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Gamers correm mais riscos de perda auditiva: entenda a razão

Pessoas que jogam videogame por longos períodos com o volume alto nos fones de ouvido podem desenvolver problemas auditivos

11 set 2024 - 06h55
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Resumo
O alto volume dos fones de ouvido durante os jogos de videogame pode causar danos irreversíveis à audição, alerta a otoneurologista Nathália Prudencio.
Gamers correm mais riscos de perda auditiva: entenda a razão:

Todo mundo sabe que escutar música pelo fone de ouvido em um alto volume é prejudicial à audição, mas esses riscos também existem – e podem ser ainda mais altos – no caso de jogadores de videogame. 

“Eles costumam passar horas nos games com o fone de ouvido em volume alto, em jogos que contam com efeitos sonoros especiais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que adultos podem ser expostos com segurança a 80 decibéis (dB) por 40 horas por semana, que é aproximadamente o nível de ruído de uma campainha. Acima desse nível, no entanto, a quantidade segura de exposição ao ruído cai rapidamente. Para crianças, os limites são ainda mais baixos. Estudos já demonstraram que os níveis médios de ruído dos fones de ouvido em quatro jogos de tiro estavam entre 88,5 e 91,2 dB”, explica a otoneurologista Nathália Prudencio, médica otorrinolaringologista especialista em tontura e zumbido. 

“Isso pode apresentar um risco aumentado para perda auditiva irreversível e desenvolvimento de zumbido no ouvido, uma condição em que há a percepção de um som na ausência de um estímulo sonoro externo”, acrescenta a médica.

Na era dos jogos online, não é raro encontrar jogadores que ficam por longos períodos de tempo com o volume alto, além dos limites seguros. No começo desse ano, um artigo publicado no BMJ Public Health revisou 14 estudos que, no total, envolveram mais de 50 mil pessoas e mostrou que há realmente esse risco. 

“A exposição a sons altos pode afetar a audição e causar uma espécie de ‘fadiga’ nas células sensoriais do ouvido. Embora essas sensações possam se resolver em alguns dias, conforme as células sensoriais se recuperam, a exposição regular ou prolongada ao ruído pode se acumular e resultar em perda permanente da audição ao longo do tempo”, explica a otoneurologista. 

“É claro que os jogadores podem diminuir o volume enquanto jogam para minimizar o risco, mas o estudo sugere que parte do problema é o tempo que as pessoas passam expostas a volumes altos. Um estudo descobriu que sons impulsivos — rajadas curtas, repentinas e altas, como ruídos de tiros, batidas ou motores acelerando — atingiam 119 dB. Quanto mais alto o som, menor o tempo que você pode ouvi-lo. Alguns estudos encontraram correlações entre jogos e perda auditiva, enquanto outros relacionaram a atividade com zumbido”, informa ela.

O impacto dos e-sports na saúde auditiva deve ser analisado mais de perto, segundo a médica. “Alguns dos estudos analisados nessa revisão datam da década de 1990, quando o mundo dos jogos era muito diferente de hoje, em que os recursos audiovisuais são mais realistas, para dar a sensação de imersão completa no jogo”, diz a médica.

Mas é possível se divertir sem causar danos às células sensoriais do ouvido? A médica diz que sim. “A primeira recomendação é diminuir o volume para 50% ou não mais alto que 60% do máximo. Para quem usa fones de ouvido, o ideal é comprar um par que se ajuste bem e bloqueie o ruído de fundo, para não haja a necessidade de aumentar o volume. Alguns jogos permitem ajustar os níveis de som para efeitos especiais e música e isso é importante para diminuir os sons impulsivos altos”, recomenda a médica. 

Fazer pausas também é bem-vindo. “Dê pelo menos 5 minutos a cada hora de descanso ao ouvido deixando de usar os fones. E quando possível usar o som ambiente”, orienta.

Por fim, a médica lembra que é fundamental prestar atenção às mudanças na audição. “Os principais sinais de alerta de perda auditiva incluem sentir dificuldades para acompanhar conversas em ambientes ruidosos, aumento de volume de aparelho eletrônicos e até zumbido. Caso o paciente perceba esses sintomas, ele deve procurar imediatamente um médico otorrinolaringologista ou otoneurologista”, finaliza Nathália Prudencio.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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