido. Quando você morre, você não volta para o começo da luta, mas sim para alguns momentos antes da sua morte. 

As batalhas contra chefes, infelizmente, são os momentos mais tranquilos do game
As batalhas contra chefes, infelizmente, são os momentos mais tranquilos do game
Foto: Captura de tela / Activision

Um jogo mais bonito e caprichado

As fases de Crash Bandicoot 4 estão maiores e mais amplas, com várias coisas acontecendo ao fundo. É bom prestar atenção nos momentos em que a câmera mostra um panorama do cenário, pois várias caixas e gemas estão escondidas pelos cantos. Também é comum a câmera mudar de ângulo e trocar totalmente o estilo de gameplay: antes, existiam fases específicas de perseguição ou de montaria, por exemplo; agora, uma só fase pode alternar entre esses estilos constantemente.

Na mesma fase, você pode seguir em 2D, trocar para o 3D e, depois, correr de monstros
Na mesma fase, você pode seguir em 2D, trocar para o 3D e, depois, correr de monstros
Foto: Captura de tela / Activision

Outra novidade é que há cinco personagens jogáveis no jogo: Crash e Coco (você pode trocá-los a qualquer momento e personalizá-los com skins desbloqueáveis com o seu progresso), Dingodile, Tawna e Neo Cortex. Os três últimos têm linhas do tempo distintas, com seus próprios objetivos e estilos de gameplay. Jogar essas histórias paralelas é opcional; entretanto, a história de todos se conectam em um determinado momento e você entende melhor o que estava acontecendo do outro lado da fase.

As histórias paralelas dos personagens se cruzam em determinado momento
As histórias paralelas dos personagens se cruzam em determinado momento
Foto: Captura de tela / Activision

Essas conversas e animações entre cada fase passam a impressão de que estamos assistindo a um desenho animado: a Toys For Bob decidiu trocar o visual mais realista do remake e apostar em um visual mais cartunesco, infantil. Você também entende melhor as piadas e sátiras do jogo graças à excelente localização em português do Brasil, o que reforça as personalidades de cada personagem e cria uma empatia com o jogador.

Aliás, nós entrevistamos o produtor de arte Lou Studdert sobre o redesign do game. Clique aqui para conferir.

Os gráficos realistas de N. Sane Trilogy dão lugar a traços mais cartunescos, semelhante aos de um desenho animado
Os gráficos realistas de N. Sane Trilogy dão lugar a traços mais cartunescos, semelhante aos de um desenho animado
Foto: Captura de tela / Activision

Um ponto negativo, no entanto, é que eu enfrentei algumas travadinhas em alguns momentos, pelo menos no PlayStation 4 Slim, console em que testei o jogo. Esses engasgos não chegaram a me atrapalhar, mas podem incomodar o jogador caso aconteçam em um momento crítico da fase. Espero que a produtora otimize o jogo através de atualizações futuras.

Veredito

Se eu estava com medo de outro desastre na franquia, a produção da Toys for Bob entrega o melhor jogo da franquia inteira. O estúdio acertou a mão entre abraçar a essência da trilogia clássica, ao passo em que incrementaram o gameplay, aprimoraram o desafio e redesenharam todo o universo e seus personagens. 

Após ficar esquecida por mais de uma década, já estava na hora de um novo jogo. Agora, esperamos que a história não se repita.

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

Veja também:

Crash 4: produtor explica a arte e design do game:

Crash Bandicoot 4: It's About Time foi lançado em 2 de outubro de 2020 para PlayStation 4 e Xbox One.

Este jogo foi cedido ao Terra gratuitamente pela Activision. O repórter testou o título em um PlayStation 4 Slim.

Fonte: Redação Terra
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