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Gamer abriu locadora para realizar sonho de infância

Sem acesso aos jogos quando jovem, Eros criou um espaço para que todos pudessem jogar

14 jun 2021 - 10h24
(atualizado às 11h05)
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Eros Reis e sua locadora
Eros Reis e sua locadora
Foto: Eros Reis / Divulgação

As locadoras de games estavam por todos os lados nos anos 1990, geralmente junto com as locadoras de vídeo: era lá que os fãs de jogos conseguiam os últimos lançamentos e levavam para casa para curtir os games por  alguns dias, por um preço mais em conta do que se pagassem o preço cheio para comprar o jogo. Mesmo naqueles dias, jogar videogame não era um entretenimento barato e acessível para todos.

A falta de grana não impediu o jovem Eros Reis, hoje com 41 anos, de se encantar com os jogos eletrônicos. "Eu vi o lançamento do Atari, ia nas casas dos amigos que conhecia alguém que talvez tivesse um console em casa. Meus amigos tinham e eu não. Eu só olhava. Eu cheguei a trabalhar numa locadora, a semana toda, para poder levar o videogame pra casa no fim de semana, emprestado". 

Em entrevista ao Game On, ele conta que não teve nenhum videogame na infância, mas que fez uma promessa, um "trato com Deus" de que nunca iria beber ou fumar, mas teria o videogame que quisesse. E foi assim que começou sua coleção, fazendo rolos e trocando cartuchos de Super Nintendo, primeiro console que adquiriu. "Desde muito novo eu queria montar uma loja, não para ter a maior ou melhor, mas para dar chance para qualquer um que não podia comprar um videogame, poder jogar".

Eros é técnico de informática e vive em Itapeva, SP, onde abriu uma locadora de jogos em meados de 1998 e mantém a loja ativa, embora agora esteja com as portas fechadas esperando a pandemia passar.

"Na época, não queriam deixar engraxate aqui da cidade entrar em locadora, porque eles iriam sujar os controles. Eu abri a loja, tirei TV de casa e coloquei na loja, isso em 1998. No que começamos, o primeiro cliente estava com vergonha. Eu tinha uma TV em cima de uma caixa de laranja, e ele estava com vergonha de sujar o videogame! Eu sempre prezei que eles pudessem se divertir. Nunca visei lucro, era a locadora mais barata da cidade".

O rapaz que não tinha nenhum videogame quando era criança, juntou mais de 100 consoles em sua coleção. "Mas vendi 55 deles para construir o quarto das minhas filhas. Não sou apaixonado pelos videogames, mas pelo que eles representam. Não é o status, mas a diversão, o reconhecimento que você tem ao conseguir terminar o jogo. Acho que esse sentimento se perdeu um pouco hoje em dia".

Nostalgia e curiosidade

Jogadoras jovens curtindo games antigos
Jogadoras jovens curtindo games antigos
Foto: Eros Reis/Facebook / Reproduçao

Embora ele também trabalhe com jogos dos consoles mais recentes, Eros diz que a procura por aparelhos e jogos antigos é muito maior e aumentou bastante no último ano. "A demanda é muito maior do que a oferta", explica. "Tem muita gente que tá disposta a pagar caro num Super Nintendo completo do que comprar  um Xbox ou PlayStation, a nostalgia do videogame que a pessoa queria ter, desejava quando era mais jovem".

E não são só os jogadores veteranos, mas os mais jovens também! "As crianças vem acompanhadas dos pais para jogar alguma novidade no PS4, no Xbox One, mas acabam curiosas com o que os pais estão jogando num arcade", conta o microempresário.

Com a locadora fechada há um ano e dois meses, Eros não vê a hora de reabrir e já faz planos: "Assim que acabar a pandemia, quero deixar um dia todo aberto, pra criançada vir jogar de graça aqui. Passamos por um pesadelo, eu quero que as crianças possam respirar de volta. Nem sei o que esperar do final desse caos".

Fonte: Game On
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