Contando o passado, 'Gears of War: Judgment' acerta em boa narrativa

Um ano e meio após o encerramento da trilogia Gears of War, parceria da Epic Games com a Microsoft, o esquadrão da COG está de volta para salvar seu planeta Sera dos ataques dos alienígenas Locust. Voltando 15 anos na história, Gears of War: Judgment, exclusivo para Xbox 360, passa por uma repaginada positiva na série, com um enredo melhor construído e mecânica mais rápida.  

A primeira grande novidade de Gears of War: Judgment é a sua técnica de narrativa. Abrindo com o julgamento do esquadrão Kilo por um crime que o jogador ainda não sabe, a campanha singleplayer é toda contada pela boca dos protagonistas Baird, Cole, Sofia e Paduk com falas inseridas ao longo das missões. E a dublagem em português – de alta qualidade – ajuda, e muito, na compreensão do enredo. Flashbacks e animações ao fim de cada missão também amarram muito bem a história.

Notícias relacionadas

Metade dos desenvolvedores de Assassin's Creed Shadows nunca fez um jogo antes

Atualização de Stalker 2 promete correções para vários problemas

Sony abre site com a história do PlayStation e confirma 160 milhões de PS2 vendidos

Tratando-se de um evento no passado da trilogia de Gear of Wars, os personagens também estão mais jovens e, consequentemente, mais imaturos. Querendo proteger seu planeta a qualquer custo, eles têm a iniciativa de fazer o que parece certo e não o que foram mandados – e por isso estão sendo julgados. O espírito inconsequente e irresponsável também é mostrado com certa dose de humor e comentários ao longo da campanha.

Embora use o mesmo motor gráfico de Gears of War 3, Judgment passou por uma melhora em suas texturas – principalmente as sombras e luzes. O jogo está mais bonito e, consequentemente, mais realista. Há explosões que causam neblinas de pó, reduzindo sua visibilidade, lugares escuros podem surpreender com inimigos e objetos nos cenários estão com mais detalhes.

Mecanicamente, Judgment também está mais elaborado que seus antecessores. As estratégias de ataque dos inimigos, assim como sua intensidade, vão de acordo com as táticas do jogador. Campos de batalha mais abertos – como um grande hall de um museu – possuem pontos a ser cobertos pelos gamers, e cada nova investida dos Locust, os oponentes ficam mais cientes dos espaços, sendo impossível ficar escondido por muito tempo. Os personagens jogáveis estão mais rápidos, com trocas de armas mais ágeis e desvios precisos. Outra boa novidade é que se pode usar o escudo com as metralhadoras.

Essas modificações podem ser percebidas no sistema Desclassify, são micro-missões optativas entre ataques. Ao aceitá-las, a maneira como você joga irá passar por mudanças de acordo com o conceito da tarefa, além de ser o principal balanceador do sistema de pontos.

Por se tratar de um prelúdio, Judgment tem um final que, previsivelmente, não mata o chefão. General Karn aparece nos 45 minutos do segundo tempo e a luta final deixa um pouco a desejar, mas não compromete as quase 10 horas de campanha singleplayer. Mais rápido, interessante e com um enredo bem amarrado, Gears of War: Judgment se sai melhor que seu antecessor.