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Os 10 melhores jogos indie brasileiros

Selecionamos os melhores jogos indie brasileiros para você se inteirar da indústria dos games nacional!

5 jul 2021 - 10h00
(atualizado às 11h58)
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Foto: Reprodução

Apesar de não ter uma indústria de games tão prolixa e cheia de investimentos como a de outros países, nosso Brasilzão tem muitos apaixonados pela arte de fazer jogos, o que resulta em uma boa gama de produções independentes. Com o pouco que temos, é preciso muita criatividade e esforço, e é isso que vamos ver nesta lista dos melhores jogos indie brasileiros -- uma lista de 10 já sagrados clássicos que nasceram na nossa terrinha tupiniquim. Com muita variedade e qualidade, trazemos aqui jogos que vão dos gêneros de corrida a RPG, beat 'em up e até mesmo experiências de realidade virtual!

Para explicitar, já avisamos que esta lista não está organizada do melhor para o pior nem nada do tipo -- a ordem de apresentação é puramente arbitrária. Dito isto, pegue seu arroz e feijão e venha com a gente!

Dandara

Dandara traz muitas referências à cultura brasileira, como o Abaporu de Tarsila do Amaral, visto aqui na imagem.
Dandara traz muitas referências à cultura brasileira, como o Abaporu de Tarsila do Amaral, visto aqui na imagem.
Foto: Reprodução

Um dos mais conhecidos e amados títulos do estilo metroidvania, este jogão de plataforma traz muita inventividade, belos visuais em pixel art e referências à cultura brasileira. Isso começa já com a protagonista -- Dandara foi uma grande líder antiescravagista, além de ser esposa de Zumbi dos Palmares, tendo muita importância na história dos quilombos, e a personagem principal é totalmente inspirada nessa figura histórica. Ela se aventura pelo mundo do jogo, chamado de Salt, tanto no jogo principal quanto na DLC, chamada de Trials of Fear.

Falando em história, o jogo vai nos entregando pedaços dela a toque de conta-gotas, com textos ocasionais na tela e diálogos com NPCs. À primeira vista, o jogo brilha mais é no gameplay: a interessante mecânica não permite que a personagem principal ande, ela apenas pula pelo cenário, em pontos específicos. Para avançar, é necessário mirar os pulos e utilizar essas proezas acrobáticas para avançar no mapa. Dandara lida com os inimigos atirando raios e desviando como pode. Punitivo e desafiador, o game pode ser um pouco frustrante até que se pegue o jeito, mas é muito recompensador no final.

Desenvolvido pelo estúdio mineiro Long Hat House, o jogo está disponível para PC (Windows, Linux e macOS), PS4, Xbox One, Nintendo Switch e celulares - tanto iOS quanto Android.

Horizon Chase Turbo

Sim, é um Fiat Uno com uma escada em cima que você está vendo.
Sim, é um Fiat Uno com uma escada em cima que você está vendo.
Foto: Reprodução

Numa pegada totalmente diferente, temos Horizon Chase Turbo, jogo de corrida da desenvolvedora gaúcha Aquiris Game Studio. Inicialmente lançado para celulares Android e iOS (na época com o nome de Horizon - World Tour), o game ganhou a atenção da Sony, que convidou a Aquiris a desenvolver uma versão para PS4, se tornando o primeiro jogo brasileiro a ser comercializado em disco pela empresa japonesa.

O gameplay e o visual não deixam dúvida: há muita inspiração em Top Gear, clássico game do SNES. Tudo no game faz referência ao jogo das antigas, desde a premissa de correr em vários países ao visual e modo de correr na pista, mas o mais incrível é a trilha sonora -- que é obra do mesmo compositor da trilha sonora de Top Gear, Barry Leitch: e ele até mesmo pediu sua namorada em casamento em um easter egg do jogo!

O jogo, além de ter uma seção com várias pistas no Brasil, tem inúmeras outras referências ao nosso país, com falas do piloto em meio às corridas e carros temáticos, como o nosso querido fusquinha, uma kombi e até mesmo o famosíssimo Fiat Uno com escada no topo, chamado no jogo de Carro da Firma. Com esse toque de bom humor e muitos desafios divertidos, o game conquista não só os nostálgicos mas também jogadores novos, sejam eles veteranos ou casuais.

O jogo está disponível atualmente para PC (Windows, Linux e macOS), PS4, Xbox One e Nintendo Switch, além das versões de Android e iOS.

