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Atomic Heart: Gráficos incríveis não salvam jogo da repetição

Aventura em uma União Soviética futurista e alternativa é bonita de se ver

6 mar 2023 - 15h03
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Atomic Heart é ambientado em União Soviética futurista e cheia de robôs
Atomic Heart é ambientado em União Soviética futurista e cheia de robôs
Foto: Atomic Heart / Divulgação

É sempre gratificante ver um jogo finalmente ser lançado, mesmo anos após o seu anúncio inicial. Infelizmente, muita expectativa pode acabar virando uma maldição, e é essa a sensação que Atomic Heart me trouxe. Desenvolvido pela Mundfish e publicado pela Focus Entertainment, Atomic Heart me decepcionou em maneiras que eu não estava preparado.

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USSR vibrante e futurista

O início de Atomic Heart é maravilhoso, com os jogadores sendo transportados para uma feira tecnológica no coração da USSR, onde robôs altamente inteligentes trabalham para suprir todas as demandas de uma boa vida pelo Partido Comunista. Com uma direção de arte impecável e gráficos incríveis, a primeira impressão de Atomic Heart é positiva, e te deixa esperançoso para uma grande aventura em um mundo totalmente distópico e fora da realidade.

Jogamos como P3, um soldado especializado em lutar contra os inimigos da nação soviética e que acaba de chegar no complexo 3826. Um grande festival está acontecendo, feito para comemorar o lançamento da nova rede neural que promete revolucionar a tecnologia robótica, mas uma sabotagem faz com que todos os robôs conectados ataquem os humanos, causando uma carnificina por todo lugar. Caído e ferido, P3 recebe ordens para encontrar o traidor responsável pelo acidente, enquanto tenta sobreviver às hordas de robôs assassinos, disponíveis em diferentes modelos e formatos.

Combate repetitivo e exploração tediosa

Atomic Heart combina tiroteio em primeira pessoa com uso de poderes
Atomic Heart combina tiroteio em primeira pessoa com uso de poderes
Foto: Atomic Heart / Divulgação

A jogabilidade deveria ser o ponto mais forte do jogo, mas a única coisa que eu senti foi desprezo e tédio. As mecânicas funcionam bem, porém o design por trás do jogo faz com que o combate se torne maçante e repetitivo durante uma boa parte da campanha curta de 6 horas. O uso de armas de fogo é bem simples, mas o foco do jogo fica por conta do combate mano-a-mano inspirado por jogos como Dead Island e Dying Light. Diferente destes jogos, o combate de Atomic Heart não é divertido o suficiente para se manter por várias horas de gameplay.

Eu admito que, por conta dos trailers, eu imaginava o jogo com uma pegada mais parecida com a de Bioshock, visto que o jogador pode equipar poderes especiais em sua mão e lançá-los durante o combate, mas a semelhança acaba por aí. O uso de tais poderes é lento, a árvore de habilidades é patética e eles não influenciam o combate da forma que deveriam influenciar. Por mais que o jogo ofereça um arsenal diferenciado de armas únicas, o núcleo do combate continua sendo a mesma coisa do começo até o fim.

Uma boa parte da jogabilidade se resume em você bater no inimigo com um machado, esquivar dos ataques e repetir essa mesma fórmula por várias e várias vezes até que o robô esteja no chão. Repita este processo quando estiver lutando contra vários robôs de uma só vez e perceba que o combate não tem nada de especial. Não existe a necessidade de nenhum tipo de tática por trás, já que o combate permanece do mesmo jeito mesmo lutando contra diferentes tipos de inimigos, incluindo os chefes que só servem para demonstrar boas animações e designs criativos.

Robôs são onipresentes na União Soviética de Atomic Heart
Robôs são onipresentes na União Soviética de Atomic Heart
Foto: Atomic Heart / Divulgação

As missões do jogo são repetitivas, com a narrativa sendo jogada entre momentos lineares e entre um mundo aberto totalmente inútil e sem graça. No mapa, é possível infiltrar-se em bases especiais para garantir esquemas de armas e melhorias, mas o jogo não oferece uma forma de marcar essas localizações em seu HUD. Durante a exploração, você pode ser identificado por uma câmera escondida, que vai invocar uma horda de robozinhos para te atacar, criando esse ciclo maçante de “andar, matar e lootear.” 

O mundo aberto deixa os problemas de Atomic Heart mais evidentes, principalmente no combate e na exploração. Mesmo que estes problemas ainda estejam presentes nas missões lineares (como missões chatas de encontrar itens espalhados em locais diferentes para poder prosseguir), o jogo consegue mascarar-los por conta de sua história, mas não é o suficiente. Fica difícil encontrar coisas positivas para falar sobre o jogo, com exceção da direção de arte que é magnífica e sua performance nos PCs.

Gráficos excelentes e performance agradável

Atomic Heart roda muito bem e os gráficos são incríveis pelo menos
Atomic Heart roda muito bem e os gráficos são incríveis pelo menos
Foto: Atomic Heart / Divulgação

Sinto que falar sobre isso é chover no molhado, mas os gráficos e a direção de arte de Atomic Heart são incríveis. Desde os robôs diferenciados até as estruturas futuristas baseadas na arquitetura soviética do mundo real, o mundo de Atomic Heart entrega sensações de estranheza e curiosidade do início ao fim.

A luz do sol reflete na superfície metálica das instalações científicas do complexo 3826, os robôs sofrem danos superficiais na sua lataria dependendo de seus ataques, músicas de época tocam pelas rádios espalhadas no ambiente e animações espetaculares ajudam a fazer com que este mundo se pareça mais realista possível. Além disso, mesmo com texturas de alta qualidade sendo carregadas em tempo real, o jogo não sofre com quedas drásticas de performance. A otimização de Atomic Heart é agradável, mesmo rodando com todas as opções gráficas no ultra e em 1440p.

Considerações 

Quem poderia imaginar que uma versão alternativa da União Soviética poderia ser algo tão… chato? Gráficos belos ao lado de uma direção de arte impecável não conseguem salvar Atomic Heart de entregar um combate repetitivo, uma exploração tediosa e uma narrativa que não é interessante. As duas primeiras horas do jogo são mágicas, mas perde o ritmo muito rápido por conta de missões nada interessantes e um mundo aberto praticamente inútil.

Atomic Heart - Nota 4
Atomic Heart - Nota 4
Foto: Game On / Divulgação

Atomic Heart está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S. O jogo está incluso no catálogo do Game Pass.

*Esta análise foi feita no PC.

Fonte: Game On
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