Reino Unido bloqueia compra da Activision Blizzard pela Microsoft
Fabricante do Xbox vai apelar contra decisão da CMA, órgão regulador do comércio do Reino Unido
A aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, um negócio de US$ 68,7 bilhões que já se estende por mais de um ano, teve sua maior derrota nesta quarta (26), com a decisão da Competition and Markets Authority (CMA), o órgão regulador do comércio britânico, que foi contrária ao negócio.
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A decisão da CMA impede que a Microsoft compre a publisher de Call of Duty, World of Warcraft, Diablo e Candy Crush, por possíveis impactos que a compra poderia ter no setor de jogos em nuvem. Em resposta, a Microsoft disse que vai apelar contra a decisão do órgão regulador britânico.
"Nós continuamos totalmente comprometidos por essa aquisição e vamos apelar", disse o presidente da Microsoft, Brad Smith. "A decisão da CMA rejeita o caminho do pragmatismo ao apontar preocupações de competição e desencorajar a inovação tecnológica e investimento no Reino Unido".
"Nós já assinamos contratos para fazer com que os popular jogos da Activision Blizzard estejam disponíveis em mais de 150 milhões de aparelhos, e nós vamos continuar comprometidos com esses acordos", apontou o executivo. "Estamos especialmente desapontados que após longas deliberações, essa decisão pareça refletir um entendimento falho do mercado e da forma como a tecnologia de nuvem realmente funcione".
A Activision Blizzard também publicou sua resposta, criticando a decisão como um "desserviço aos cidadãos do Reino Unido, que enfrentam prospectos crescentes de economia ruim". Segundo a produtora de Call of Duty e outros jogos de sucesso mundial, a decisão contradiz a ambição do Reino Unido em atrair negócios de tecnologia.
Decisão inesperada
A decisão da CMA contrária à aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft foi uma surpresa para muitos, pois o órgão sinalizava que estava de acordo com o negócio. Uma conclusão provisória publicada em março apontava para um resultado favorável nesta quarta-feira, reconhecendo que o negócio "não resultaria em uma perda substancial para a competição em relação aos consoles no Reino Unido". Na ocasião, a Sony reagiu de forma negativa, afirmando que a posiçao da CMA era "surpreendente, sem precedentes e irracional".
Com o negócio bloqueado no Reino Unido, ao menos por enquanto, a Microsoft ainda precisa da aprovação de dois órgãos reguladores importantes: o dos Estados Unidos e da União Europeia. Ainda não há uma data para a decisão do FTC norte-americano, mas a comissão da UE deve se pronunciar sobre o caso em 22 de maio. Vale lembrar, a compra foi aprovada no Brasil em outubro de 2022.