Elden Ring é uma aventura de exploração completa e complexa
Jogamos o novo soulslike da FromSoftware, que é uma mistura de seus antecessores, mas demonstra liberdade nunca experimentada na franquia
Para quem já conhece a FromSoftware, Elden Ring parece uma grande "salada" feita com partes dos antecessores Dark Souls, Bloodborne, Sekiro: Shadows Die Twice e Demon’s Souls. E mesmo caracterizado pela tradicional roupagem de soulslike, a sensação de liberdade experimentada no novo título é, sem sombra de dúvidas, algo único.
Em Elden Ring, nós assumimos o papel de um Maculado, que está atrás do Anel Prístino pelas Terras Intermédias, mundo fantasioso criado por Hidetaka Miyazaki, da franquia Souls, e George R. R. Martin, autor da série best-seller As Crônicas de Gelo e Fogo, que deu origem a Game of Thrones.
Fiz o teste fechado e conto mais a seguir.
Aventura em mundo aberto
Desde o anúncio de Elden Ring, muito se especulou sobre o produto final que chegaria às mãos dos jogadores com a tamanha possibilidade de exploração. Com poucas informações oficiais, imagens e trailers circulando, confesso que a sensação de mistério me deixou ainda mais instigada para a experiência de mundo aberto.
Nos primeiros momentos, o jogo se apresentou de forma muito semelhante aos já conhecidos comandos da franquia. Porém, ao cumprir o tutorial - trecho de extrema importância nos games da From -, abri uma porta, subi uma espécie de elevador e saí em uma área verde e com gigantes árvores brilhantes, chamada Limgrave.
Fui observando o local e cheguei à primeira "Graça Perdida", ou melhor dizendo, uma espécie de fogueira que marca o ponto de viagem rápida no mapa e o caminho para a progressão da história. A partir dali, decidi explorar pelas primeiras 2 horas.
E como tem chão, meus amigos!
Como disse o editor do GameON, Pablo Raphael, em uma analogia muito perspicaz... É como se Dark Souls e The Legend of Zelda: Breath of the Wild tivessem tido um filho (risos).
Apesar de alguns trechos ainda apresentarem paredes invisíveis impedindo a passagem, provavelmente para preservar surpresas para o lançamento, havia muito a ser explorado. Foi possível coletar dezenas de itens pelo caminho, encontrar muitos grupos de inimigos, além de animais e criaturas mitológicas a cada "esquina", como gárgulas, por exemplo.
A parada toda fica ainda mais divertida com a presença de Torrente, o cavalo espectral que pode ser convocado através de um apito. Além do visual fofo, ele é muito útil para atravessar grandes distâncias e é um importante aliado para combates. Uma das partes que eu mais curti da experiência.
Sem sombras de dúvidas, o mundo aberto traz uma experiência muito menos linear e mais aventureira, algo que expande ainda mais o gênero e traz uma sensação de liberdade capaz de interromper o antigo "caminho de corredor" dos outros Souls, que às vezes soava maçante para alguns jogadores.
Gameplay difícil como o esperado (bota difícil nisso)
Das cinco classes disponíveis para Elden Ring, testei duas: Cavaleiro Encantado e Profeta. Ao todo, ainda existem Guerreiro (herança dos de outros games da franquia), Campeão e Lobo Sangrento. Utilizei uma segunda rodada para testar o Profeta e ver se haveria diferença. E, sim, a diferença é bem grande.
Cada classe apresenta formas diferentes de ataque e poderes específicos e bem opostos, trazendo diversidade para a gameplay. Ponto positivo para o co-op e multiplayer. Os jogadores podem se complementar ao enfrentar os inimigos juntos.
O ponto negativo da gameplay ainda circula na questão da dificuldade. Apesar de ser uma proposta da própria desenvolvedora, o fato de não haver seleção de nível deverá continuar afastando possíveis interessados, mas que curtem uma diversão simplificada. Afinal, não há espaço para erros.
Os combates são extremamente punitivos e, quando você é acertado pelo inimigo, pode levar um tempinho para se recuperar. Portanto, a esquiva segue sendo sua melhor amiga, assim como nos demais exemplares de Dark Souls.
As barras de energia, vitalidade e poder são uma bela tarefa de administração e estratégia, e é possível recarregar o estoque de frascos de recuperação de vida ao matar besouros espectrais que são encontrados próximos a grupos de inimigos.
Além disso, é totalmente irrelevante qualquer tipo de frustração com as mortes. Eu morri várias e várias vezes ao enfrentar inimigos mais robustos, retornando ao ponto de Graça Perdida mais próximo. E isso é uma parte da experiência. Até para explorar as menores cavernas que encontrei no mapa, o "suor" foi grande. Não há escapatória para a dificuldade, a não ser invocar companheiros para ajudar.
Nova geração será pré-requisito para nível de satisfação?
Por fim, fiz o teste no PS4, o que claramente interferiu (e muito) na minha experiência. Apesar de belo, os cenários ainda apresentaram muitos pontos "craquelados" e pixelados - bem diferente dos minutos de gameplay divulgados pela dev, que foram capturados em console da nova geração.
Outro ponto a ser citado é o tempo de resposta. Alguns comandos ainda não estão totalmente responsivos no joystick, o que me faz refletir que, os combates também teriam sido muito mais agradáveis caso eu tivesse um PlayStation 5.
Acho muito positiva a decisão da FromSoftware, a de tornar acessível a experiência de um jogo com a grandeza de Elden Ring para os consoles da geração passada, mas é importante ressaltar que isso de nada valerá se o produto final apresentar um vale de qualidade entre as gerações. Com certeza, isso traria muita insatisfação para os jogadores que decidissem apostar no game usando um Xbox One ou PS4.
No geral, aguardo ansiosa pelos próximos dias para mais testes no servidor, e continuo alimentando o hype: Elden Ring é muito promissor.