Tales of Symphonia Remastered resgata RPG cult dos anos 2000
Jogo da Bandai Namco mostra como um bom game design não envelhece, mas remasterização poderia ser mais caprichada
Tales of Symphonia foi lançado originalmente quase 20 anos atrás para Game Cube e PlayStation 2 e até hoje é um dos melhores games da série da Bandai Namco. A versão Remastered traz os personagens célebres, a trama complexa e o combate em tempo real para uma nova leva de plataformas.
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Um dos charmes de Tales of Symphonia é a trama sofisticada, uma aventura em escala épica e cheia de reviravoltas que surpreendem o jogador e man´tem o interesse ao longo de dezenas de horas de jogo, mesmo sem abandonar o clima leve de jovens heróis se aventurando pelo mundo, típico dos RPGs japoneses da época.
O jogador controla o guerreiro Lloyd Irving, um jovem que não é exatamente o personagem principal da aventura, algo bem raro até hoje. Sua melhor amiga, Colette Brunel é a 'escolhida' para salvar o mundo e Lloyd e outros companheiros partem para acompanhá-la na missão. Em sua jornada, descobrem que para salvar seu planeta, outro mundo paralelo deverá ser destruído.
Ótimo game design
O game design de Symphonia é, para mim, seu ponto mais forte. O jogador nunca fica parado por muito tempo, a ação está sempre avançando e suas dungeons são divertidas e recompensadoras, alternando entre a exploração com resolução de puzzles simples e o combate em tempo real contra monstros encontrados de forma aleatória. Dá até para jogar com amigos, embora a maior parte das pessoas devam encarar a aventura sozinhos.
A navegação pelo mundo é meio estranha, principalmente para quem se acostumou com os RPGs modernos. Ao sair das vilas, cavernas, templos e outros pontos de interesse, o grupo de personagens caminha pelo mapa até o próximo ponto. Porém, leva um tempinho para entender isso e é preciso atenção às indicações e, principalmente, aos diálogos, para saber para onde ir.
Por sinal, faz falta o suporte ao português brasileiro entre os idiomas. Quem não domina o inglês pode acabar deixando passar as dicas que os personagens deixam nas conversas e ter dificuldade para curtir a história cheia de diálogos - inclusive com pequenas cenas divertidas e reveladoras entre os membros do grupo, tradição da franquia Tales of. Ainda assim, é um excelente RPG japonês e um dos melhores jogos da série.
Remasterização aceitável
Antes de chegar aos consoles atuais, Tales of Symphonia foi relançado para PC e PlayStation 3. A versão atual parece uma adaptação daquele port, sem muitas melhorias gráficas ou de performance - isso explica porque o jogo roda com uma taxa de 30 quadros de animação por segundo, como a versão de PS2 que serviu de base para o port na época, e não em 60 fps como no GameCube.
Em termos de resolução, Tales of Symphonia Remastered roda em 1080p, o que é aceitável, mas também, poderia ser melhor, com tantos jogos clássicos ganhando acabamento 4K ultimamente.
Considerações
Embora não seja o jogo mais sofisticado visualmente, o jogo envelheceu bem, muito pelo carisma do elenco e design dos personagens, assim como seus sistemas que sempre foram muito bons. Merecia uma remasterização mais caprichada? Sem dúvida e a nota reflete mais a qualidade do remaster do que a do jogo em si.
Vale lembrar, o jogo não tem versões nativas para PS5 ou Xbox Series X/S, rodando neles via retrocompatibilidade com o PS4 e o Xbox One.
Tales of Symphonia Remastered está disponível para PC, PS4, Switch e Xbox One.
*Esta análise foi feita no Xbox Series X, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Bandai Namco.