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Sempre há espaço para inovação, mesmo em jogos Soulslike

Conheça a história do estúdio de Morbid: Seven Acolytes e The Lords of Ire

31 jul 2024 - 10h07
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Simo Talasranta e a equipe do estúdio Still Running, de Morbid: The Lords of Ire e The Seven Acolytes
Simo Talasranta e a equipe do estúdio Still Running, de Morbid: The Lords of Ire e The Seven Acolytes
Foto: Still Running / Divulgação

Com os sucessos de Elden Ring e de sua expansão Shadow of the Erdtree, é impossível negar a influência da FromSoftware nos jogos atuais – em particular, nos RPGs de ação. E mesmo sabendo que a comparação com as obras de Hidetaka Miyazaki são inevitáveis, estúdios independentes investem em novas criações no gênero. É o caso da Still Running, estúdio fundado em 2014 e mais conhecido por Morbid: The Seven Acolytes, de 2020, uma verdadeira jóia para quem curte jogos do estilo.

Recentemente, a Still Running lançou uma sequência para seu sucesso de 2020. Chamado Morbid: The Lords of Ire, o novo jogo segue a história da protagonista Striver em sua jornada sangrenta para derrotar os Senhores da Ira num mundo sombrio cheio de influências do horror de H. P. Lovecraft, monstros de Cronenberg e tudo o que os fãs do gênero mais apreciam. A grande diferença é que, enquanto The Seven Acolytes adota um visual 2D em pixel art, The Lords of Ire parte para o tridimensional mais convencional dos jogos de hoje. Foi um movimento arriscado, mas, para seus criadores, necessário.

Morbid: The Seven Acolytes se destaca pelo traço ao estilo 'pixel art' de seus personagens e cenários
Morbid: The Seven Acolytes se destaca pelo traço ao estilo 'pixel art' de seus personagens e cenários
Foto: Still Running / Divulgação

Para o estúdio, essa mudança é uma questão de desenvolvimento. "Para crescer, tanto como indivíduos quanto como companhia, você precisa dar passos ousados", contou o roteirista, compositor e designer de som Simo Talasranta, em entrevista ao Game On. "Nós amamos pixel art, afinal foi de onde viemos, com Zombie Kill of the Week, The Walking Vegetables, e Morbid: The Seven Acolytes. Mas depois de três jogos em pixel art, chegamos numa encruzilhada, na qual tivemos que decidir se continuaríamos como um estúdio de pixel art para sempre ou se daríamos um passo ousado rumo ao grande desconhecido", explicou Talasranta. "Nós escolhemos a segunda opção".

Morbid: The Lords of Ire não foi um projeto fácil para a Still Running. "Foi nosso primeiro jogo 3D em um novo motor gráfico. Mas ainda assim, valeu a pena dar esse passo, pois isso abriu novas portas, aprendemos novas habilidades e surgiram novas possibilidades para o futuro", disse o produtor. "O desafio de criar algo novo é algo que cada artista encara diariamente em seu trabalho".

Um dos traços mais atraentes da franquia Morbid sempre foi sua originalidade, a capacidade da Still Running de costurar elementos conhecidos de outras obras em uma tapeçaria macabra e fascinante é inegável. "Quando nós começamos a projetar o mundo de Morbid, queríamos que fosse um lugar realmente sem esperança, desolado, até niilista. E assim tivemos a ideia dos Gahars como a causa de todas as coisas ruins do mundo", relembrou Talasranta. "Eles são similares aos Grandes Antigos do mythos de H.P. Lovecraft, na forma como corrompem a terra e suas criaturas, afetando mentes e corpos".

Em Lords of Ire, a Still Running decidiu levar seu universo para o reino dos gráficos 3D
Em Lords of Ire, a Still Running decidiu levar seu universo para o reino dos gráficos 3D
Foto: Still Running / Divulgação

Em ambos os jogos, o jogador assume o papel da heroína Striver. "Ela é a última esperança nesse mundo amaldiçoado, em uma missão fútil para derrubar os deuses", disse o produtor, apontando um dos diferenciais de Morbid em relação a outros jogos semelhantes, que não costumam ter heróis predefinidos, embora o motivo original para a criação da Striver seja bem prosaico.

"Eu poderia dizer que ter essa protagonista icônica foi uma 'grande visão artística', mas na verdade foi uma questão de recursos", admitiu Talasranta. "Nós somos um estúdio independente bem pequeno. Não temos os recursos dos grandes estúdios para criar vários modelos de personagem ou um sistema de personalização completo. Por isso, nossa única opção era fazer o jogo ao redor de uma única protagonista".

Mesmo com recursos limitados, a Still Running luta para deixar sua marca no gênero dominado pela FromSoftware ao mesmo tempo em que tenta fugir de rótulos. "Nós nos referimos à Morbid como um 'RPG de ação com elementos Soulslike' ao invés de um 'título Soulslike'", frisou o produtor. "Para nós, cada jogo deve sempre trazer algo novo para a mesa, e por isso em Morbid nós demos uma boa sacudida no gênero, com vários recursos únicos em cada um dos jogos".

"Um dos desafios de trabalhar com o gênero Soulslike é alcançar as expectativas dos jogadores", revelou Talasranta, explicando que muitos fãs esperam por mecânicas de jogo específicas e consideram alguns outros recursos inaceitáveis em jogos do gênero. "Eu acredito que o gênero como um todo ainda está se desenvolvendo e seus elementos não foram todos definidos", disse o produtor, traçando uma comparação com os jogos de tiro: "Assim como nós vimos a evolução do gênero FPS desde o Doom original, nós vamos testemunhar a evolução dos jogos Soulslike no futuro. Sempre há espaço para inovação".

Morbid: The Lords of Ire está disponível para PC, PlayStation 4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S.

Fonte: Game On
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