Crítica: Assinaturas da PS Plus chegam com vantagens e promessas
A pergunta que todos queremos a resposta: vale mais a pena algum tier novo da Plus ou ainda é melhor assinar o GamePass?
Durante os últimos meses, a Sony decidiu unir forças para trazer mais benefícios aos proprietários e proprietárias das plataformas PlayStation. O que antes conhecíamos por aqui simplesmente como PlayStation Plus e internacionalmente como PlayStation Now — um serviço que nunca chegou oficialmente ao Brasil — agora possui outros nomes, propostas e preços com a nova PS Plus.
E não é que a empresa finalmente acertou com sua recém-lançada estratégia de assinaturas? Hoje detalharemos cada um dos novos planos para que você se sinta à vontade para escolher qual se ajusta mais ao seu perfil de bolso e de gosto!
A PS Plus como conhecíamos
Se você é como eu e teve todos os consoles da marca PlayStation, certamente se lembra da época na qual o PlayStation 3 ficou um pouco para trás na disputa contra o Xbox 360. Uma vantagem da plataforma da Sony na sétima geração de consoles que poucos lembram, porém, é que as jogatinas online não exigiam assinatura de serviços de qualquer natureza enquanto o Xbox 360 estava sempre associado a Xbox Live Gold.
A PlayStation Plus surgiu em junho de 2010, portanto, como uma forma de oferecer descontos exclusivos, conteúdo extra e principalmente jogos que poderiam ser resgatados mensalmente. Os títulos de diversos consoles da família PlayStation disponibilizados ao longo dos anos ainda são jogáveis em contas cuja assinatura da PlayStation Plus ainda é ativa — independente das novas categorias que falaremos com mais detalhes no texto.
Durante o final de vida do PlayStation 4 e o início de vida do PlayStation 5, a empresa japonesa já não estava dando tanta atenção para a PS Plus como outrora. Os preços das assinaturas subiram no Brasil e a seleção dos jogos (em quantidade e qualidade, diga-se de passagem) parecia menos interessante em questão de custo-benefício. Além disso, a Sony precisava de uma resposta à altura da competição: o sucesso gritante do Xbox Game Pass em todo o mundo.
Uma nova proposta, mas não tão nova assim
A primeira categoria da nova PS Plus diz tudo em seu nome: Essential. É essencialmente, perdão pelo trocadilho, a mesma oferta de serviço já conhecida e implementada no PS4. É preciso ter uma assinatura ativa para se conectar a partidas online — com exceção de jogos gratuitos como Fortnite, Call of Duty: Warzone ou Apex Legends —, sendo esse o principal motivo pelo qual as pessoas acabam pagando o serviço atualmente.
A segunda vantagem é a opção de salvamento na nuvem para jogos de PS4 e PS5, permitindo que seja habilitada a sincronização automática de arquivos. Se você, assim como eu, gosta de pegar troféus de platina com frequência, eu diria que esse recurso é bastante versátil e útil para permitir o famigerado save scumming (subir seu arquivo de salvamento na nuvem com o backup desligado, concluir o desafio e carregá-lo novamente no console para que o progresso não seja perdido por meio do salvamento automático dentro do jogo).
O assinante da PS Plus também garante acesso ao Share Play, funcionalidade que pode ser usada para compartilhar sua tela de jogo com amigos, permitir acesso de alguém ao seu próprio progresso dentro de um jogo ou até mesmo habilitar uma espécie de “co-op local à distância”. Essa última opção é ótima se você gosta de dividir a tela com alguém, mas não pode estar fisicamente próximo à pessoa.
Os descontos e conteúdos exclusivos têm recebido bastante destaque no site e nas lojas virtuais do PS4/PS5 nos últimos anos, mas as promoções nem sempre direcionam os holofotes do “precinho” para quem é assinante do serviço. No fim das contas, acabo me interessando muito mais por barganhas oferecidas para todos do que para descontos focados apenas para quem tem a PS Plus ativa.
Os recursos Ajuda do Jogo e PS Plus Collection são exclusivos ao PS5. O primeiro está disponível em forma de cartões e dicas para jogos selecionados, mas nunca senti a necessidade de usá-lo para além dos testes no período que comprei meu console de nova geração. A coletânea, por sua vez, só é bem-vinda para quem não quer subir para categorias de assinatura de maior valor.
