Jogamos: Stellar Blade tem tudo para ser um dos destaques do ano

Após o vazamento inesperado da demo de Stellar Blade há algumas semanas, fazendo até mesmo com que a Sony retirasse ela das contas dos usuários que a haviam adicionado em suas bibliotecas, finalmente ela está próxima de ser disponibilizada de forma oficial.

Tive a oportunidade de jogar a demo com antecedência e gostei muito daquilo que presenciei. Apesar de durar menos de uma hora, ela passa uma boa ideia daquilo que espera os jogadores no jogo completo.

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Inicialmente achei que iria me deparar com algo na mesma pegada de franquias como Bayonetta e Devil May Cry, mas na verdade o que Stellar Blade proporciona é uma experiência que parece mais uma mistura de Soulslike, NieR e Star Wars Jedi.

Na história, a humanidade perdeu a Terra em uma guerra contra uma raça alienígena invasora chamada Naytiba. A demo começa com a protagonista Eve e seus aliados sendo enviados à Terra em naves espaciais, com o objetivo de derrotar os Naytibas.

Combate recompensador

Logo de cara, o jogo te ensina os comandos básicos da jogabilidade. Inimigos mais fracos sucumbem sem esforço usando ataques rápidos, mas logo depois surgem oponentes mais fortes e é aí que a jogabilidade de Stellar Blade começa a mostrar a que veio.

Inimigos poderosos e chefes possuem um medidor de postura, que vai diminuindo sempre que Eve consegue bloquear de forma perfeita um de seus ataques. Quando esse medidor zera, o monstro fica aberto a um ataque visceral, que causa dano extremo, além de vir acompanhado de uma animação diferente para cada tipo de adversário, algo que é elevado ao quadrado nos chefes.

Isso me lembrou um pouco a mecânica de quebra de postura existente em Sekiro: Shadows Die Twice, sendo provavelmente um dos pontos de inspiração para a criação de algo similar a isso no jogo coreano.

Os combates são violentos, com sangue jorrando dos inimigos a cada ataque e eles podendo ser cortados inclusive ao meio. Bloquear e atacar também ajuda Eve a preencher um medidor para poder executar seus golpes especiais, que deixam as lutas mais dinâmicas, podendo inclusive ser o diferencial na hora em que a situação ficar mais complicada. Também há itens de cura, assim como granadas que você pode arremessar nos oponentes.

No geral, achei o sistema fantástico, pois recompensa os jogadores pela precisão e pune aqueles que ficarem simplesmente atacando sem uma estratégia, forçando-os a melhorar. Parecido com aquilo que acontece, inclusive, nos jogos da FromSoftware.

Desafio na medida certa

As lutas contra os chefes na demo se mostraram árduas, mas não a ponto de serem encontros impossíveis de serem concluídos. De qualquer forma, há um modo Normal, voltado para quem quer uma experiência mais difícil, e um modo História, que é mais amigável. 

Ao derrotar o primeiro chefe, após algumas cutscenes temos Eve aparecendo em outro local, uma cidade abandonada e destruída, onde mais elementos da jogabilidade vão sendo revelados. Neste lugar é possível ver que o jogo buscou inspiração em NieR: Automata no design dos cenários. Aliás, a trilha sonora da demo, a todo instante, fará você pensar que está jogando ao som do jogo da Square Enix, tamanha a semelhança das músicas entre as duas franquias. O motivo para isso é bem simples: quase metade das músicas de Stellar Blade foram feitas pelo estúdio Monaca, responsável pela trilha de NieR: Automata.

A cidade possui áreas escondidas na demo para serem descobertas, locais submersos onde Eve pode mergulhar em busca daquilo que estiver nas profundezas, corpos com senhas que você usa para destrancar portas e baús, e mais. Para ajudar a encontrar isso tudo, o drone que acompanha Eve na cidade possui um sonar que pode ser ativado apertando o touchpad, servindo para mostrar tudo aquilo que está em volta da personagem. 

A verticalidade está presente nesta região na demo. É possível subir em alguns locais, mas a jogabilidade de travessia pela cidade peca um pouco em determinados momentos, não parecendo muito precisa, o que inclusive me fez cair e até morrer por causa do impacto da queda. Outro ponto que me incomodou é que os itens no chão carecem de um maior destaque visual, podendo facilmente passar despercebidos.

Em certos lugares da cidade, há acampamentos onde Eve pode descansar para recuperar sua força vital, comprar itens em uma loja usando dinheiro obtido derrotando inimigos, adquirir novas habilidades ou golpes com os pontos recebidos via experiência ganha, melhorar sua arma e até mesmo trocar a música que está tocando. Há acampamentos menores, com menos opções, e um acampamento principal, onde tudo está disponível e que pode ser usado para realizar viagem rápida aos demais acampamentos. Se trata de algo muito parecido com as fogueiras dos jogos Soulslike e os locais de meditação de Star Wars Jedi. 

Falando mais sobre as habilidades, sempre que você libera uma, pode testá-la em uma sala de treino especial, acessada por meio da própria tela de habilidades. Na demo, pude desbloquear duas bastante úteis: uma que permite dar um contra-ataque forte ao desviar da investida inimiga no último instante e outra que teleporta Eve para atrás do oponente, apertando cima+círculo quando surge a animação de que ele vai dar um golpe finalizador.

As habilidades, juntamente com as esquivas, bloqueios de ataques, além de golpes tradicionais e especiais, funcionam muito bem em conjunto, fazendo com que seja possível dar cabo de todos os oponentes da demo depois de dominar esse sistema, incluindo os três chefes que nela estão, sendo dois na “campanha” e um terceiro que pode ser enfrentado em um modo extra chamado “Desafio do Chefe”, que aparece depois de você terminar a demo e lhe permite jogar com uma Eve mais experiente, com novos truques na manga e repleta de itens no inventário para você equipar.

Graficamente o que mais impressionou na demo foi o design dos personagens. Entre os humanos, quem mais se destaca, sem nenhuma surpresa, é Eve, que ficou realista e bem feita, ainda mais por ter sido baseada no escaneamento 3D da bela modelo sul-coreana, Shin Jae-eun. Trata-se de uma protagonista com um visual glamuroso e bem feminino, lembrando inclusive 2B de NieR: Automata. Há também de se ressaltar o design dos inimigos que você precisa encarar, todos grotescos e intimidadores, especialmente os chefes.

Eve, aliás, pode ter sua aparência alterada com itens chamados Nanotrajes. Na demo, existe o Traje de Mergulho Planetário com o qual você começa, e outros três que podem ser vistos no modo sobre o qual comentei mais acima. Há também um Traje de Pele, que surge por cima do corpo de Eve quando ela não possui outro traje equipado, evitando que ela fique nua.

Conclusão

Após terminar a demo, Stellar Blade passou a ser uma prioridade para mim e pretendo jogá-lo assim que ele for lançado no mês que vem. Se a jogabilidade continuar surpreendendo com novidades da mesma forma que ocorre na demo e a história se provar interessante, estaremos diante de um dos jogos obrigatórios do ano.

A demo estará disponível publicamente nesta sexta (29), totalmente em português, e você poderá tirar suas próprias conclusões depois de jogá-la. Já o jogo completo, chega no dia 26 de abril exclusivamente para PlayStation 5.