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"Tetris: Os Jogos que as Pessoas Jogam" é HQ essencial para fãs do game

Escrita e ilustrada por Box Brown, obra traz detalhes que ficaram de fora do filme da Apple

27 jun 2024 - 07h00
(atualizado às 13h02)
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História em quadrinhos conta a saga de Tetris desde sua criação até o jogo conquistar o mundo
História em quadrinhos conta a saga de Tetris desde sua criação até o jogo conquistar o mundo
Foto: Tetris: Os Jogos que as Pessoas Jogam / Reprodução

Um dos jogos mais populares do mundo, Tetris completou quarenta anos em junho. Criado por um pesquisador russo de Inteligência Artificial, o jogo viralizou na antiga URSS e escapou para o outro lado da Cortina de Ferro, tornando-se motivo de uma guerra entre grandes corporações capitalistas dos EUA, Europa e Japão, que correram até Moscou em busca dos direitos de distribuir o título. Essa trama é tão cinematográfica que, não por acaso, virou filme em 2023, estrelado por Taron Egerton, como Henk Rogers, e Nikita Efremov, como Alexey Pajitnov, a mente brilhante por trás do jogo.

Intitulado simplesmente "Tetris", o filme está disponível na Apple TV+ e é um dos melhores longa-metragens sobre videogames. Mas para contar a história em apenas 1h58min, a produção de Hollywood fez lá suas concessões e acabou deixando muita coisa de fora. É algo normal, dada a natureza da besta – ou, mais exatamente, ao formato da mídia –, e isso não diminui o valor do filme, que conseguiu apresentar a história, uma dessas narrativas que todo mundo que trabalha nessa indústria já ouviu alguma ou várias vezes, para um público mais amplo.

Mas para quem quer saber ainda mais sobre as origens do jogo quarentão, que continua excelente, diga-se de passagem, recomendo a leitura de "Tetris: Os Jogos que as Pessoas Jogam", romance gráfico de Box Brown publicado aqui no Brasil pela Editora Mino em setembro do ano passado e que ganhou uma reimpressão recentemente.

São 256 páginas desenhadas com o traço leve e dinâmico de Brown, que parecem muito com memes da internet e que vão fundo na história de Pajitnov e Rogers como ela realmente aconteceu. 

Você sabia que o criador de Tetris esteve em Las Vegas enquanto ainda trabalhava na União Soviética? Essas e outras curiosidades fluem naturalmente pela narrativa de Brown, que também dá uma noção do processo criativo que levou Pajitnov até seu jogo perfeito. O livro também inclui a trágica história de Vladimir Pokhilko, amigo e colega de Pajitnov que ficou de fora da versão da Apple TV+. Mais ainda, desde o começo a história em quadrinhos situa Tetris dentro da efervescente indústria dos videogames, que era bastante diversificada em 1984, com as máquinas de arcades ainda bombando, os computadores pessoais ganhando popularidade e a Nintendo invadindo a América.

A disputa entre a Atari, a Nintendo e outras empresas pelos direitos de Tetris, o papel de Henk Rogers, da companhia estatal Erlog, são muito melhor detalhados nas páginas da HQ – sem perseguições com a KGB nas quebradas moscovitas, mas com a participação do premier Mikhail Gorbachev nos bastidores. A HQ também prossegue muito além da mudança de Pajitnov e sua família para os Estados Unidos, mostrando o que aconteceu com o criador de Tetris, com Vlad e Rogers, e como a Tetris Company foi, de fato, fundada.

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É uma leitura rica em informações e vou confessar: recebi o livro há duas semanas e li em uma sentada só. Para quem trabalha com videogames há muito tempo, é emocionante ver as histórias dessa indústria contadas de forma tão envolvente. Para quem é fã de Tetris, é uma leitura essencial e uma ótima forma de celebrar os quarenta anos do jogo que as pessoas jogam

BGS 2023: Entrevista com Alexey Pajitnov, o criador de Tetris:
Fonte: Game On
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