Returnal para PC é a melhor forma de jogar o roguelike
Game de lançamento do PlayStation 5 chega ao PC em sua melhor forma
Returnal foi um dos primeiros exclusivos do PlayStation 5 - e o mais diferentão deles, combinando uma dificuldade elevada que combinava o 'bullet hell' que é marca registrada da produtora sueca Housemarque com as complexidades do gênero roguelike. Agora, o jogo chega ao PC com melhorias gráficas e outros recursos exclusivos.
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Dois anos separam o lançamento original de Returnal do port para PC. Saiba o que a versão para computadores traz de novidades e aprimoramentos.
Ciclo infinito
A história de Returnal, apesar de ser existente, não é exatamente o foco do jogo. Na verdade, eu diria que é o seu ponto mais fraco. Selene é uma cadete espacial que, ao desobedecer às ordens da corporação ASTRA, acaba pousando no planeta proibido de Atropos. Infelizmente, a nave Helios sofre uma queda, fazendo com que Selene fique presa em uma floresta hostil, porém familiar.
Durante a primeira exploração, Selene descobre que tem algo de errado com aquele lugar. A astronauta descobre o corpo de outra cadete espacial, mas que guardava uma surpresa: o corpo era dela mesma. Após esta revelação, Selene é atacada por diversas criaturas aliens, fazendo com que ela morresse no local, apenas para reaparecer na nave, retendo as lembranças da morte anterior e descobrindo que está presa em um ciclo infernal. Sua única forma de tentar escapar é seguindo um sinal misterioso, a “Sombra Branca”, que supostamente vai permitir que envie um pedido de socorro para a corporação Astra.
Esta narrativa do Ciclo infinito é o que leva a mecânica roguelike para frente. Afinal, cada vez que você morrer, será obrigado a retornar para este ponto inicial do jogo e começar tudo de novo. Porém, é importante ressaltar que, mesmo que perca suas armas e nível de proficiência, alguns artefatos e equipamentos se tornam permanentes, permitindo ir mais longe durante cada ciclo.
A história é o ponto mais fraco do jogo. Mesmo intrigante, o jogo não consegue provocar uma conexão entre o jogador, Selene e seus problemas. Apesar de ser fortemente inspirado em histórias “Lovecraftianas”, a narrativa principal sofre para manter o interesse. Por outro lado, o combate de Returnal é de longe um dos melhores do gênero - e onde o game realmente faz bonito.
Jogabilidade gratificante
Em Returnal, o jogador está sempre em constante movimento, precisando desviar de centenas de tiros inimigos, enquanto tenta manter o equilíbrio e sua mira para não morrer por qualquer tipo de erro. Parar de atirar pode ser fatal, e o arsenal de armas diferenciadas facilmente transformam o jogo em uma espécie de “Doom” em terceira pessoa.
Diferente de jogos rogue-lite, a verdadeira progressão de Returnal vem da habilidade do jogador de aprender com os erros em cada ciclo, e a jogabilidade rápida e frenética do jogo fazem com que o jogador não se sinta tão frustrado quanto ele deveria ao morrer.
A exploração de Returnal é feita de maneira procedural, ou seja, o mapa muda cada vez que o ciclo se reinicia. Porém, o jogo ainda retém algumas informações fixas que, com o auxílio do mapa em 3D no canto inferior direito, não farão com que o jogador se sinta perdido.
Além disso, durante a exploração, o jogador encontrará diversas portas que levam para áreas diferentes, onde ele poderá lutar contra inimigos mais poderosos, encontrar novas armas, comprar itens, melhorias e muito mais. É necessário planejamento e tática sobre o que você vai carregar durante a jogatina, já que levar um item errado também pode fazer com que você volte ao início do ciclo.
Melhorias no PC e performance
Mas e a versão para computadores? O que ela faz de diferente comparado com o jogo original lançado no console? Bom, além dos claros upgrades gráficos e de adições de recursos como Ray Tracing de alto nível e tecnologias de super sampling como o DLSS, o PC entrega um recurso que é simples, mas extremamente útil para um roguelike: suporte para o mouse e teclado.
Vou admitir que, quando eu joguei Returnal no console, eu não gostei tanto assim do jogo. O principal motivo foi por conta do Dualsense que, apesar de ser um controle muito bom e seus recursos serem bem revolucionários, não me agrada para jogos de tiro onde a precisão e rapidez são chaves para o sucesso. A simples escolha de poder jogar com um mouse e teclado fez com que a minha experiência com Returnal melhorasse em 100%.
Todos os recursos que você espera de um jogo de tiro no computador estão presentes em Returnal, e como eu sou um cara que gosta de jogar com sensibilidade lá no alto e de forma frenética, eu acabei me apaixonando com o jogo na hora. Também é possível aumentar o FOV, ou seja, é um sonho para pessoas como eu que estão acostumados com outros jogos de tiro como Warzone, Apex e por aí vai.
A performance do jogo é bem sólida, com exceção de alguns crashes aleatórios e uma queda grotesca de frames durante a luta contra o terceiro chefe. Nesta batalha, a única forma de resolver foi diminuindo a qualidade gráfica para o mínimo e ativando o DLSS, recurso exclusivo das placas RTX, para o modo “ultra desempenho”. Mas, creio eu, que este pequeno problema seja facilmente resolvido com uma simples atualização no futuro.
Considerações
Jogar Returnal no PC é a experiência definitiva deste roguelike que, até então, estava preso em uma plataforma que não combinava tanto com o estilo do jogo.
Apesar de apresentar alguns problemas leves durante a jogatina, as melhorias gráficas e o suporte para recursos exclusivos fazem com que a versão de PC seja a melhor forma de conhecer o planeta de Atropos e seus desafios.
Returnal está disponível para PC e PlayStation 5.
*Esta análise foi feita com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Sony.
