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Forspoken aposta em fórmula 'isekai', mas falha na execução

Novo RPG da Square-Enix traz muitas ideias legais, mas narrativa sem surpresas e mecânicas mal finalizadas impedem o jogo de brilhar

23 jan 2023 - 12h13
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Frey ganha poderes incríveis ao equipar um bracelete mágico e falante
Frey ganha poderes incríveis ao equipar um bracelete mágico e falante
Foto: Forspoken / Divulgação

Nova franquia de RPG da Square-Enix, Forspoken tinha tudo para ser um jogo memorável, com ótimas mecânicas de movimento e uma protagonista carismática, jovem e moderna explorando um mundo cheio de magia. Infelizmente, a produção deixa a desejar em muitos aspectos.

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O game segue a receita típica dos isekai, gênero de mangás e animes que está na moda nos últimos anos. Nele, a protagonista é uma pessoa 'normal' levada para um mundo de fantasia, onde vira algum tipo de heroína super especial.

É o caso de Frey Holland, uma garota nova-iorquina cheia de problemas pessoais e também com a lei. A jovem está na pior quando encontra um bracelete mágico. Ao equipá-lo, ela é levada para Athia, um reino fantástico consumido por uma energia maligna, a Ruptura. Por vir de outro mundo, Frey é a única pessoa que parece ser imune aos efeitos negativos da Rutpura e logo se torna uma aventureira.

A trama é promissora, mas nunca decola para valer em todas as suas 15 horas de duração. A história toda é pra lá de óbvia, da gata Homero até as novas amizades de Frey. Os diálogos com o bracelete mágico, dublado por Paul Bettany (o Visão dos filmes da Marvel), até se seguram, mas há um excesso de piadas que nem sempre funcionam. Para os jogadores que conseguirem encarar as primeiras horas de Forspoken, a recompensa vem em diálogos melhores conforme Frey encontra seu lugar neste novo mundo.

Pelo menos todas as conversas, menus e descrições estão localizados em português - só faltou mesmo a dublagem. Prepare-se para ler muito, até porque o jogo adora pausar tudo para abrir a descrição de um item ou lugar, interrompendo a ação com frequencia.

Parkour mágico e outros truques

Forspoken oferece algumas batalhas contra chefões gigantescos
Forspoken oferece algumas batalhas contra chefões gigantescos
Foto: Forspoken / Divulgação

Se a trama de Forspoken não é grande coisa, os outros pilares do game, exploração e combate, até que se saem melhor, mas não muito. O combate consiste em disparar magias usando o bracelete e novos poderes são desbloqueados conforme Frey ganha experiência. As magias de suporte até que são criativas, enquanto as de ataque são variações dos disparos de energia feitos desde o começo. Muitas mecânicas de combate e ação parecem simples demais e pouco precisas. A maioria dos combates é resolvido de forma caótica, sem precisar se preocupar com desafio ou estratégia.

O que se salva é o uso do Parkour Arcano, uma habilidade que permite saltar e fazer piruetas, esquivas e outros truques tanto dentro quanto fora das batalhas.

O parkour arcana é muito útil também fora do combate, permitindo explorar as terras arruinadas e selvagens de Athia, e pode ser melhorado com upgrades que aumentam a distância dos pulos, a velocidade e outros truques, todos bem divertidos. A exploração é o aspeco mais legal de Forspoken, ainda que muitas vezes o mundo pareça sem vida - e é mesmo, afinal Frey é a única pessoa que consegue caminhar por ele sem virar um monstro.

Visualmente, Forspoken decepciona. Jogando no PlayStation 5, com o modo gráfico em 4K, o jogo não parece muito melhor do que um game dos primeiros dias do PS4, com texturas muito abaixo do esperado de uma produtora como a Square-Enix. Final Fantasy XV, por exemplo, tem um estilo similar de movimentação rápida, mistura entre moderno e fantástico, e é muito mais bonito e bem acabado.

Considerações

Forspoken traz muitas ideias legais, mas nenhuma delas é refinada o bastante, o que acaba deixando o jogo com um aspecto de que poderia ser muito melhor. Se o mundo tivesse mais vida e o combate fosse mais desafiador, até seria possível ignorar a narrativa sem surpresas.

Forspoken - Nota 6
Forspoken - Nota 6
Foto: Game On / Divulgação

Do jeito que está, é difícil recomendar Forspoken para quem está ansioso pelo próximo grande RPG da Square-Enix. Quem sabe na próxima vez?

Forspoken está disponível para PC e PlayStation 5.

*Esta análise foi feita no PS5, com uma cópia gentilmente cedida pela Square-Enix.

Fonte: Game On
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