Game Pass foi positivo para Dodgeball Academia, diz produtor
Jogo de queimada desenvolvido por brasileiros conquistou fãs em todo o mundo
Dodgeball Academia foi lançado no início de agosto e conquistou fãs no Brasil por trazer, além de um gameplay divertido que mistura partidas de queimada com uma aventura em ambiente escolar, um jogo com uma identidade brasileira na criação muito clara para qualquer tupiniquim que o jogue.
Em conversa com o Game ON, Henrique Alonso, desenvolvedor do game e co-fundador da Pocket Trap, empresa dona do jogo, e Tiago Rech, roteirista de Dodgeball Academia, falaram sobre o processo criativo para a história, diálogos e ambientação do jogo, além de temas como Game Pass e futuro da franquia.
"A gente gostava muito de Mario Tennis de Game Boy, Mario Golf de Game Boy. Esse gênero de esporte com rpg que é pouco explorado ainda na minha opinião", relata Henrique Alonso, ao comentar sobre as raízes do jogo.
O desenvolvedor conta que ele e seu sócio Ivan Freire buscaram preencher essa lacuna que os dois acham que ainda existe na indústria de games. Além disso, Henrique conta que uma das partes mais trabalhosas foi adaptar o gênero de queimada para um formato em que, além das partidas versus, também tivesse uma história de fundo.
Aliás, a nostalgia ditou uma grande parte do desenvolvimento de games. Além das referências passadas, a ambientação, design e boa parte do jogo nasceu de inspirações não tão recentes.
"Acho que é claro né, desenho animado, anime de esporte, anime shonen. Num geral são coisas que a gente cresceu consumindo né", relata Alonso.
Outra coisa muito presente no game e bem recebida pelo público foram os dialógos, que trazem uma carga de humor light, mas debochado que, além de divertir, enriquecem a experiência do brasileiro que consome este game. Dodgeball Academia seguiu o padrão da indústria que é ser pensado e produzido em inglês, para então ser traduzido para o português. Foi nessa hora que os desenvolvedores se soltaram para abrasileirar ainda mais o game.
"Em termos da localização PT-BR, foi mais de prestar atenção em coisas do nosso cotidiano mesmo. Por exemplo, na quest que a Pixie tá organizando uma parada e manda todo mundo embora, em ENG ela manda a galera dispersar, mas em PT-BR era um espaço que caia muito bem o nosso "pejotinha" (Pessoa Jurídica ou PJ) até porque é a realidade que eu vivo como freelancer", relata Tiago Rech que é o principal nome por trás da tradução dos dialógos para o português.
Tiago também afirmou que no quesito textual, abrasileirar o jogo foi um processo natural, onde não precisava muito esforço para imprimir uma identidade do país no jogo. Aliás, segundo ele, foi necessário calcular para não pesar a mão nas referências, uma vez que o jogo, que foi lançado globalmente, deveria carregar um charme por si só.
Inclusive, sobre o lançamento global, Henrique falou da parte que o Game Pass, serviço de assinatura da Microsoft, desempenhou no processo, uma vez que Dodgeball Academia foi lançado direto na plataforma.
"Eu posso dizer que tem um impacto bem positivo, especialmente nesta questão de tornar o jogo mais acessível a um público que não iria conhecer o jogo se não estivesse lá. Ganhou muita atração muito por causa do Game Pass. Muita gente descobriu o jogo por causa do Game Pass e jogou o jogo por causa do Game Pass", conta o desenvolvedor.
Ainda que, obviamente, Henrique não possa falar de valores, ele resume, baseado em sua experiência pessoal, a parceria de desenvolvedores indie com o Game Pass como "benéfica" para os desenvolvedores menores.
Já sobre um Dodgeball Academia 2, o desenvolvedor aponta que os planos existem, mas que por ora os esforços estão focados em prestar suporte para o primeiro jogo, pensando em conteúdos novos, mas também analisando a performance e os resultados do título.
Dodgeball Academia está disponível para Nintendo Switch, PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X/S. O jogo está no catálogo do Game Pass para PC e consoles Xbox.