Celeste

Celeste aborda o assunto da saúde mental de forma lúdica e cativante
Celeste aborda o assunto da saúde mental de forma lúdica e cativante
Foto: Reprodução

Celeste é um caso à parte -- apesar de ser fruto de uma desenvolvedora canadense, a Matt Makes Games, toda sua arte foi feita por um estúdio brasileiro, o MiniBoss, então o game é largamente considerado um indie brasileiro, embora diferente de seus irmãos totalmente tupiniquins, por assim dizer. À semelhança de Dandara, o jogo é do gênero plataforma, com mecânica de pulos e andanças pelas paredes, mas com o diferencial de poder andar por aí.

Falando em diferencial, o aspecto mais destacado e celebrado de Celeste é sua história. Sem spoilers, ela traz discussões muito relevantes e bem trabalhadas sobre saúde mental e como lidamos com isso, com o uso de muitas metáforas e, também, discussões mais diretas. De início, a protagonista, Madeline, decide subir a montanha que dá nome ao jogo -- a Celeste -- e, ali, enfrenta não só os percalços físicos mas também seus percalços mentais internos. Sem inimigos nas fases, mas com alguns bosses, Madeline encontra amigos e figuras inesperadas em seu caminho. A partir daí, você terá de descobrir por si mesmo o que acontece.

Ganhador do prêmio de Melhor Jogo Independente e Jogo Mais Impactante no The Game Awards 2018, Celeste está disponível para PC (Windows, macOS e Linux), PS4, Xbox One e Nintendo Switch. Boa escalada!

Kaze and the Wild Masks

Bonito e simples, Kaze and the Wild Masks arrebata o jogador na nostalgia e qualidade.
Bonito e simples, Kaze and the Wild Masks arrebata o jogador na nostalgia e qualidade.
Foto: Reprodução

Jogo mais recente desta lista, lançado já neste ano de 2021, Kaze and the Wild Masks é mais um jogo de plataforma, nostálgico em jogabilidade e identidade visual. Desenvolvido pelo estúdio gaúcho PixelHive e publicado pela independente Soedesco, o game busca muita inspiração em clássicos como Donkey Kong Country, Sonic e a série Super Mario. Com comandos relativamente simples, mas que variam conforme as Wild Masks ("máscaras selvagens", em tradução livre) -- que dão poderes de outros animais -- são coletadas, você controla a coelha Kaze, que busca salvar as Crystal Islands e seu amigo Hogo de uma maldição que transforma as criaturas em seres malignos.

O jogo é desafiador, especialmente se o seu plano é completar todos os desafios propostos, como coletar os cristais e destravar as fases bônus. A identidade visual, toda trabalhada em pixel art, é eficiente e bonita, e traz momentos muito bonitos em sua simplicidade, sendo complementada com curtos trechos de animação, mas sem falas. O game é dividido em seções de mundos e então fases, assim como o saudoso Super Mario World. Coloque as orelhas de Kaze ao trabalho, colete as máscaras e seus poderes e desça a porrada nos vegetais em fúria!

Kaze and the Wild Masks foi lançado para PC (Windows, macOS, Linux e Google Stadia), PS4, Xbox One e Nintendo Switch.

99Vidas - O Jogo

Não seria um jogo brasileiro baseado no tempo contemporâneo se não tivesse um embate contra um argentino, né?
Não seria um jogo brasileiro baseado no tempo contemporâneo se não tivesse um embate contra um argentino, né?
Foto: Reprodução

Criado a partir de um financiamento coletivo pelo podcast 99Vidas e desenvolvido pelo estúdio brasileiro QUByte Interactive, 99Vidas - O Jogo é um brasileiríssimo beat 'em up que homenageia clássicos como Streets of Rage, Double Dragon e Battletoads. Tanto o visual 16-bit quanto a dificuldade do jogo nos remetem aos tempos de arcade e locadora, inclusive com muita metalinguagem e referências noventistas e oitentistas à cultura dos videogames compartilhados. A trilha sonora, também nostálgica, não deixa de incorporar elementos tupiniquins e é um toque especial para todos os brasileiros que põem as mãos no jogo.

Falando em brasileirismos, há muitas piadas e referências que só nós, habitantes do país sul-americano, conseguimos pegar. Em alguns casos, piadas internas derivadas do podcast podem deixar alguns gamers perdidos, mas no geral dá para aproveitar bem o bom-humor do jogo e dar algumas risadas em meio à pancadaria desenfreada, que conta com uma grande gama de personagens jogáveis entre os iniciais e os desbloqueáveis (18 no total). Há, ainda, diversas fases bônus para desbloquear, habilidades e combos para comprar na loja interna do jogo (com pontos de experiência) e modo online para jogar com amigos, como qualquer bom game do gênero.

