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Jogamos: Horizon Call of the Mountain mostra potencial do PSVR 2

Game On testou a primeira hora do principal jogo do visor de realidade virtual do PS5; confira impressões

27 jan 2023 - 10h00
(atualizado às 10h11)
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Horizon Call of the Mountain é jogo de lançamento do PSVR2
Horizon Call of the Mountain é jogo de lançamento do PSVR2
Foto: PlayStation / Divulgação

Falta menos de um mês para o lançamento do PSVR 2, visor de realidade virtual do PlayStation 5, e os jogadores mais 'hardcore' ainda se perguntam se vale a pena investir em um acessório que custa tanto quanto o console. Ainda é cedo para uma resposta definitiva, mas ao jogar a primeira hora de Horizon Call of te Mountain, deu para ver que o acessório tem potencial para ser o 'upgrade' definitivo do PS5.

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Contato inicial

Primeiro contato com PlayStation VR 2 mostra potencial da realidade virtual no PS5
Primeiro contato com PlayStation VR 2 mostra potencial da realidade virtual no PS5
Foto: Pablo Raphael / Divulgação

Esse foi meu primeiro contato com o PSVR 2, e confesso que fiquei surpreso com a leveza do headset: embora seja grande, não é nada pesado e nem incômodo na cabeça. É possível ajustar o acessório e ele fica bem firme no lugar. Há espaço o bastante para os olhos, nariz e inclusive para quem joga de óculos.

O PSVR 2 tem pequenas câmeras frontais, muito úteis: basta um toque no botão PS de um dos controles para ligá-las e enxergar o ambiente ao seu redor, sem precisar remover os óculos para ver o que está acontecendo, pegar alguma coisa ou, principalmente, 'vestir' os dois controles que acompanham o visor.

O aparelho também tem dois pequenos fones intrauriculares, mas é compatível com outros fones de ouvido, que podem ser facilmente acoplados por cima do headset. No teste, usei o Pulse, da própria Sony, para uma experiência ainda mais imersiva.

Apesar do tamanho, controles e headset PlayStation VR 2 são bem leves
Apesar do tamanho, controles e headset PlayStation VR 2 são bem leves
Foto: Game On / Pablo Raphael

Os controles em forma de haste são ergonômicos e seus botões são dispostos de maneira diferente do que os jogadores de PlayStation estão acostumados: os gatilhos R2 e L2 ficam na haste, embaixo dos dedos indicadores, mas os botões R1 e L1, que normalmente ficariam logo acima deles, estão nas laterais. Os quatro botões frontais ficam divididos nos controles e tem um tamanho aceitável. Cada haste tem também uma pequena alavanca no topo, fáceis de manipular com os polegares.

Um detalhe que chama a atenção no controle é a argola ao redor dele. Além de servir como uma base na hora de guardar ou colocar para carregar, esse círculo também funciona como uma guarda, protegendo a mão do jogador de eventuais impactos ao mover o braço durante o jogo. Ele também tem uma faixa para prender o acessório no pulso e evitar que o controle escape da mão do jogador, prevenindo acidentes em momentos de empolgação.

Saiba tudo sobre o PlayStation VR2:

A calibragem inicial é feita com tutoriais simples, mas levou mais tempo do que eu esperava até encontrar o melhor foco. O passo seguinte é estabelecer a área de jogo. Você pode jogar sentado ou de pé, dependendo do espaço disponível. Basta olhar ao redor para que o PSVR 2 escaneie a área e delimite cantos, objetos, altura e outros detalhes. Feito isso, o aparelho sinaliza visualmente quando você se aproxima de algum obstáculo.

Feitos todos os ajustes, chegou a hora de testar Horizon Call of the Mountain, um dos principais jogos do lançamento - entre cerca de 30 opções que estarão disponíveis no primeiro mês do PSVR 2.

Entrando no mundo do jogo

A sensação inicial foi impressionante: desde a tela título, Call of the Mountain parece transportar o jogador para dentro do mundo de Horizon. Passei algum tempo apenas caminhando por ele, olhando pelas bordas de uma plataforma para ver a floresta, as montanhas e cachoeiras ao meu redor. A resolução 2000x2040 em cada olho, a taxa de atualização de quadros e o campo de visão super aberto do PSVR 2, combinados com o esmero técnico do jogo, garantem imersão imediata.

Os primeiros minutos de gameplay parecem um pouco o que se vê em outras produções para realidade virtual: um passeio imersivo com várias cenas de impacto, meio como uma atração de parque temático. Ainda assim, a sensação de escala ao visitar o mundo de Horizon 'pessoalmente' vale o ingresso. Enquanto navegava em uma canoa, prisioneiro de dois guerreiros de uma tribo local, vi criaturas icônicas dos games, dinossauros robôs bem maiores do que imaginava.

O mundo de Horizon ganha vida em Call of the Mountain
O mundo de Horizon ganha vida em Call of the Mountain
Foto: PlayStation / Divulgação

Para um fã dos jogos Zero Dawn e Forbidden West, é mágico passar por Galhadores, Observadores e por baixo de um Pescoção. As feras cibernéticas, que lembram dinossauros mecânicos, são tão detalhadas quanto nos games tradicionais, mas estão bem ali do seu lado (ou por cima de você, no caso do colossal Pescoção). 

