Halo da Paramount traz Master Chief para um novo tempo
Série live action estreia em 24 de março no streaming Paramount+
A série live action de Halo chega nesta semana ao streaming da Paramount, adaptando uma das mais famosas franquias dos games para a televisão. Halo, a série, pega elementos dos jogos de tiro do Xbox, em que o fuzileiro espacial Master Chief enfrenta os alienígenas Covenant em uma guerra pela sobrevivência da humanidade, e dá uma nova roupagem, mais atual e... humana.
O Game On teve a oportunidade de assistir aos primeiros episódios de Halo e a impressão inicial é bastante positiva: os elementos que fizeram a fama dos games estão lá, com valores de produção muito maiores do que se costuma ver em seriados de ficção científica mais populares, mas a narrativa tem uma força ausente em boa parte dos jogos: o lado humano de Master Chief.
A série da Paramount se passa em uma "versão alternativa" da história vista nos jogos, em que muitos dos elementos são os mesmos mas as coisas tomam rumos bastante diferentes. Master Chief, o protagonista vivido por Pablo Scheiber (Deuses Americanos) é um Spartan, um soldado modificado por bioengenharia, treinamento pesado e uma armadura altamente tecnológica, parte de um projeto criado pela Dra. Catherine Halsey (Natascha McElhone, de Designated Survivor) para formar soldados perfeitos para a UNSC, coalisão militar terráquea que cuida da expansão da vida humana na galáxia.
Assim como nos jogos, os Spartan são a tropa de elite da UNSC no combate aos inimigos espaciais, em particular o Covenant, uma sociedade formada por várias espécies alienígenas unidas por um fanatismo religioso contra um inimigo em comum: a humanidade. Porém, esses aliens não são os únicos alvos dos Spartan, nem sequer os primeiros. Esses soldados foram criados para lutar contra colônias insurgentes em planetas distantes, inibindo rebeliões contra a UNSC.
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— Paramount+ (@paramountplus) March 14, 2022
Esse papel "linha dura" dos Spartan é citado em alguns jogos, principalmente em Halo 4, e com mais frequência nos livros que narram os primeiros anos de John-117, o Master Chief, mas a trama dos games nunca deu um destaque maior ao relacionamento entre os Spartan e os civis nas fronteiras do espaço. Halo, a série de videogame, foi concebida em grande parte nos primeiros anos da Guerra ao Terror, na América pós-11 de setembro.
A série da Paramount, por sua vez, chega em um outro momento, em que a sociedade questiona a mentalidade belicista e, principalmente, as autoridades estabelecidas. É por isso que John-117 remove o capacete em muitas ocasiões, se recusa a obedecer ordens de seus superiores e demonstra empatia com a refugiada Quan Ha (Yerin Ha), última sobrevivente de uma colônia insurgente devastada pelo Covenant.
Nestes primeiros episódios, a dupla parece funcionar como outras parcerias entre o veterano silencioso, calejado e um aprendiz jovem e despreparado, mas de bom coração. Você já viu isso em The Mandalorian, The Witcher, Logan, The Last of Us e tantas outras vezes desde o mangá Lobo Solitário. É uma parceria construída pela empatia e não por circuitos cibernéticos, como a relação inicial de Chief e a I.A. Cortana, que aparece nestes episódios, mas bem diferente do que os fãs conhecem... embora ainda seja interpretada por Jen Taylor (atriz que dubla a personagem nos games - e também a Princesa Peach, de Super Mario!) e deixa a curiosidade sobre a direção que a trama vai seguir nos próximos capítulos.
A trama é contada de forma simples, que mesmo quem nunca encostou em um joystick consegue entender, mas sem simplificar seus principais elementos. A série não despeja toneladas de informação sobre o espectador, mas oferece dicas e sugestões de que há mais por trás de cada elemento apresentado, prendendo a atenção do começo ao fim de cada episódio: entre os ataques do inimigo cósmico e a brutalidade do próprio comando, Master Chief e seus colegas Spartan parecem dispostos a encontrar o próprio caminho.
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Os fãs dos games podem ficar tranquilos: Halo respeita essa paixão e não vai "estragar" os personagens favoritos de ninguém, apenas enriquecer suas narrativas pessoais, apresentando elementos e perspectivas que se somam ao que é visto nos jogos e, principalmente, nos livros. As cenas de ação estão presentes, assim como todo o aparato tecnológico - até com algumas tomadas em primeira pessoa, dando ao público o ponto de vista que estamos acostumados ao assumir o controle de Master Chief.
O que a série faz, logo de cara, é levar Halo para um novo tempo, uma mudança bem vinda e necessária.
Halo estreia em 24 de março no streaming Paramount+.