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O que foi o "Pânico Satânico" de Stranger Things?

Perseguição ao Hellfire Club de Eddie Munson é baseada em fatos reais

15 jul 2022 - 11h28
(atualizado às 11h28)
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Eddie Munson (Joe Quinn) é vítima do Pânico Satânico em Stranger Things
Eddie Munson (Joe Quinn) é vítima do Pânico Satânico em Stranger Things
Foto: Netflix / Reprodução

O grande vilão da quarta temporada de Stranger Things pode ser Vecna, mas o maior perigo para os jovens habitantes de Hawkins não é o poderoso paranormal escondido no Mundo Invertido, mas o pânico que toma conta da cidade e faz com que as pessoas peguem em armas para caçar o metaleiro Eddie Munson.

Esse 'surto' aconteceu em muitas cidades pequenas dos EUA nos anos 1980 e começo dos anos 90, e ficou conhecido como "Pânico Satânico". Assim como na série da Netflix, tudo começou com a associação entre o até então inofensivo Dungeons & Dragons com cultos de "adoradores do diabo".

Histeria coletiva

Considerado um caso recente de histeria coletiva, o Pânico Satânico na série começa com crimes violentos, como as mortes em Hawkins provocadas por Vecna, sendo associados aos jovens mais 'diferentes' da região, caso de Eddie Munson, fã de heavy metal, repetente na escola e líder de um grupo de jogadores de RPG que leva um nome provocativo, o "Hellfire Club" (Clube do Fogo do Inferno, em tradução livre).

Crianças jogando RPG assustavam adultos no final dos anos 1980
Crianças jogando RPG assustavam adultos no final dos anos 1980
Foto: Netflix / Reprodução

Em uma sociedade mais conservadora, jovens como Eddie já eram mal vistos pelo jeito de se vestir, atitudes e gosto musical, com álbuns de heavy metal com imagens demoníacas na capa. Os livros de D&D da época também tinham muitas referências a diabos e demônios e para quem não jogava, era estranho ouvir as crianças e jovens que passavam noites juntas 'conjurando magias', por exemplo.

Em Stranger Things, Eddie é caçado por moradores da cidade, liderados pelo carismático capitão do time de basquete colegial. Armados, com medo e sede de vingança, os moradores de Hawkins decidem fazer justiça sem questionar a inocência de Eddie.

Baseado em fatos reais

Essa história é muito parecida com a de Damien Echols, acusado e preso sem provas no Arkansas, em 1993, no caso conhecido como o "Trio de Memphis". Neste caso real, três crianças sumiram em 5 de maio de 1993 em West Menphis, no Arkansas. Seus corpos foram encontrados no dia seguinte, vítimas de tamanha violência que se espalhou pela cidade que as crianças tinham sido submetidas a um ritual macabro e satânico.

O jovem gótico Damien Echols foi acusado sem provas e preso junto com seu melhor amigo, Charles Jason Baldwin. A polícia obteve como prova uma confissão de outro jovem, Jessie Misskelley, após 12 horas de interrogatório, mas além da pressão, foi comprovado que o rapaz não tinha capacidade para ser uma testemunha crível. Ainda assim, a confissão bastou para condenar Damien Echols à pena de morte e os outros dois jovens à prisão perpétua - eles conseguiram a liberdade depois de passar 18 anos encarcerados.

O Pânico Satânico era um tema que os irmãos Duffer queriam abordar nesta temporada de Stranger Things e para isso, estudaram o caso do Trio de Memphis, registrado no documentário 'O Paraíso Perdido', cujo trailer você confere acima.

"Nós queríamos aquele personagem que é um metaleiro, ele gosta de Dungeons & Dragons mas no fundo é um nerd de coração. Mas quem olha de fora pensa 'esse cara é assustador'", contou Ross Duffer sobre a inspiração para Eddie.

A quarta temporada de Stranger Things está disponível na Netflix.

Fonte: Game On
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