Kirby and the Forgotten Land é renovação divertida da franquia
Personagem completa 30 anos e dá seus primeiros passos em um mundo completamente 3D
Criado em 1992, Kirby completa seus 30 anos ganhando uma proposta de renovação muito bem-vinda em Forgotten Land, desenvolvido pelo estúdio HAL Laboratory e lançado exclusivamente para Nintendo Switch: pela primeira vez, o personagem comilão é transportado para um mundo completamente 3D.
Diferente de Mario ou The Legend of Zelda que já frequentam as três dimensões desde os 64 bits, Kirby and the Forgotten Land prefere manter mecânicas mais simples e acessíveis e não coloca o jogador em fases complexas ou em vastos mundos abertos. Ainda assim, diverte e talvez seja o melhor jogo da franquia.
Casual e divertido
Forgotten Land tem um enredo relativamente simples e transporta Kirby para um cenário pós-apocalíptico, semelhante às ruínas de um mundo antes habitado por humanos, para resgatar seus amigos Waddle Dees. Embora existam alguns aspectos sinistros por trás dessa história, eles se tornam secundários quando nos deparamos com a forma cativante que o game leva o jogador através de cenários coloridos, vibrantes, sempre cheios de vida e acompanhados de uma trilha sonora vibrante - pontos sempre fortes na franquia.
Kirby não foi criado para ser desafiador - aliás, está muito distante disso. Os dois níveis de dificuldade são bem casuais e nem o mais difícil deles assusta, nem mesmo nas elaboradas batalhas contra os chefes. As batalhas são sempre simples e dão mais destaque às inúmeras possibilidades de copiar as habilidades dos inimigos.
A simplicidade também pode ser vista na progressão do jogo, que leva o protagonista através de fases lineares com alguns segredos escondidos, mas que dificilmente passarão despercebidos por qualquer um minimamente atento. Além disso, há sempre pequenas tarefas para serem cumpridas nas fases principais, que liberam acesso para áreas extras, fator que incentiva ainda mais a exploração e proporciona boas recompensas, além de garantir um vasto conteúdo pós-jogo, sempre bem-vindo em títulos tão divertidos.
A linearidade das fases poderia tornar o jogo monótono, mas a forma como a desenvolvedora implementou novas mecânicas ao lado das já conhecidas da franquia torna tudo prazeroso e relaxante. Agora, além da possibilidade de absorver a habilidade de alguns inimigos, Kirby também consegue, através do Modo Mouthful, se transformar em objetos específicos encontrados pelas fases, como carros, escadas e até mesmo uma daquelas máquinas automáticas de refrigerantes. Essas transformações são essenciais não somente para passar pelos níveis, mas também para acessar alguns locais secretos. O Modo Mouthful foi muito usado durante a divulgação do jogo e levantou algumas suspeitas, mas funciona de maneira muito natural ao longo da jogatina.
Outra mecânica interessante é a forma como Kirby evolui em Forgotten Land. Através de pergaminhos normalmente encontrados nas fases secundárias, é possível aprimorar as habilidades copiadas dos inimigos, o que aumenta consideravelmente o poder da bolota e abre um vasto leque de possibilidades de customização.
Modo cooperativo
É possível jogar todo o conteúdo de Kirby and the Forgotten Land ao lado de um amigo, mas há várias limitações. O modo cooperativo é sempre ao lado de um Waddle Dee com movimentos limitados e sem a habilidade de copiar os poderes dos inimigos. É um modo conveniente e fácil, útil para envolver alguém da família, mas poderia ser bem melhor explorado e parece ser apenas experimental.
Considerações
Kirby and the Forgotten Land é um dos jogos mais divertidos da já vasta biblioteca do Nintendo Switch. O jogo é extremamente viciante, traz mecânicas novas e criativas para um mundo colorido, repleto de atividades e colecionáveis que incentivam a exploração e garantem um excelente conteúdo pós-jogo.
Há algumas poucas falhas, claro, mas nenhuma delas compromete a primeira aventura 3D do carismático personagem que completa 30 anos em grande forma.
Kirby and the Forgotten Land está disponível para Nintendo Switch.
*Está análise foi feita com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Nintendo.
