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The Last of Us Part I decepciona no PC com problemas técnicos

Talvez seja melhor esperar algumas atualizações antes de investir na adaptação do jogo de PlayStation 5 para os computadores

30 mar 2023 - 17h27
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The Last of Us Part I traz o remake do jogo base e sua expansão, Left Behind
The Last of Us Part I traz o remake do jogo base e sua expansão, Left Behind
Foto: Naughty Dog / Divulgação

Mesmo já tendo jogado The Last of Us no PlayStation 3, no PlayStation 4 e até mesmo no PlayStation 5, eu estava bem ansioso para reviver as aventuras de Joel e Ellie no PC, com recursos gráficos extras e outros requintes que os computadores oferecem.

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Após um adiamento e polêmicas geradas em cima das especificações reveladas dias antes do lançamento oficial, meu computador estava pronto para jogar The Last of Us Part I com tudo que a plataforma pode oferecer. Mas, infelizmente, a experiência é desagradável do começo ao fim, começando já pelo menu.

Shaders, stutterings e temperaturas altas

Eu poderia passar um tempo aqui para explicar a história de The Last of Us, mas eu imagino que isso não seja mais tão necessário. Depois de três versões diferentes nos consoles, quadrinhos oficiais e uma brilhante série produzida pela HBO, a história de TLOU já deve ser bem conhecida do público gamer. 

Mas em todo caso, aqui vai um breve resumo: um apocalipse força os seres humanos a viverem reclusos em pequenas cidades controladas por oficiais do governo, incluindo Joel Miller. Joel é um homem que, após perder sua filha no começo do surto do fungo Cordyceps, passou anos como um homem amargo e feroz cujo único objetivo é sobreviver dia após dia. Trabalhando como um contrabandista temido por todos, Joel recebe a missão de levar Ellie, uma garota de 14 anos imune ao fungo, até o outro lado do país na tentativa de criar uma cura.

Durante essa jornada, Joel e Ellie se encontram em diversas situações de vida ou morte, que acaba desencadeando uma relação de pai e filha que ambos haviam abandonado por conta de seus passados conturbados. A história de The Last of Us é o ponto mais forte do jogo, mas fica difícil aproveitá-la quando o game em si resolve não funcionar de forma correta.

Fãs da série da HBO vão encontrar vários personagens conhecidos (e descobrir que tem muita coisa diferente no jogo)
Fãs da série da HBO vão encontrar vários personagens conhecidos (e descobrir que tem muita coisa diferente no jogo)
Foto: Naughty Dog / Divulgação

Logo no menu eu fui apresentado com a criação de shaders, algo que é normal em jogos na plataforma, mas não da forma que vi em The Last of Us Part I. Normalmente, a criação de shaders não demora mais que 20 minutos em casos mais extremos, porém com este jogo eu tive que esperar mais de uma hora e meia, cronometradas através da própria steam. Durante este tempo, era impossível usar o computador para qualquer outra finalidade, já que o uso da minha CPU e dos 32GB de memória RAM instalados em minha máquina estavam em constantes 100%. 

Após os shaders terem sido criados, eu resolvi dar uma olhada nas configurações gráficas e fui surpreendido com o uso de 120% da VRAM de minha placa de vídeo. Eu tenho uma RTX 3070, e mesmo que ela tenha “apenas” 8GB de VRAM, raramente um jogo ultrapassa este limite. Eu fiz o possível para diminuir o uso de VRAM durante o jogo, mexendo em configurações como a qualidade de texturas e até ativando o recurso DLSS, e finalmente comecei a jogatina. 

Problemas técnicos da adaptação tiram o holofote do ótimo enredo e personagens cativantes de The Last of Us
Problemas técnicos da adaptação tiram o holofote do ótimo enredo e personagens cativantes de The Last of Us
Foto: Naughty Dog / Divulgação

Stutterings, as famosas “travadinhas”, estão presentes logo na cena inicial do jogo. O jogo se recusa a manter uma alta taxa de quadros, mesmo em locais fechados e sem muita ação. O jogo travava muitas vezes durante o combate com vários inimigos, incluindo vezes que ele literalmente fechava sozinho sem apresentar nenhum tipo de código de erro. Eu tive que aceitar o jogo estar rodando entre 35-40 FPS, mesmo sabendo que minha máquina era poderosa o suficiente para conseguir ir além.

Superaquecimento também é um enorme problema durante a jogatina, já que resolvi monitorar o desempenho do meu computador, e fiquei surpreso ao ver que meu processador estava atingindo 90 graus. Jogar The Last of Us Part I literalmente estava colocando o meu computador em perigo, mas mesmo assim eu continuei até zerar, com a esperança de que isto melhoraria. Mas, como já era de se esperar, minhas esperanças foram em vão.

Apesar destes problemas, The Last of Us Part I no PC demonstra primor gráfico. O motor utilizado pela Naughty Dog em seus jogos mais recentes é impressionante, e isso é realmente posto em cheque em uma plataforma mais poderosa. Quando funciona corretamente, o jogo beira o fotorrealismo, desde os cenários até o modelo ultradetalhado dos personagens. Mas também ocorrem problemas, principalmente no carregamento de texturas de cartas, placas e até mesmo na textura de pele de Joel e Ellie.

Considerações

Infelizmente, ter ótimos gráficos não é o suficiente para um jogo se sustentar. Os diversos problemas presentes no jogo atrapalham a experiência, e pode arruinar a primeira viagem de muitos gamers de PC que a anos não jogam em consoles.

The Last of Us Part I (PC) - Nota 4
The Last of Us Part I (PC) - Nota 4
Foto: Game On / Divulgação

Estes problemas deveriam ter sido corrigidos antes do lançamento, e no estado atual fica impossível recomendar o jogo para qualquer um. The Last of Us Part I esconde uma grande história por trás de um produto quebrado e inacabado, e somente meses de atualizações poderão tirar o gosto amargo de um dos piores ports que eu já vi para a plataforma.

The Last of Us Part I está disponível para PC e PlayStation 5.

*Esta análise foi feita no PC, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Sony.

Fonte: Game On
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