Por que eu adoro eventos de games
Não há nada como compartilhar paixões ao lado de gente como a gente
Não me pergunte o motivo, mas eu adoro eventos de games. Ok, você nem precisa perguntar porque eu faço questão de explicar.
A cobertura da Brasil Game Show 2023 no Terra Game On é um oferecimento da Cruzeiro do Sul Virtual, a instituição de ensino superior que se reinventa todos os dias para garantir cursos fantásticos e um futuro brilhante para estudantes em todo o Brasil!
Eu acredito que os eventos de fãs servem a alguns propósitos importantes. O principal deles é reunir, em um mesmo lugar, muitas pessoas que compartilham das mesmas paixões. Esse potencial agregador é importante para nos entendermos como seres sociais. Sentir que não se está sozinho é essencial para entrarmos em sintonia com o mundo em que vivemos. Filosófico, mas é real.
É sobre isso, mas não é só isso. Eventos trazem oportunidades. Afinal, em qual outro lugar se experimenta jogos ainda não lançados, ou se tem contato com personalidades importantes que fizeram a diferença no passado? Também há a questão do entretenimento puro e simples: descontando os perrengues (que sempre ocorrem quando se reúne muita gente), fazer parte de um evento desses pode render muitos momentos divertidos, dignos de guardar na memória e/ou publicar no Instagram.
Junte tudo isso ao amor bonito que muita gente compartilha pelos videogames e o resultado é uma experiência coletiva interessante que merece ser desejada, observada e aproveitada. Você pode até não curtir grandes multidões, mas há de concordar que as boas vibrações que circulam nas reuniões de fãs podem ser tão abundantes quanto inspiradoras. Em uma realidade pós pandêmica, esse contato próximo ganha uma importância ainda maior.
Tenho frequentado eventos do mundo nerd desde que comecei a trabalhar com jornalismo, no final dos anos 1990. No princípio, o que havia era bastante nichado, como o Animecon e o Anime Friends, voltados aos aficionados por cultura pop oriental. O mercado de games nem sempre foi tão bem organizado por aqui, então as possibilidades eram escassas. Houve uma Electronic Game Show em 2005 que deu pistas do enorme potencial desse segmento. Na virada da nova década, tudo mudou com o surgimento da Brasil Game Show, ou BGS, como a festa logo se autodenominou.
Como você deveria saber, essa semana acontece a décima-quarta edição da BGS em São Paulo. As muitas atrações podem interessar tanto aos nostálgicos como aos sedentos por novidades. Há presenças muito ilustres, como Alexey Pajitnov (criador de Tetris), Nolan Bushnell (fundador da Atari) e Naoki Yoshida (diretor dos games Final Fantasy), e também jogos inéditos para testar, como Super Mario Wonder e Prince of Persia, nos espaços exclusivos da Nintendo e da Ubisoft.
A Sega do Sonic também estará representada oficialmente com um estande pela primeira vez. As ausências das eternas parceiras PlayStation e Xbox certamente serão sentidas, assim como a de Charles Martinet, dublador do Super Mario, que cancelou a participação na última hora. Estandes de empresas de tecnologia e organizações de esporte eletrônico não faltam, além de uma longa lista de influenciadores do mundo gamer, ativações e experiências.
Estarei na BGS em alguns dias para trombar os velhos amigos, fazer entrevistas e também para mediar alguns painéis do BGS Talks (tente adivinhar quais). Provavelmente também vou ter o prazer de encontrar muita gente que só vejo nessas ocasiões, e a graça é essa mesmo. Assim como todo evento de grande porte, a experiência é cansativa, cara, barulhenta e tem lá seus percalços, mas é muito divertida. Não me imagino deixando essa rotina de lado tão cedo.
A cada ano, felizmente, o panorama brasileiro se torna mais interessante nesse assunto. Além da BGS, ainda temos o BIG Festival (que faz cada vez mais jus ao nome), a CCXP (que não é exatamente de games, mas tem suas conexões) e outros eventos menores e não por isso menos interessantes, como o recém-criado Retrocon (para os adeptos da nostalgia). Tem um pouco para todo mundo e para cada tipo de fã.
Celebrar e compartilhar minha relação de vida com os videogames é o motivo número 1 para eu continuar a apreciar e visitar esses eventos. Se eu consegui te convencer, o convite está feito. Não deixe de dar um alô se me encontrar por lá.
*O texto acima faz parte da edição mais recente da newsletter semanal Extra Level, assinada por Pablo Miyazawa. Para assinar gratuitamente e não perder os assuntos mais importantes do mundo dos games e da cultura pop, clique aqui.