Por último, temos o assunto que mais gera conflitos e alegrias na internet quando em alta: os jogos oferecidos mensalmente. Desde o lançamento do PS5, em novembro de 2020, o serviço tem oferecido de 3 a 4 títulos todo mês — isso sem considerar as versões cross-gen (entre gerações) oferecidas para alguns deles. A nova PS Plus, porém, prevê a partir de seu material de divulgação que apenas 2 jogos serão ofertados por esse formato mês a mês. Como ainda estamos no mês de chegada das novas assinaturas, ainda não pudemos verificar se o caso é um passo para trás em termos de vantagens.
Fortes atrativos e ausências confirmadas
A segunda categoria, denominada Extra, conta com um catálogo graúdo de jogos de PS4 e PS5 via instalação. Para ser mais preciso, ao receber o acesso às novas assinaturas da PlayStation Brasil, tive a curiosidade de contar quantos títulos únicos são oferecidos por aqui: 365 no total, não contabilizando versões do mesmo jogo para duas plataformas diferentes. Sim, leitores e leitoras, há um game diferente para cada dia do ano. E, sim, é humanamente impossível terminar todos os jogos em apenas um ano (já que alguns deles têm centenas de horas), mas já dá para se animar com o que a Sony está oferecendo em termos de quantidade e diversidade.
Há uma porção considerável de jogos de estúdios third-party — incluindo grandes franquias da Ubisoft como Assassin's Creed e Far Cry —, muitos games indies dos últimos dez anos e grandes produções da PlayStation Studios. Essas últimas, porém, não incluem lançamentos recentes de exclusivos. Jogos como Ratchet & Clank: Rift Apart, The Last of Us Part II e Horizon Forbidden West não têm previsão de serem incluídos em um futuro próximo. É compreensível que a Sony não deseje canibalizar seus próprios produtos de prestígio adicionando-os no lançamento ao catálogo da PS Plus Extra, mas isso só acaba sendo vantagem para ela mesma.
A terceira e mais alta categoria disponível em território nacional é a Deluxe. Seu primeiro atrativo é a opção de testar jogos mais novos e ainda não disponíveis no catálogo geral. Na última semana, tive a oportunidade de testar dois jogos de uma seleção que atualmente figura 15 títulos — entre eles Crusader Kings III, Tiny Tina’s Wonderlands e WWE 2K22.
Joguei OlliOlli World por uma hora e percebi que, ao deixarmos o jogo suspenso enquanto navegava no dashboard do console, o tempo não foi contabilizado. Também aproveitei algumas horinhas de Cyberpunk 2077 carregando um save antigo de PS5, progredindo na demonstração e depois voltando à cópia física que tenho do jogo para saber se o progresso havia sido carregado naturalmente. Tudo certo e sem problemas. Ponto para o PlayStation pela implementação!
O segundo e mais cobiçado atrativo do plano mais caro é a biblioteca de jogos retrô — mais especificamente de PS1, PS2 e PSP. Alguns jogos do primeiro console da Sony, como Siphon Filter e Ape Escape, contam com um sistema de troféus e versões de PS4 e PS5 para quem gosta de pegar troféus de platina mais de uma vez. O desempenho dos clássicos também está satisfatório quando os comparamos com suas reproduções originais.
O ponto mais fraco fica por conta da quantidade e diversidade destes jogos: grandes nomes do final dos anos 1990, como Medal of Honor, Metal Gear Solid e Silent Hill ainda não têm data para chegar à nova PS Plus. Além disso, ainda estamos aguardando mais informações sobre a vindoura opção de jogar PS3 via streaming como no plano Premium em outros países.
Conclusão sobre a nova PS Plus
É inevitável comparar as novas assinaturas da PS Plus com o que está sendo oferecido há alguns anos pelo Xbox Game Pass, mas acredito que, para um primeiro passo, a Sony não mandou mal na proposta. Há muito o que melhorar em termos de catálogo de clássicos (especialmente via streaming) e também há tempo para ela reconsiderar colocar alguns de seus lançamentos no serviço logo de cara, mas o que está sendo oferecido atualmente já é muito para quem estava estagnada e sem resposta à era das assinaturas poucos meses atrás.
Os preços, porém, são o motivo que mais afasta quem se interessa pelas assinaturas. Se a sua conta é americana — como é o caso de fãs de longa data da marca —, eu sinto muito pelo seu bolso na hora de acertar as contas em dólares americanos à vista. Se a sua conta é brasileira (assim como a minha), há sempre a possibilidade de dividir os custos em muitas vezes no cartão de crédito por meio da compra de cartões em lojas como Americanas e Nuuvem. E já adianto: não é uma má ideia, pelo menos nesta primeira vez, ir com tudo na opção Deluxe para se esbaldar com as opções!