É uma sensação de espanto parecida com a de assistir Jurassic Park no cinema pela primeira vez. E que se repete com cada nova grande criatura que surge no jogo, como quando um bando de Falquinos passou voando baixo em um trecho mais avançado da partida, ou quando um Cortamarés, uma enorme criatura aquática, apareceu no rio, passando por baixo da embarcação e, eventualmente, virando a canoa.

É um jogo, não um tour em VR

Cenários de Call of the Mountain são lineares, mas cheios de coisas para fazer
Cenários de Call of the Mountain são lineares, mas cheios de coisas para fazer
Foto: PlayStation / Divulgação

A partir daí, o passeio acabou e o jogo começa de fato: eu tinha liberdade para nadar pelo rio, sair da água e explorar o mundo que se desdobrava diante dos meus olhos. Call of the Mountain é mais lento do que os outros jogos, até para evitar vertigens e outros reflexos, mas ainda é um jogo de ação e exploração.

Dá para jogar com um sistema de controle tradicional, sentado ou de pé, ou com duas opções de comandos de movimento, uma mais 'soft', que lembra um pouco como era jogar no Wii, e outra mais 'hardcore', que exige maior coordenação e movimentos mais amplos, como os games do PlayStation Move. É bom ter opções e todas elas no mesmo controle.

Eu optei pelo sistema de movimentos suaves, o que se mostrou uma boa escolha no fim do teste: sai de lá com os braços cansados das escaladas e até transpirando um pouco depois do combate final, tanto pela imersão dos gestos quanto por estar um pouco fora de forma depois das festas de fim de ano. Hora de voltar aos treinos, ainda mais para encarar tudo o que Call of the Mountain parece ter a oferecer.

Mesmo sem braços visíveis, as mãos do game reproduzem movimentos do jogador
Mesmo sem braços visíveis, as mãos do game reproduzem movimentos do jogador
Foto: PlayStation / Divulgação

Conforme escalava montanhas e explorava acampamentos abandonados, a trama do jogo se desenhava, com alguma ameaça misteriosa que levou ao sumiço dos habitantes locais, a presença constante de um dos meus captores nas redondezas, e outros perigos na floresta. Logo encontrei um arco e foi bem divertido praticar com ele. Os controles de gestos são intuitivos e quando é preciso apertar algum botão, o PSVR 2 'ilumina' a posição dele na tela - os óculos rastreiam minhas mãos e dedos com precisão, todo o tempo, assim como fazem com os olhos.

Esse rastreamento também ajuda na imersão: dá para pegar itens e objetos, movê-los e jogá-los por aí. Colocar os dedos na água do rio deixa um rastro. Você pode afastar folhas e cipós com as mãos. Quebrei pratos e fiz malabarismo com algumas maçãs, só para ver se era possível, e toda vez, a resposta foi positiva.

Na escalada, uma atividade constante nessa primeira hora, o uso das mãos e braços para achar onde se pendurar e em que direção se mover foi essencial e em momento algum o controle se perdeu, mesmo quando era preciso circular uma rocha ou se pendurar em cipós para passar sobre um desfiladeiro - olhar para baixo nessa hora foi vertiginoso!

Descobri um mini-game de arco e flecha, com alvos escondidos em locais difíceis. Eram treze nessa parte do jogo, mas só acertei uns três antes de prosseguir, afinal tinha apenas uma hora para testar o game. Alguns caminhos alternativos pareciam esconder outros segredos. Deu para notar que é um jogo completo e não uma 'experiencia interativa' e isso é muito bom - é o tipo de coisa que os gamers esperam desde os primeiros jogos em VR.

Combate intenso

Call of the Mountain tem três formatos de controle diferentes para escolher
Call of the Mountain tem três formatos de controle diferentes para escolher
Foto: PlayStation / Divulgação

Perto do final da trilha, fui atacado por uma máquina, um Observador. Esse dinossauro lembra um 'Velociraptor' e nos games anteriores, é o primeiro tipo de inimigo que o jogador enfrenta. Acostumado a abater dezenas deles, achei que seria fácil. Ledo engano. Foi simples pegar os comandos de esquiva, de ataque e fugir dos disparos do olho do Observador, mas a criatura investia rápido para cima de mim, e sincronizar tudo no calor da briga nem sempre é fácil e acabei 'morto' algumas vezes até acabar com ela.

Durante o combate, os disparos acertam diferentes partes do robô, inclusive arrancando pedaços, exatamente como em outros jogos da série Horizon. Em um dado momento, o grande globo ocular - que disparava raios laser - caiu no chão. Em outro, consegui interromper uma investida com um tiro certeiro em uma articulação exposta. Foi emocionante e era apenas o inimigo mais simples do jogo.

Sai do teste impressionado com a imersão do jogo, que me levou para um verdadeiro mundo virtual, cheio de vida e com o qual era possível não só observar ou interagir, mas se aventurar. Também passei a respeitar mais a guerreira Aloy, protagonista dos outros games, que faz toda a acrobacia, escaladas, natação e os combates contra os dinossauros robôs parecer fácil.

Horizon Call of the Mountain chega em 22 de fevereiro para PS5, mesma data de lançamento do headset PlayStation VR 2, necessário para jogar.

Fonte: Game On
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