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Como Prince of Persia revolucionou a forma como os jogos são feitos

Jogo foi fruto da imaginação e do talento de Jordan Mechner, que utilizou técnica cinematográfica no desenvolvimento de jogos

12 jan 2024 - 16h16
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Como Prince of Persia revolucionou os games:

Lançado em 1989 para o antigo computador Apple II, o clássico Prince of Persia foi um marco no universo dos videogames. Inicialmente de sucesso moderado, as conversões para Mac e IBM-PC e, posteriormente, para consoles 8 e 16-bits levaram Prince of Persia ao grande público, tornando o título um grande sucesso dos videogames.

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O triunfo de Prince of Persia influenciou uma geração de game designers. Desenvolvedoras ocidentais e japonesas passaram a seguir a receita da aventura inspirada nas Mil e uma Noites, sobretudo em dois quesitos cruciais atualmente: animação e narrativa. 

Revolução rotoscópica

No início da década de 1980, Jordan Mechner, apaixonado por jogos e por cinema, fez uso de uma tradicional técnica cinematográfica durante o desenvolvimento de um videogame: a rotoscopia, que é o traço sobre fotogramas de movimentos humanos reais – era algo inédito na indústria.

Mechner utilizou a técnica em seu primeiro jogo de sucesso, chamado Karateka, publicado em 1984. Anos depois. a técnica foi aperfeiçoada e utilizada sobre o título que o tornou conhecido em todo o mundo: Prince of Persia.

Antigo digitalizador utilizado em Prince of Persia
Antigo digitalizador utilizado em Prince of Persia
Foto: Reprodução

Jordan Mechner desenvolveu um intrincado processo para desenhar as animações presentes em Prince of Persia. Primeiro, com uma câmera VHS, filmou seu irmão em movimentos que posteriormente seriam incluídos no game. Depois, ele passou os vídeos em um videocassete e fotografou os quadros com uma câmera fotográfica apoiada sobre um tripé.

Mechner levava os rolos de filmes fotográficos até uma reveladora local, unia as tiras reveladas e marcava os contornos do seu irmão em cada quadro com uma caneta sharpie e um corretor líquido para, em seguida, levá-los à uma máquina de Xerox. Mechner desenhava sobre os xerox em uma mesa de animação, para então apontar uma câmera de vídeo conectada a um digitalizador compatível com o Apple II. Por último, ele transferia os quadros para o computador e os desenhava como pixels. Já para os movimentos dos duelos de espada presente no game, Mechner utilizou o processo em uma cena do filme As Aventuras de Robin Hood.

Para os movimentos dos duelos de espada presente no game, Mechner usou sua técnica em uma cena do filme "As Aventuras de Robin Hood".
Para os movimentos dos duelos de espada presente no game, Mechner usou sua técnica em uma cena do filme "As Aventuras de Robin Hood".
Foto: Reprodução

O realismo e a fluidez eram inéditos nas animações presentes em jogos de videogame e influenciaram toda uma geração. No Mega Drive, a versão de Alladin, lançada pela Virgin Interactive, utilizou uma técnica inspirada nos passos de Mechner, chamada "soft cell", em que quadros de animações semelhantes aos usados no longa-metragem foram escaneados e posteriormente implementados no game. Disney 's Aladdin terminou sendo o segundo título mais vendido de toda a biblioteca de games do 16-bits da Sega, perdendo apenas para Sonic the Hedgehog.

O sucesso de Prince of Persia se estendeu pela década de 1990, que viu surgir o novo sub-gênero batizado de "cinematic platform". Jogos como Flashback, Another World, Blackthorne, Oddworld: Abe’s Exoddus e, mais recentemente, Limbo, Lunark, e Flashback 2 fizeram sucesso tanto em PCs quanto em consoles.

Legado narrativo

O aspecto narrativo também foi um grande legado de Prince of Persia. Lançado em uma época em que muitos games mal tinham alguma trama e vários outros a resumiam em uma ou duas caixas de texto sobre um fundo simples, em Prince of Persia o jogador era lembrado que seu tempo para salvar a princesa do vizir do mal era contado em curtas mas eficientes cenas que rolavam de tempo em tempo durante a tensa campanha do jogo.

Esse aspecto foi ampliado na sequência, Prince of Persia 2: The Shadow and the Flame, lançada 4 anos depois, para PC, Mac e SNES e também desenhada por Jordan Mechner. Anos mais tarde, a série Prince of Persia foi adquirida pela Ubisoft, e os primeiros títulos sob supervisão da empresa francesa também contaram com a participação de Jordan Mechner – que, inclusive, está ansioso para pôr as mãos no próximo título da franquia.

O próximo título da franquia, Prince of Persia: The Lost Crown, será lançado no dia 18 de janeiro, para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series X|S. Aqueles que adquirirem a Edição Deluxe, terão três dias de acesso antecipado. Confira nossa análise sobre o jogo, que representa um retorno triunfal da franquia.

Fonte: Game On
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