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Há 40 anos, o videogame morreu, renasceu e explodiu

Tudo mudou (para melhor) em 1983

6 dez 2023 - 05h00
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Há 40 anos, o videogame morreu, renasceu e explodiu
Há 40 anos, o videogame morreu, renasceu e explodiu
Foto: Reprodução / Polyvox/Acervo Marcus Garrett

É correto afirmar que 1983 foi o ano mais importante da história dos videogames. Mas talvez não seja pelos motivos que todos pensam.

A cultura popular já difundiu a história conhecida como "o crash da indústria dos games nos Estados Unidos em 1983". A saturação do mercado (entre vários outros fatores) fez o negócio dos jogos eletrônicos naufragar na terra natal do Atari (que apesar do nome, foi fundada por engenheiros norte-americanos).

O que ocorreu em seguida é tão inacreditável que parece cena de filme – e que, de fato, só deixou de ser lenda urbana por causa de um filme. Na tentativa de diminuir seu estoque infinito de produtos encalhados, a Atari enterrou milhares de consoles e cartuchos em um lixão no estado do Novo México. Só ficamos sabendo disso porque o ótimo documentário Atari: Game Over investigou a fofoca e nos mostrou as cenas.

Mas, e no Japão? O que acontecia por lá, no momento em que os EUA sepultavam o Atari? Na verdade, muita coisa. O mítico 1983 marcou os lançamentos de dois novos produtos, o Famicom da Nintendo e o SG-1000 da Sega (ambos, curiosamente, no mesmíssimo 15 de julho). As duas máquinas marcam o início da chamada "terceira geração de consoles", que teria seu estouro mundial somente dois anos depois, com o lançamento ocidental do Famicom, já com outro design e rebatizado como NES (Nintendo Entertainment System).

O Brasil, por sua vez, vivenciava uma revolução particular de costumes – "O Natal do videogame" –, conforme apontava a imprensa da época em manchetes cheias de estardalhaços. Tardiamente, o Atari 2600 da Polyvox/Gradiente surgia como o brinquedo mais desejado do país, impulsionado por uma campanha de marketing agressiva e das mais eficientes. O "Atari da Atari" tornava oficial um mercado que já mexia seus pauzinhos há alguns anos, movido a máquinas clones e cartuchos copiados, fabricados com os esforços da engenharia reversa por empresas locais (favorecidas pela bizarra lei da reserva de mercado).

É chocante comparar o mundo globalizado de hoje com o que havia 40 anos atrás. EUA, Brasil e Japão funcionavam em ritmos diferentes e sofreram impactos profundos durante a mesma época, mas cada um à sua maneira. A indústria norte-americana precisou morrer para ressuscitar mais tarde. A japonesa começava a estabelecer os formatos que seriam seguidos até hoje em todo o mundo. E o Brasil teve seu primeiro contato real com o ramo mais promissor e interessante da indústria do entretenimento. Tudo isso no mesmo período de doze meses ou menos.

Para debater e celebrar esse momento histórico tão peculiar, fui atrás de convidados especiais para a última edição do meu programa Game On Pop. Os historiadores Marcus Garrett e Fabio Santana trouxeram seus conhecimentos, pontos de vista e lembranças do impacto na indústria mundial desse longínquo e essencial 1983 – o ano que foi determinante para a onipresença dos videogames em nossas vidas. 

Assista e viaje no tempo conosco

*O texto acima faz parte da edição mais recente da newsletter semanal Extra Level, assinada por Pablo Miyazawa. Para assinar gratuitamente e não perder os assuntos mais importantes do mundo dos games e da cultura pop, clique aqui.

Fonte: Game On
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