Jogamos: Neon Abyss 2 aprimora estilo roguelike do antecessor
Sequência apresenta muito estilo para tentar se destacar entre outros jogos do gênero
Neon Abyss está recebendo uma sequência quatro anos após o lançamento do primeiro jogo. A continuação está sendo desenvolvida pela Veewo Games, um estúdio chinês que ganhou popularidade exatamente com essa franquia.
Neste teste, disponível apenas para PC, pude enfim conferir o que eles estão cozinhando e como tentarão se diferenciar de outros roguelikes no mercado.
De volta ao abismo
Em termos de história, é difícil entender completamente o que está acontecendo apenas pelo que vi no teste, mas a trama parece seguir um rumo diferente do primeiro, que girava em torno do Hades contratando o protagonista para enfrentar a Titan Group. Aqui, o que fica claro pelos chefões é que eles são inspirados em elementos do mundo digital, jogos e outras mídias.
Os chefes disponíveis no playtest são bem interessantes em termos de inspiração. O primeiro que enfrentei, chamado “God of Esports”, tinha golpes baseados exatamente no tema que seu nome sugere. O segundo era inspirado no mercado de ações, e uma de suas habilidades envolvia invocar gráficos representando as oscilações da bolsa de valores. No entanto, em questão de dificuldade, eles podem acabar decepcionando um pouco. Talvez por eu estar com bons equipamentos, as lutas foram relativamente fáceis e não apresentaram um grande desafio.
Além dos chefes disponíveis em cada fase, também existem portas que levam a um modo horda. Esses desafios não são tão difíceis, mas oferecem recompensas valiosas, como armas, habilidades passivas e novas magias para o personagem.
Neon para todos os lados
O level design é bem intuitivo, com placas de neon em cada canto do mapa indicando lojas e chefes. No entanto, não se deixe enganar por essas sinalizações, pois o jogo também possui áreas secretas, algumas das quais só podem ser acessadas com o uso da granada ou com cristais.
Em algumas áreas, era possível encontrar baús que só podiam ser abertos com chaves deixadas pelos inimigos. Um detalhe interessante é que alguns desses baús lembram as bonecas russas, com um baú menor surgindo de dentro de outro sucessivamente. No entanto, isso pode se tornar um problema, já que as chaves são raramente obtidas, tornando essa "brincadeira" menos vantajosa do que parece.
Outro detalhe interessante é que, durante algumas sessões, é possível encontrar portas que levam a minijogos. No meu caso, entrei em uma sessão de basquete, onde precisava acertar quatro cestas para ganhar um prêmio. A recompensa foi um artefato em homenagem à camisa 24 dos Lakers, usada por Kobe Bryant. Essa quebra de ritmo em um roguelike é bem divertida, e fiquei curioso para descobrir quais outros minijogos estarão disponíveis na versão completa.
Ao longo das cinco fases até chegar no verdadeiro chefe final, a variedade das áreas no teste estava excelente. A Veewo Games fez um ótimo trabalho na criação de uma trilha sonora envolvente e na diferenciação de cada andar, com temáticas únicas para cada um. Pude explorar locais com símbolos nórdicos, outros com uma temática japonesa, enquanto a trilha sonora, uma mistura de eletrônica, se adaptava perfeitamente ao tema de cada ambiente.
Combate com ressalvas
Em termos de jogabilidade, não espere mudanças drásticas em relação ao primeiro jogo. As mecânicas ainda seguem a mesma linha, com o personagem utilizando armas de diferentes estilos, que surgem em determinadas áreas. Jogando no controle, percebi que a assistência de mira está exageradamente alta, o que atrapalhava bastante em momentos específicos, como ao descer de plataformas ou ao tentar usar a granada para destruir um objeto. Muitas vezes, a mira se fixava nos inimigos — mesmo quando eles ainda não estavam no meu campo de visão.
Um retorno mais que bem-vindo nesta sequência são os pequenos pets companheiros. Quando coletados, eles começam na forma de um ovo, que, com o tempo, começa a se chocar, revelando a criatura que ajudará no combate. Além disso, é possível evoluí-los para formas ainda mais poderosas.
O multiplayer, que é um dos grandes atrativos desta sequência, infelizmente estava indisponível no playtest. Uma pena, pois seria interessante ver como o roguelike se comportaria com outros jogadores.
Considerações
Neon Abyss 2 tem tudo para superar seu antecessor. Pelo teste, é visível que o estúdio manteve o que funcionou bem no primeiro jogo e aprimorou esses elementos, como os pets, que ganharam uma bela repaginada. Em termos de level design e trilha sonora, a sequência é impecável e realmente espero que na versão completa consiga manter esse nível, sem cair no vale da repetição. Porém, no que diz respeito à dificuldade e jogabilidade, ainda há um espaço para ajustes. O teste serve justamente para isso, permitindo que a desenvolvedora busque um equilíbrio ideal. Se conseguirem resolver esses pontos, ele tem potencial para ser uma grata surpresa quando for lançado.