Jogamos: Flintlock empolga com tiro, porrada e uma raposa mágica
Jogo da neozelandesa A44 é um ótimo RPG de ação com um mundo intrigante
Poucos dias antes de eu embarcar para o Summer Game Fest, o Game On teve acesso à uma build de preview de Flintlock: The Siege of Dawn, o segundo jogo da produtora neozelandesa A44 Games - a mesma do 'soulslike' Ashen.
Estava de olho neste jogo desde que foi anunciado em 2023, mas quem me conhece, sabe que eu não me dou bem com RPGs ao estilo Dark Souls. Resolvi testar mesmo assim e preciso admitir: pela primeira vez, gostei de um game do gênero, ou quase isso. Como aprendi depois, ao conversar com seus desenvolvedores no SGF, o jogo é um 'souls-lite', com muitos elementos em comum com esses RPGs tão implacáveis, mas ao mesmo tempo, mais próximos dos RPGs de ação tradicionais. Assista ao trailer de gameplay:
Em Flintlock, o mundo da protagonista Nor - uma guerreira preta, órfã e pobre - foi infestado pelos mortos. Ao tentar proteger os amigos de uma emboscada feita por um ser colossal, a fina linha que separava sua realidade da dos deuses foi quebrada graças à protagonista e sua arma, e agora ela parte em uma missão para resolver toda essa bagunça.
No caminho, ela se junta com um deus menor chamado Enki, que a auxilia a reestabelecer o equilíbrio. Essa raposa mágica parece o Trico de The Last Guardian mas menor e mais fofo. Em termos de jogo, Enki funciona como Atreus para o Kratos em God of War, auxiliando com suas habilidades mágicas, dando debuff nos inimigos e aumentando o dano que Nor dá nos oponentes.
A trama parece bem legal, mas o que mais prendeu a atenção nessa demonstração foi o combate, que se mostrou bastante diversificado.
Tiro, porrada e magia
Joguei com duas armas corpo a corpo: Machado de Mensageiro (com ataques que queimam o alvo) e o Machado de Nor, que dá 10% a mais de dano a cada acerto num combo de 4 golpes. Também usei duas armas de fogo, a pistola para distâncias curtas é a principal, enquanto o mosquete é uma arma secundária, de longo alcance e capaz de abater o alvo com um tiro certeiro na cabeça.
As armas secundárias têm munição própria e é preciso ficar atento com a quantidade de balas. Há um bônus de dano ao acertar a recarga. Joguei um pouco no teclado e mouse, mas logo percebi que usar um controle é o caminho para a vitória.
Um elemento legal é que você pode equipar diferentes partes de armadura, que dão bônus de combate: elmos, ombreiras e manoplas. usar duas do mesmo conjunto rende um bônus adicional de sinergia. Para completar o arsenal de Nor, há granadas. Durante a partida, usei granadas de estilhaços para atordoar os inimigos, mas é preciso atenção para ela não estourar na sua mão.
Defesa, deslizamento, ataques corpo a corpo e à distância com a pistola, que possui cargas de pólvora que vão se recarregando com ataques com o Machado corpo a corpo. A pistola inclusive pode interromper ataques que não podem ser bloqueados de outra forma, um estímulo e tanto para se adotar um estilo de jogo mais agressivo e ir para cima dos oponentes.
Reputação: o elemento 'souls' do jogo
Derrotar inimigos, completar missões e vencer desafios rende reputação, que funciona como a moeda do jogo. Você usa os pontos ganhos para comprar roupas, itens, habilidades e até recursos para criação de itens. Não esperava que Flintlock tivesse elementos de 'crafting', então essa foi uma boa surpresa.
O detalhe é que ao salvar o jogo, você consome toda a reputação acumulada, ao mesmo tempo em que recupera vida e bem, os inimigos da área retornam. Claro, ao tomar dano, o bônus de reputação é interrompido. Fiquei pensando se algum jogador maluco vai fazer um combo extremo e nunca salvar o jogo para isso? Talvez.
Além disso, poções e outros itens vem em quantidades de usos limitadas, mas não é tão proibitivo quanto em um Dark Souls ou Elden Ring. Outro detalhe bacana é a movimentação: Nor conta com um pulo duplo que permite alcançar lugares elevados e me diverti muito explorando o mapa com essa habilidade.
O mundo no qual a protagonista Nor vive foi infestado pelos mortos. Ao tentar proteger os amigos de uma emboscada feita por um ser colossal, a fina linha que separava sua realidade da dos deuses foi quebrada graças à protagonista e sua arma, e agora ela parte em uma missão para resolver toda essa bagunça
Jogo dentro do jogo
Uma outra surpresa foi o Sebo, um mini-game que é uma divertida fonte de reputação. O sebo representa a passagem para o Mundo Inferior do game, e para vencer, o jogador deve formar uma fenda triangular em um conjunto de tabuleiros de formatos distintos no menor número de turnos possíveis. Você primeiro ataca e depois defende.
Jogar essa amostra de Flintlock me deixou bastante animada pois eu esperava um 'soulslike' e dei de cara com um RPG de ação que traz sim, elementos desse gênero, mas que é muito mais convidativo para todo tipo de jogador. O mundo é bonito de se explorar, a protagonista é uma personagem interessante e é impossível não gostar da raposinha Enki.
Por sorte, não vai demorar muito para todos poderem embarcar nesta aventura! Flintlock: The Siege of Dawn chega em 18 de julho para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X/S. O jogo estará no Game Pass no lançamento.
*Esta prévia foi feita no PC, com uma build do jogo gentilmente cedida pela Kepler Interactive.