God of War: Como Kratos se tornou o maior pai dos games
Com mudanças nos jogos recentes, Deus da Guerra se tornou referência como figura paterna
Em 2005, quando God of War foi lançado pelo Santa Monica Studios, ninguém imaginava Kratos como uma figura paterna, muito pelo contrário. No entanto, hoje o personagem é considerado como uma referência no assunto.
Naquele ano, a Sony publicava o primeiro God of War e dava início a uma de suas franquias mais lucrativas. Um dos principais atrativos era Kratos, um personagem extremamente violento que tinha como missão vingar a morte da sua família, enquanto acabava de forma sanguinária com qualquer um que aparecia pelo seu caminho.
Ainda que a motivação do futuro Deus da Guerra fosse vingar a morte do próprio filho, a primeira trilogia de God of War não tinha o foco de mostrá-lo como um pai exemplar. Mas, afinal de contas, como ele se tornou o maior pai do universo gamer?
A renovação de God of War em 2018
God of War III foi lançado em 2010 e encerrou a saga de Kratos no universo grego. Apenas oito anos depois, o Santa Monica Studiu entregou um novo jogo ao público. Em God of War (2018), aconteceu uma renovação total da franquia, com mudança de câmeras, de estilo de jogabilidade e até de mundo mitológico: o jogo passou a ser ambientado em terras nórdicas.
Contudo, a principal mudança aconteceu na personalidade de Kratos. Se nos primeiros jogos o público conheceu um personagem cheio de falas de efeito - quem não se lembra de "I will have my revenge!"? -, o game de 2018 - que chegou ao PC em 2022 - trouxe um Deus da Guerra muito mais sério, mas que conquistou uma empatia muito maior dos fãs. E um dos motivos está no enredo principal: Kratos acaba de perder sua mulher e deve criar o filho, Atreus, sozinho.
São detalhes que não tornam God of War de 2018 menos violento ou gráfico. Inclusive, o protagonista se mostra ainda muito criativo na hora de exterminar seus adversários. No entanto, os desenvolvedores deram foco na narrativa pessoal de Kratos e é possível ver um pai capaz de proteger ferozmente o filho, custe o que custar.
A mudança na personalidade é significativa e muito bem embasada pela hitória. Kratos passa a entender as consequências de suas ações e chega a esconder o passado do filho. O Deus da Guerra mostra uma grande evolução como personagem personagem, e a base desse crescimento é, justamente, o relacionamento dele com Atreus.
God of War Ragnarök
Em 2022, foi lançada a aguardada sequência do jogo de 2018. Se em 2018 os desenvolvedores tinham a responsabilidade de revitalizar a saga sem perder o encanto do público, em Ragnarök essa pressão já não existia mais. Ou seja, não seria necessário mergulhar tanto no passado de Kratos como Deus da Guerra grego.
Logo, o foco na relação do personagem com seu filho ficou ainda maior, com o segundo ganhando mais protagonismo. Neste sentido, Ragnarök mostrou conflitos na relação entre Kratos e Atreus, o que ajudou a humanizar ainda mais o papel paterno do Deus da Guerra, e se tornou um dos maiores sucessos da franquia.
Parte intrínseca da jornada principal do jogo é a forma que Kratos lida com as diferentes fases da paternidade, principalmente em um mundo onde a morte está à espreita. Afinal de contas, quantos pais jogando não se identificaram com a dificuldade que o protagonista encarou a rebeldia adolescente de Atreus?
God of War (2018) e God of War Ragnarök estão disponíveis para PlayStation 4 e PlayStatoin 5.