Por que o Mega Drive se chamava Sega Genesis nos EUA?
Console de 16 bits da Sega foi rebatizado nos Estados Unidos; entenda o que aconteceu
Recentemente a Sega anunciou o lançamento do Mega Drive Mini 2 no Japão com a promessa de mais de 50 títulos do próprio Mega Drive e também do seu periférico Sega CD.
A notícia deixou os fãs da empresa e jogadores retrô em geral em polvorosa, mas enquanto ele não chega, que tal relembrar de uma história curiosa envolvendo o nome do console em seu lançamento nos Estados Unidos?
Em 29 de outubro de 1988 a Sega lançava no Japão o Mega Drive, o primeiro console de 16 bits do mercado. A empresa já enfrentava dois fortes competidores na época, o Famicom (Nintendo Entertainment System, ou NES, fora do Japão) e o PC-Engine (TurboGrafx-16 fora do Japão, lançado em conjunto pela Hudson Soft e NEC).
Apesar de fazer sucesso com o lançamento de jogos em arcade, infelizmente a Sega nunca conseguiu realmente deslanchar o Mega Drive em seu país de origem. Mas a história seria bem diferente nos Estados Unidos, começando pelo seu nome, que foi rebatizado para Sega Genesis. Mas por que isso aconteceu apenas na América do Norte? Confira agora com Game On as razões por trás dessa decisão.
O lançamento nos EUA
Antes de lançar o Mega Drive, a Sega tentou a sorte nos Estados Unidos com o Master System, o seu sistema de 8 bits (que no Japão era conhecido como Sega Mark III) em 1986, mesmo ano em que era criada a Sega of America, contra o todo poderoso NES, que dominava o mercado com folga.
Com uma péssima distribuição terceirizada da inexperiente Tonka Games e campanhas de marketing fracas, o Master System foi rechaçado do país sem nem chegar perto do sucesso do seu rival popular.
A Sega rapidamente percebeu que não teria chances com o Master System, por isso decidiu focar no lançamento do Mega Drive.
A Sega terminou o relacionamento com a Tonka Games e procurou por um novo distribuidor para o videogame nos Estados Unidos, fechando uma parceria com o CEO da Atari Corp, Jack Tramiel, e com o presidente da divisão de entretenimento eletrônico da Atari, Michael Katz.
Rebatizando o Mega Drive
Durante esse período foi constatado pela Sega of America que o nome Mega Drive já havia sido registrado legalmente por uma empresa de computadores pessoais chamada Mega Drive Systems Inc., impossibilitando assim que a empresa utilizasse o nome.
A Sega então decidiu utilizar um nome mais "agressivo" para causar uma impressão duradoura nos compradores americanos, e inicialmente batizou o console com o nome de Tomahawk. O nome de uma machadinha típica dos povos nativos norte-americanos também foi usado pelas forças armadas dos EUA em um míssil que ficou famoso durante a Guerra do Golfo.
A escolha deixou vários funcionários da Atari, até o momento responsáveis pela distribuiçao do novo console, preocupados com a nomenclatura incomum. O escritório da Atari então organizou um concurso interno com sugestões para um novo nome, e apesar de vários opções terem surgido, foi o nome "Genesis", bolado por Steve Ryno, que recebeu a maioria dos votos. Se a ideia veio da noção do sistema ter um "renascimento" nos Estados Unidos ou pelo filme Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (que na história continha um dispositivo de terraformação chamado Genesis) permanece um mistério até hoje.
A parceria da Sega e Atari acabou não dando certo e cada uma seguiu o seu caminho, mas o nome Genesis pegou e o Mega Drive foi oficialmente renomeado, marcando o início de uma história de sucesso nos Estados Unidos.
Sega Genesis chega aos EUA
Para supervisionar o lançamento do console na região, Michael Katz, ex-presidente da divisão de entretenimento eletrônico da Atari, foi contratado como CEO da Sega of America.
O sistema foi lançado inicialmente para testar os mercados de Nova York e Los Angeles em 14 de agosto de 1989, com um lançamento nacional no final do mês. O Sega Genesis rapidamente chamou a atenção dos consumidores com seus ports de jogos de arcade, gráficos e velocidade superiores ao do NES, o console 8-bit da Nintendo que dominava o mercado.
Apesar das boas vendas, a Sega of Japan ainda não estava satisfeita com os resultados, e cerca de um ano depois decidiu demitir Michael Katz e substituí-lo pelo lendário Tom Kalinske, que levou o Genesis a patamares que a Sega nunca havia sonhado, explodindo em popularidade nos Estados Unidos. Suas estratégias agressivas de publicidade caíram no gosto dos jogadores adolescentes, principalmente graças à uma das mais célebres campanhas publicitárias da história dos videogames conhecida como "Genesis Does What Nintendon’t" – ou traduzindo para o português, "Genesis Faz o que o Nintendo Não Faz".
Por fim, vale lembrar que a mudança do nome do Mega Drive também contribuiu para rebatizar o seu periférico de Sega CD, ao invés de Mega CD, já que o nome japonês não tinha mais nenhuma conexão com o nome americano.
E aí, você já conhecia essa história sobre o nome do Mega Drive nos Estados Unidos? Está ansioso com o malnçamento do Mega Drive Mini 2? Deixe seu comentário aí para a gente!