Oficial: Microsoft conclui a compra da Activision Blizzard
Depois de um litígio que durou mais de 20 meses, a Microsoft concluiu hoje (13) a aquisição da Activision Blizzard. Apesar de alguns detalhes burocráticos, na prática a dona do Xbox já está em posse de franquias como Call of Duty, Overwatch e Crash Bandicoot.
Anunciado em janeiro de 2022, o negócio de quase US$ 70 bilhões é considerado o maior da história da indústria dos games. Justamente por causa das cifras e do impacto da compra é que a negociação passou por tantos questionamentos jurídicos.
O acordo foi concluído porque a CMA (Autoridade de Concorrência e Mercados, em tradução) do Reino Unido apresentou um "sinal verde". A entidade chegou a abrir uma investigação contra a fusão, já que acreditava que poderia haver prejuízos para o mercado de jogos eletrônicos.
A entidade liberou a aquisição da Activision Blizzard porque a Microsoft tomou medidas chamadas de "remédios". Dentre as ações para evitar um possível monopólio, a empresa mãe do Xbox cedeu os direitos de distribuição de games da Activision Blizzard via nuvem para a Ubisoft. Com isso, o serviço de assinatura Ubisoft+ terá em seu catálogo títulos como Spyro, Hearthstone, Guitar Hero, StarCraf, Diablo e outros.
Considerado outro pivô do imbróglio, a franquia Call of Duty também passou por concessões. A Microsoft prometeu lançar os games de tiro para consoles PlayStation e Nintendo por pelo menos 10 anos.
Os games estão dentre os mais vendidos principalmente no PlayStation e por isso a empresa japonesa afirmou publicamente que queria barrar o acordo, já que teme ser prejudicada por uma suposta exclusividade de CoD para o Xbox.
FTC
A compra da Activision Blizzard pela Microsoft já havia sido aprovada em diversos mercados pelo mundo, incluindo Arábia Saudita, Chile, Sérvia, Japão e Europa. Neste sentido, o Brasil foi uma das primeiras nações a chancelar o acordo.
Em outubro do ano passado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu um parecer defendendo que a junção de empresas não apresenta "riscos significativos à concorrência".
Além da Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido, a posição do Brasil não foi acompanhada também pelo Federal Trade Commission (FTC), dos Estados Unidos. O órgão antitruste chegou a pedir uma liminar na justiça para que as negociações fossem interrompidas, tudo para que mais estudos fossem realizados.
Apesar de uma liminar negada pela juíza Scott Corley, do Tribunal Distrital da Califórnia, o órgão dos Estados Unidos não tem poder, no momento, para segurar a conclusão do negócio. Com isso, as empresas finalmente estão se unindo em um dos maiores negócios do mundo dos games.
'Será bom para o mercado'
Em comunicado, a Microsoft comemorou a aprovação da compra da Activision Blizzard pela CMA. Após o órgão do Reino Unido dizer que a aquisição será boa para o mercado, o executivo Brad Smith, presidente da dona do Xbox, celebrou a ocasião.
"Estamos gratos pela análise e decisão completas do CMA hoje", disse Smith, na rede social X (Twitter). Já ultrapassamos o último obstáculo regulatório para fechar esta aquisição, que acreditamos beneficiará os jogadores e a indústria de jogos em todo o mundo."
We're grateful for the CMA's thorough review and decision today. We have now crossed the final regulatory hurdle to close this acquisition, which we believe will benefit players and the gaming industry worldwide.
— Brad Smith (@BradSmi) October 13, 2023
Bobby Kotick, CEO da Activision Blizzard, também enviou um comunicado aos seus funcionários celebrando o negócio. "Estamos entusiasmados com nosso próximo capítulo junto com a Microsoft e com as infinitas possibilidades que ele cria para você e para nossos jogadores."
