Company of Heroes 3 é um jogo de estratégia excepcional
Grandes batalhas da Segunda Guerra Mundial são recriadas em excelente retorno da franquia de RTS da Relic
Eu sempre gostei de papéis de liderança, e não existe um gênero melhor para isso do que jogos de estratégia. Company of Heroes 3, desenvolvido pela Relic Entertainment, entrega uma ótima experiência baseado em duas histórias da Segunda Guerra Mundial que não recebem tanta atenção na mídia.
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Company of Heroes 3 é um jogo de estratégia em tempo real ambientado na segunda guerra mundial, mais precisamente durante as campanhas italianas e africanas que ocorreram entre 1941 e 1945. Desta vez, o jogo oferece duas formas diferentes de jogar, baseados em conflitos reais.
Dois lados de uma guerra
O primeiro (e principal) modo em Company of Heroes 3 é a campanha italiana. Através de um tabuleiro gigantesco da Itália, o jogador precisa manejar recursos e comandar diversos esquadrões enquanto retoma o país das garras do exército nazista. A campanha, que é totalmente dinâmica, reage de acordo com as ações tomadas pelo jogador na guerra e tem um simples objetivo central: ir até Roma.
Neste modo, o jogo divide o foco das batalhas em tempo real e introduz uma dinâmica de turnos. Acompanhado de três líderes de facções diferentes, o jogador precisa tomar decisões estratégicas em seu turno, enquanto comanda o exército aliado no campo. Este modo pode ser um pouco confuso no início, principalmente para quem está acostumado com outros jogos do gênero, mas o jogo oferece bastante informação na tela que explica detalhadamente o que fazer.
Ao encontrar uma facção inimiga ou começar o cerco de alguma cidade controlada, o jogo volta para as batalhas em tempo real, que estão melhores do que nunca. Várias melhorias foram adicionadas para que o combate do jogo se tornasse mais leve e divertido que o seu antecessor, com a principal adição sendo a possibilidade de ativar uma “pausa tática”, que literalmente pausa o combate e permite que você realize novas jogadas sem perder o fôlego.
Durante o gameplay, o jogador controla unidades individuais e as posiciona no campo de batalha, tendo que gerenciar recursos, construir bases e bolar estratégias para levar seus soldados à vitória. As unidades são divididas em diferentes tipos, como infantaria, tanques e artilharia, cada uma com suas próprias vantagens e desvantagens. Infelizmente, o jogo pode se tornar repetitivo em algumas situações, mas ele é dinâmico o suficiente para reerguer o interesse do jogador de forma rápida e coesa.
Além da massiva campanha italiana, o jogo oferece um modo tradicional com foco na narrativa. A campanha africana é inspirada por eventos na Líbia e Egito, e conta uma história emocionante sobre o sofrimento do povo local, incluindo os judeus de Benghazi. Neste modo, tomamos o controle de um comandante alemão que lidera a “Afrikakorps”, a força militar alemã que foi criada para defender as colônias italianas no continente africano.
Apesar deste modo oferecer apenas 8 missões, ele conta uma história emocionante sobre os efeitos da guerra em pessoas comuns. Diferente da campanha italiana, o ciclo de jogabilidade da campanha africana gira em torno de um esquadrão que precisa fazer a diferença mesmo com escassez de recursos gerados pela invasão britânica.
As oito missões colocam o jogador em posições de improviso, e são perfeitas para gerar uma experiência diferenciada. Apesar de eu ter gostado mais da campanha dinâmica, a história e as situações apresentadas neste modo de jogo são envolventes, e fico curioso para ver mais em alguma expansão no futuro. Infelizmente, a história da campanha africana não é muito representada em jogos da segunda guerra, e isso deveria mudar.
O multiplayer é onde o jogo realmente tem capacidade de brilhar. Com partidas 1v1 e 4v4, quatro facções e 14 mapas no lançamento, o multiplayer tem potencial para prender a atenção de muitos jogadores. Além do combate PvP, o jogo também oferece partidas cooperativas, que podem servir como campos de treinamento antes de participar das lutas reais.
Performance poderia ser melhor
Company of Heroes 3 é um jogo pesado. Seja nas batalhas em tempo real ou no tabuleiro da campanha italiana, o jogo sofria com quedas de frames por conta da quantidade absurda de objetos detalhados presentes na tela. Mesmo segurando 60 quadros na maior parte do tempo, era comum ver diversas quedas e “engasgos”, principalmente no mapa aberto da Itália.
Além disso, eu tive alguns crashes que me fizeram perder o progresso de algumas lutas, mas não era nada que não pudesse ser resolvido com atualizações. Os gráficos do jogo são belos e de alta qualidade, principalmente o design dos ambientes e dos mapas no deserto e na Europa.
Considerações
As duas campanhas de Company of Heroes 3 apresentam desafios diferenciados, sua jogabilidade é viciante e seu multiplayer tem um grande potencial para manter o jogo rolando pelos próximos anos. Mesmo depois de ter jogado mais de 50 horas, eu continuo ansioso para voltar e continuar a minha história como comandante das forças aliadas na segunda guerra.
Mesmo apresentando alguns problemas de performance e podendo ser um pouco repetitivo em sua jogabilidade, o jogo oferece uma experiência boa o suficiente para se consagrar como um dos melhores RTS dos últimos tempos.
Company of Heroes 3 está disponível para PC.
*Esta análise foi feita com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Relic Entertainment.