Fire Emblem Engage é excelente RPG por turnos
Mistura de nostalgia com sistema de batalha cativante tornam o lançamento um dos melhores da franquia
Quase 33 anos separam o primeiro Fire Emblem de Engage, o mais recente lançamento da franquia de RPG desenvolvida pela Intelligent Systems, e, depois do excelente Three Houses, a série mostra que está em um de seus melhores momentos.
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E se seu antecessor se destaca por contar uma história complexa e cheia de desdobramentos, Fire Emblem Engage tem ao seu lado um forte apelo nostálgico e um sistema de combate cativante.
Narrativa simples, combate envolvente
Fire Emblem Engage traz uma história relativamente simples: um milênio após selar um grande mal, o Dragão Divino desperta com a missão de salvar novamente os quatro reinos da destruição e precisa reunir os 12 anéis de emblema para trazer a paz de volta ao continente de Elyos. Embora a base dessa história seja familiar - e até certo ponto previsível -, a narrativa de Engage é descontraída e empolgante, mantendo um bom ritmo ao equilibrar reviravoltas com momentos divertidos ou dramáticos. Ainda, os personagens, inclusive a maioria dos antagonistas, são carismáticos e têm personalidades marcantes, fazendo com que o jogador se apegue facilmente a eles e realmente se importe com seus desfechos.
Com sua narrativa mais direta e tradicional, resta ao jogo se destacar pelo sistema de combate. O RPG por turnos traz uma velha fórmula conhecida pelos veteranos no gênero, em que lanças superam espadas, espadas superam machados e machados superam lanças - com raras exceções encontradas em algumas unidades especiais, que invertem essa lógica e dão uma camada de estratégia extra a alguns combates. Além disso, arqueiros têm larga vantagem sobre unidades voadoras, enquanto personagens que usam seus punhos como armas derrotam magos com certa facilidade.
Embora não seja nada inovador, esse sistema cria um ambiente onde o mínimo descuido pode ser trágico, exigindo que o jogador esteja sempre atento ao posicionamento de suas tropas em combate - ainda mais se a opção de morte permanente estiver ativada: perder algumas unidades com as quais se construiu uma relação e não poder mais vê-las em batalha é doloroso a ponto de desejar voltar no tempo.
E se Engage acerta em suas mecânicas de jogabilidade mais básicas, brilha no sistema que dá tom ao jogo. Os anéis de emblema permitem que os jogadores invoquem heróis clássicos do passado de Fire Emblem - um verdadeiro deleite para os fãs de longa data da franquia -, que são portadores de habilidades únicas capazes de definir o rumo de cada confronto se usadas no instante correto. Inicialmente, eles podem parecer até poderosos demais, o que incentiva o uso desenfreado de suas habilidades, mas a progressão se encarrega em deixar claro para o jogador que estratégia sempre será o fator mais determinante.
Fator visto não somente na campanha principal, como também em missões paralelas não raramente mais difíceis que aquelas da história que garantem recursos extras ou fortalecem os laços entre os personagens e com os anéis de emblema. Assim como em outros jogos da franquia, Fire Emblem Engage exige que o jogador dedique certo tempo expandindo todos os tipos de relações sociais, e as mais importantes são aquelas com os heróis dos anéis.
À medida que essas relações se estreitam, não somente mais da história e da personalidade de cada um é mostrada, como eles também ganham novas habilidades que podem ser ainda mais devastadoras, ou salvadoras, em batalha. Esses detalhes, somados aos diversos tipos de equipamentos e possibilidades de especialização de cada personagem, garantem uma profundidade de customização impressionante e flexível, mas também opcional - o que pode ser determinante para aqueles que querem aproveitar uma experiência menos dedicada com o jogo.
Além de todas as possibilidades de uma história que dura mais de 35 horas, Fire Emblem Engage tem diversos conteúdos extras em Somniel, uma cidade flutuante que serve como quartel-general e hub para os jogadores. Nela, é possível participar de minijogos divertidos e desafiadores, criar animais, fazer compras e até mesmo convidar outros personagens para um almoço. Além disso, é possível ter acesso ao conteúdo multiplayer do jogo, que infelizmente acaba eclipsado pela história envolvente da qual é difícil se desvencilhar.
Considerações
Com história simples, mas cativante, e uma jogabilidade refinada, Fire Emblem Engage chega como um dos melhores jogos de toda a série e é essencial para os amantes dos RPGs por turno. O jogo também conta com gráficos e trilha sonora belíssimos, que conseguem passar a emoção de cada momento, seja narrativo ou em batalha. Infelizmente, o jogo não tem dublagem e nem legendas em português, o que pode afastar alguns jogadores.
Lançado em 20 de janeiro, Fire Emblem Engage está disponível para Nintendo Switch.
Essa análisa foi feita com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Nintendo.
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