Evil Dead é sangrento, confuso e frenético, assim como os filmes
Jogo adapta com fidelidade a franquia de terror de Sam Raimi; confira a análise
Quando The Evil Dead foi lançado em 1981, apresentando Sam Raimi e Bruce Campbell ao cinema, ficou claro que o filme possuía vários defeitos, por uma falta de orçamento mais abrangente. Ainda assim, ele conquistou uma parcela de fãs de longas de terror por sua ambientação sangrenta e claustrofóbica.
Com Evil Dead: The Game, a sensação é parecida. Isso porque o jogo falha em alguns aspectos técnicos, mas a ambientação e, neste caso, fidelidade com o material original, compensam a experiência de forma significativa.
Receita conhecida e bem executada
A jogabilidade de Evil Dead é inspirada no popular game Dead by Daylight, colocando um grupo de quatro sobreviventes para enfrentar um inimigo em comum, neste caso, um demônio Kandariano - todos são controlados por jogadores e quem joga como o vilão é bem mais poderoso do que os outros. Entretanto, ao contrário de Dead by Daylight, aqui, os sobreviventes têm ferramentas para cair na porrada contra o demônio o tempo todo.
Quem está no papel de Kandariano, consegue invocar diversos demônios, que neste caso se assemelham mais a zumbis tunados, para perseguir os sobreviventes. Já para quem enfrenta o Kandariano, as opções de personagem são baseadas em nomes icônicos dos filmes, como diversas versões de Ash Williams.
Outra coisa que diferencia a jogabilidade em Evil Dead é a progressão dentro da própria partida. Dessa forma, em alguns momentos, as partidas online se assemelham quase a um jogo battle royale. Isso porque os sobreviventes devem lootear em busca de suprimentos e melhorar seus status no mapa.
Parte das missões nas partidas online é ativar alguns objetos e defender a área por um tempo determinado. Quando a coisa chega nesse ponto, é quando tudo fica bagunçado, sangrento e frenético. A parte de bagunça poderia ser um problema, se não trouxesse exatamente uma sensação de fidelidade com os filmes.
Outro detalhe que cai muito bem em um jogo adaptado de Evil Dead é o gore. A medida que essas ondas invadem o mapa, os personagens vão ficando cada vez mais sujos de sangue. Além disso, existe uma variedade de armas corpo a corpo, que permitem uma gama de finalizações violentas e que deixam tudo mais gore.
Nem tudo são flores
Bem, como fã de Evil Dead, realmente as qualidades compensam os defeitos, mas estes não deixam de existir. O game não possui um botão de salto, o que não é necessariamente problema, caso o level design respeite essa limitação. É possível saltar de alguns obstáculos, ao se aproximar, um hub de interação aparece para que o boneco consiga executar este pulo.
Contudo, não é sempre que isso acontece, uma vez que o personagem controlado, por muitas vezes, não consegue ultrapassar um impedimento pequeno e é obrigado a contornar, o que torna a mobilidade problemática e inverossímil. Aliás, no meio do combate, essa é uma confusão diferente da citada acima, uma vez que irrita e não parece consequência das lutas frenéticas.
Por fim, outro detalhe que entra numa confusão pouco positiva é o fato de não haver uma “trava de mira” para os inimigos que você está enfrentando. Em um jogo que é escuro por natureza e conta com inimigos espalhados e rápidos, a ausência dessa trava é mais irritante do que dificultante.
No frigir dos ovos
Apesar de apresentar claros problemas de level design e outras questões menores, Evil Dead: The Game continua a compensar por sua jogabilidade frenética e divertida. Aliás, se você é fã dos filmes, este é um game obrigatório e é, tranquilamente, uma das adaptações mais fiéis no mercado, pelo menos nos últimos anos.
Evil Dead: The Game está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S.
*Esta análise foi feita no PlayStation 5.