Inicialmente lançado para PC (Windows, macOS e Linux) em 2016, 99Vidas - O Jogo também saiu para PS4, PS3, PS Vita, Xbox One e, finalmente, para Nintendo Switch.

Pixel Ripped 1989 e 1995

Uma mãe brava querendo que você pare de jogar videogame soa familiar pra você? E se ela fizesse isso até mesmo dentro do jogo?
Uma mãe brava querendo que você pare de jogar videogame soa familiar pra você? E se ela fizesse isso até mesmo dentro do jogo?
Foto: Reprodução

Em nossa miríade de estilos das obras independentes, temos também Realidade Virtual! Pixel Ripped é uma franquia desenvolvida pelo estúdio paulista ARVORE Immersive Experiences, já contando com dois games -- Pixel Ripped 1989 e Pixel Ripped 1995. Só o conceito já deixa qualquer filho dos anos 80 e 90 convencido a jogar: em ambos os jogos, você encarna um rapazinho chamado David, cujos desafios consistem em se esgueirar dos adultos para jogar o máximo de videogames possível -- tanto portáteis quanto de mesa -- só que dentro do próprio jogo!

Na série de games, a metalinguagem come solta, e você não apenas deve se virar com os desafios do mundo de David, mas também pôr as mãos na massa nos videogames dentro do jogo, que são simulacros muito fiéis das games das décadas passadas, com a fictícia protagonista Dot. Passando por réplicas de Streets of Rage, Super Metroid, Super Mario World, Castlevania, Sonic the Hedgehog, Star Fox e muito mais -- e muito mais mesmo --, em dado momento, os mundos "real" e "virtual" acabam se mesclando, e você tem de enfrentar os perigos dos jogos no mundo de David, na pele dele.

Apesar de linear e simples, a história é muito enriquecida pela mecânica que o game traz, arrebatando qualquer nostálgico de plantão e até mesmo os jovenzinhos que querem viver a experiência da época.

A grande homenagem em VR aos clássicos Pixel Ripped 1989 está disponível para PC (Windows, Linux e macOS), PS4 (através das plataformas VR respectivas), e Pixel Ripped 1995 para PC (apenas Windows), PS4 e Oculus Quest.

Momodora: Reverie Under the Moonlight

Passando um bom tempo no limbo, Momodora chegou com tudo em seu quarto título, Reverie Under the Moonlight.
Passando um bom tempo no limbo, Momodora chegou com tudo em seu quarto título, Reverie Under the Moonlight.
Foto: Reprodução

De volta aos metroidvania, o quarto jogo da série Momodora foi desenvolvido pela Bombservice, criada com a junção de vários entusiastas dos videogames do mundo todo. A franquia, no entanto, tem uma história curiosa: quem começou ela, criando e dirigindo tudo, foi o brasileiro Guilherme "Rdein" Martins. Os dois primeiros jogos só estão disponíveis na plataforma para indies itch.io, depois indo para a plataforma Steam na terceira e quarta iterações. A ajuda que Martins recebeu para fazer sua homenagem aos antigos jogos que adora culminou na já citada Bombservice e no estouro da franquia em seu quarto jogo, que foi lançado também em outras plataformas.

Momodora: Reverie Under the Moonlight é um jogo de plataforma 2D, e nele, a protagonista é a sacerdotisa Kaho, que está determinada a acabar com a maldição de sua terra indo até a Rainha para uma conferência. Com combos, esquivas e um arco-e-flecha, você deve derrotar uma gama de inimigos de muita personalidade, recebendo ajuda de vários NPCs e descobrindo a história se desenrolar durante os eventos, diálogos e nas descrições dos itens que encontra.

O quarto game da franquia Momodora está disponível para PC (Windows, Linux e macOS), PS4, Xbox One e Nintendo Switch.

Knights of Pen and Paper

Cheio de referências e piadas, o game será altamente reconhecível para os veteranos dos RPGs de mesa.
Cheio de referências e piadas, o game será altamente reconhecível para os veteranos dos RPGs de mesa.
Foto: Reprodução

Em mais um bastião da metalinguagem, Knights of Pen and Paper figura em nosso rol de jogos nacionais, desenvolvido pela Behold Studios e, de início, lançado para celulares Android e iOS. O game é um RPG baseado em turnos, mas vai muito além disso: a premissa dele é que você está controlando ambos os lados da aventura de um RPG de mesa, ou seja, tanto os jogadores quanto o mestre. Como mestre, você escolhe para onde ir, quais inimigos e quantos o grupo irá enfrentar, e como grupo, bem... enfrentará os desafios! Claro, não há moleza, já que para avançar é necessário derrotar um número mínimo de inimigos em cada estágio.

