Análise: Tchia é aventura pitoresca e relaxante
Jogo da Awaceb para PC e consoles PlayStation estará disponível na PS Plus no lançamento
Tchia é, acima de tudo, uma carta de amor para Nova Caledônia. A terra natal dos cofundadores da Awaceb, estúdio responsável pelo desenvolvimento do jogo, serve como fonte de inspiração para uma aventura relaxante em mundo aberto, onde a exploração e a liberdade são cativantes.
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Enquanto a pequena ilha do Oceano Pacífico cria um ambiente muito único, as mecânicas de exploração já são familiares para muitos jogadores. The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Super Mario Odyssey são peças influentes no mundo da jovem Tchia: a garotinha pode, por exemplo, escalar árvores e pequenos penhascos e pular deles com seu próprio parapente, assim como Link em sua aventura mais recente, e também pode transportar sua alma para outros animais e objetos, de forma semelhante ao que Cappy fazia por Mario no jogo da Nintendo de 2017.
Essa mistura de mecânica torna cada viagem até o próximo destino repleta de possibilidades. Explorar cada ambiente e apreciar as paisagens, inspiradas nos marcos, folclores e tradições da Nova Caledônia, e descobrir as várias formas de fazer isso torna as missões, em sua maioria muito simples, em momentos prazerosos e introspectivos, sentimentos que ficam ainda mais ressaltados pela quase completa ausência de marcadores no mapa.
O jogo te mostra onde ir, mas te deixa livre para criar seu próprio caminho. É possível usar uma jangada estilosa e personalizável ou se tornar um golfinho para navegar pelo mar; transportar sua alma para um pássaro e alçar voos infinitos pela ilha; ou até mesmo ir caminhando, o que também pode ser muito divertido.
Outro elemento que chama a atenção é a ausência de combates diretos. A protagonista pode arremessar objetos em seus inimigos e atear fogo neles, mas não muito mais do que isso. Essa limitação é um pouco cansativa - embora justificada por ser um jogo voltado para a família - e se junta a alguns bugs e dificuldades de movimentação em determinados lugares para trazer à tona os poucos problemas que são capazes de comprometer um pouco a experiência.
Já a narrativa é bem simples e, mesmo com momentos comoventes, serve apenas como pano de fundo para a aventura: o pai de Tchia foi sequestrado por um ditador local, chamado Meavora, e a garotinha precisa partir em seu resgate. Embora a maioria dos personagens sejam carismáticos, não trazem nenhum senso de urgência que prenda o jogador na história de uma forma parecida ao que o jogo faz com a exploração.
Ainda há muito mais para ser visto e feito em Tchia. O jogador pode tocar Ukulele - que inclusive serve para mudar a hora do dia ou o clima -, empilhar pedras em momentos meditativos, preparar refeições e participar de muitas outras atividades, todas elas abordando um pouco da cultura local de uma forma muito acolhedora.
Vale ressaltar que os personagens são todos dublados por talentos da Nova Caledônia, falantes de francês ou drehu, os principais idiomas locais, mas está totalmente legendado em português.
Considerações
Com gráficos coloridos que adotam um estilo de arte pitoresco e combinam perfeitamente com tudo o que o jogo quer mostrar e uma trilha sonora brilhante, Tchia é o jogo perfeito para relaxar. É uma aventura descompromissada, mas prazerosa e dona de uma liberdade raramente sentida, em que os elementos técnicos criam algo divertido em um cenário que pede para ser explorado livremente.
Tchia será lançado em 21 de março de 2023 para PC, PlayStation 4 e PlayStation 5 e estará disponível no catálogo da PlayStation Plus Extra e Deluxe.
*Esta análise foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela Kepler Interactive.
