Nintendo Switch chega ao Brasil em setembro por R$ 3 mil
Lançado em 2017, videogame da Nintendo será vendido no País por Magazine Luiza e Americanas; jogos só poderão ser comprados digitalmente
Após cinco anos, a japonesa Nintendo vai voltar a vender seus videogames no Brasil: nesta sexta-feira, 4, a empresa anuncia o lançamento do Nintendo Switch, seu console atual, no País. A partir do próximo dia 18 de setembro, o eletrônico poderá ser encontrado em lojas como Magazine Luiza, Submarino e Lojas Americanas por R$ 3 mil - nos Estados Unidos, o aparelho é vendido por US$ 300.
É um retorno bastante aguardado - desde janeiro de 2015, quando a Nintendo fechou sua operação local no País, os brasileiros dependiam de viagens ao exterior ou do mercado cinza (contrabando) para ter acesso aos consoles da marca. Por enquanto, chegará ao Brasil apenas a versão principal do console, que pode ser tanto ligado a uma TV ou jogado em qualquer lugar, como um videogame portátil (veja infográfico abaixo). O aparelho será importado e tem certificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Segundo Bill van Zyll, diretor da Nintendo na América Latina, a empresa espera conseguir trazer o modelo Switch Lite, que é apenas portátil, para o mercado nacional em 2021 - no exterior, o modelo é vendido por US$ 199. Também começarão a ser vendidos no próximo dia 18 dois tipos diferentes de controles para o videogame - o Pro Controller, de formato mais clássico, custará R$ 469; já quem desejar um par extra do Joy-Con Controller, nativo do Switch, terá de desembolsar R$ 499.
"Somos uma empresa bem cuidadosa e gostamos de trabalhar passo a passo. É impossível ignorar o Brasil, é o maior mercado de games na América Latina, mas gostamos de ter cuidado com o que fazemos", diz o executivo, em entrevista ao Estadão. Ele faz referência à reaproximação cautelosa que a japonesa fez com o Brasil nos últimos dois anos, após o lançamento do Switch: hoje, brasileiros podem comprar jogos digitais para o videogame, por meio do site Loja Nintendo, bem como assinar o serviço digital Nintendo Switch Online, que permite partidas pela internet e dá acesso a uma biblioteca de jogos antigos.
Por enquanto, segundo Zyll, não há previsão para que a empresa volte a vender jogos em formato físico no País - vendidos no exterior por cerca de US$ 60, eles podem ser encontrados em lojas por aqui custando acima de R$ 300. De acordo com o executivo, também não há previsão para que os jogos da japonesa comecem a ser "localizados" para o Brasil - recebendo tradução e dublagem para o português local, embora alguns deles tenham versões para o português de Portugal.
Com o lançamento, a Nintendo também vai reforçar sua assistência técnica no Brasil - segundo Zyll, quem já tem um Switch também poderá requisitar suporte no País, mesmo que o aparelho não tenha sido comprado aqui, dependendo da comprovação de condições de compra. "Cada situação é única, mas estamos de olho nisso", diz.
Segundo o executivo, a expectativa da Nintendo é de que os brasileiros encontrem no Switch um produto para se entreter durante os tempos difíceis da quarentena. "Levamos vários anos para esse lançamento e aconteceu de estarmos prontos agora. Há quem questione se é a hora certa de lançar, mas esperamos que os brasileiros se divirtam com o Switch, reforçando nosso compromisso com o Brasil", afirma Bill van Zyll.
Ao Estadão, ele não nega que a questão cambial - e com o dólar em um dos patamares mais altos da história - é um obstáculo. "O equilíbrio para ter um preço acessível é sempre um desafio". Outro problema, espera-se, é que o Switch deve bater de frente nas vendas de final de ano com dois videogames mais novos - o PlayStation 5 e o Xbox Series X. Ainda sem previsão de preço ou data de lançamento no Brasil, os dois aparelhos devem ocupar os corações e mentes dos jogadores no final do ano com suas novidades e gráficos de última geração.
Além disso, muitos brasileiros ainda olham para os modelos atuais, PlayStation 4 e Xbox One, como sonhos de consumo e ambos têm preços mais acessíveis que o Switch, um fator importante em tempos de crise econômica deflagrada e desemprego em alta. Mas Zyll não se preocupa com a concorrência. "O Switch e o que a Nintendo faz são únicos, com um videogame que pode ser portátil ou jogado em casa e personagens que só nós temos, como Mario, Zelda e Pokémon" diz ele. "Pedimos desculpas por termos ficado longe por um tempo, mas estamos aqui agora e vemos potencial no Brasil".