Para completar a diversão desse criativo sistema de jogo, você pode customizar o mestre e os jogadores, podendo escolher quem fará parte da aventura, utilizando diferentes habilidades e algumas skins diferenciadas. O game também é muito bem humorado, cheio de piadinhas e ambientes inusitados, já que tudo o que rola além da mesa é a imaginação do que está acontecendo na partida. Fazendo sucesso, o game ganhou uma segunda edição - Knights of Pen and Paper II - e também uma versão espacial, chamada, é claro, de Galaxy of Pen and Paper, que leva a turma de RPGistas até as galáxias.

Curioso para conferir os games? Todos estão disponíveis para Android, iOS, PC (Windows, macOS e Linux), PS4, Xbox One e Nintendo Switch!

Chroma Squad

Chroma Squad é uma ideia tão boa que todo mundo se pergunta “como é que não pensamos nisso antes”?
Chroma Squad é uma ideia tão boa que todo mundo se pergunta “como é que não pensamos nisso antes”?
Foto: Reprodução

E a metalinguagem não para na lista de jogos independentes brasileiros. Também da Behold Studios, Chroma Squad vem também com uma premissa interessante e inovadora: No game, você é o responsável por gerenciar um estúdio de TV independente -- criado depois dos atores que são protagonistas do game ficarem de saco cheio de um chefe chato e resolverem fazer seus programas de TV por si mesmos. Enfrentando as dificuldades que uma produtora com uma mão na frente e a outra atrás enfrentaria em seu início, o foco está em fazer um super-sentai (tipo Power Rangers) funcionar como uma série regular.

Para isso, o combate é todo trabalhado para acontecer em formato de RPG tático, mas é claro, como uma simulação que é parte das filmagens! Contratando atores, melhorando equipamentos (que começam com papelão e fita crepe) e fazendo marketing, você vai montando sua equipe e fazendo sucesso aos poucos, até chegar ao estrelato e ter de lidar com o ego dos atores, agora cheios de si. Com muito bom humor, piadas e ataques combinados, o jogo é uma ode às séries japonesas do gênero, e vai deixar qualquer nostálgico maravilhado -- e também divertirá os novatos, que certamente terão uma experiência única descobrindo este mundo através das lentes 16-bit do game.

Chroma Squad está disponível para PC (Windows, Linux e macOS), PS4 e PS3, Xbox One e Xbox 360, iOS, Android e Nintendo Switch.

Dandy Ace

Com identidade visual marcante e cheia de referências, Dandy Ace prova que rogue-likes brasileiros também podem ficar show.
Com identidade visual marcante e cheia de referências, Dandy Ace prova que rogue-likes brasileiros também podem ficar show.
Foto: Reprodução

Se diferenciando bastante dos outros jogos nacionais citados aqui, temos Dandy Ace - um rogue-like que foi lançado um dia antes de Kaze and the Wild Masks! O game do estúdio brasileiro Mad Mimic traz muita inspiração de grandes títulos do gênero, como Transistor e Hades (apesar deste último ter saído durante o seu desenvolvimento). Isso quer dizer que as fases são geradas aleatoriamente e cada rodada é diferente da outra, exigindo que o jogador precise fazer várias tentativas, geralmente, para passar para o próximo estágio.

Tudo é mesclado com a história do jogo e explicado por meio dela: Dandy Ace é um mágico ilusionista que se torna vítima de seu maior rival e inimigo, o vilão Lele, e acaba aprisionado dentro de um espelho, junto com suas assistentes Jolly Jolly e Jenny Jenny, que contém um "Palácio que Sempre Muda". Uma vez preso, o protagonista precisa coletar cartas (tanto principais quanto secundárias, que trazem poderes auxiliares) quanto juntar itens para comprar novas habilidades, que o ajudarão a passar as fases. Isso traz uma variedade de até 2500 combinações possíveis de cartas e habilidades no sistema de combate, então a cada morte a experiência ficará, com certeza, diferente.

A dublagem do jogo, feita por vários influencers brasileiros, foi tão criticada quanto celebrada, então você terá de decidir por si mesmo se curte ou não essa adição. Algo interessante adicionado aos níveis de dificuldade, no entanto, é o "Modo Twitch", que faz com que o deck seja escolhido por quem esteja assistindo ao stream do jogador em questão. Interessante, não é?

Dandy Ace está disponível apenas para PC no momento, com previsão de lançamento em outras plataformas ainda para este ano.

Não deixe de ver uma lista com os melhores indies (agora globais) disponíveis para os interessados de plantão.

Fonte: Showmetech
Fonte: Game On
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