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Spider-Man 2 é o jogo que justifica comprar um PS5? Veja análise

16 out 2023 - 11h01
(atualizado às 12h21)
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Com mais de 60 anos de carreira, o Homem-Aranha é um dos heróis mais conhecidos e amados mundialmente. Durante suas seis décadas de vida, o cabeça de teia já teve centenas de histórias em quadrinhos, já foi interpretado por múltiplos atores nos cinemas e ganhou muitos jogos, uns bons e outros, nem tanto... E agora, com o game Spider-Man 2, o personagem se torna uma arma: uma bazuca comercial da Sony moldada para impulsionar as vendas do PS5.

Produzido pela Insominac Games, o jogo é a obra mais ambiciosa do estúdio e, sob certa ótica, o primeiro grande exclusivo feito em casa para o novo PlayStation. Desde que chegou ao mercado em 2020, o PS5 já recebeu jogos como Ratchet and Clank, God of War Ragnarork e Horizon Forbidden West, mas os títulos também saíram no PS4 ou foram portados para o PC.

Agora, fica a questão: a Insomniac consegue surpreender com um console poderoso nas mãos e um jogo aguardado pelo público, com um dos personagens mais amados da história? Nós passamos mais de 30 horas jogando Spider-Man 2 no PS5 e você confere a review completa do game agora!

E só pra ressaltar: a análise a seguir não conta com spoilers da história e de grandes acontecimentos envolvendo o gameplay de Spider-Man 2. No entanto, vamos desdobrar algumas mecânicas que estão presentes no novo game.

A estrada até aqui

Mais do que uma simples sequência, Spider-Man 2 é um amálgama dos projetos anteriores da Insomniac Games, que foi comprada pela Sony em 2019. A empresa começou sua caminhada com o Homem-Aranha em 2018, quando lançou o game de mundo aberto e focado com história cinematográfica no PS4.

Além de trazer o primeiro jogo para o PC e remasterizá-lo para o PS5, o estúdio também desenvolveu Spider-Man Miles Morales. Lançado inicialmente em 2020, o título praticamente se aproveita de toda a base do Homem-Aranha original, mas traz novidades no mapa e alguns poderes extras, já que acompanha o novo Spider-Man, que consegue ficar invisível e lançar eletricidade.

Spider-Man
Spider-Man
Foto: Minha Série

Spider-Man 2 une tudo que tivemos nos dois jogos anteriores da Insomniac Games.

Em Spider-Man 2, temos uma fusão de tudo que foi feito anteriormente. Agora, nós controlarmos os dois personagens na história, que se passa em uma Nova York com um mapa quase duas vezes maior que o do primeiro jogo. No entanto, o que mais impressiona não é a expansão, mas a evolução: quando o assunto é gameplay, a Insomniac claramente ouviu os fãs e refinou consideravelmente a sua fórmula. Tudo isso empacotado em uma história bem maneira e que certamente vai abraçar os fãs do Homem-Aranha.

História

A narrativa de Spider-Man 2 se passa logo após os acontecimentos do jogo de Miles Morales. E a história segue um mote conhecido: os desafios de ser um super-herói.

O personagem mais novo lida para equilibrar a vida na escola com os deveres de ser o Homem-Aranha, enquanto aprende a ser um herói cada vez melhor. Já Peter Parker engata uma relação com Mary Jane e está calejado de proteger Nova York, mas vê uma saída numa oportunidade oferecida pelo seu amigo, Harry Osborn.

Além de continuar desdobrando as pontas soltas deixadas pelos dois jogos anteriores, Spider-Man 2 se destaca por trazer um leque diversificado de vilões. O jogo dá mais espaço para grandes nomes como o caçador Kraven e Venom, em uma história original que pode surpreender até mesmo os fãs mais ávidos do universo do Homem-Aranha.

Kraven
Kraven
Foto: Minha Série

Kraven, o caçador, é uma das principais ameaças em Spider-Man 2.

Eu acompanho tudo sobre o Homem-Aranha há mais de 20 anos e sou tão fã do personagem que assisti até o filme Morbius. Mesmo assim, fiquei impressionado com a história seguida no jogo, que entrega uma experiência refrescante e cheia de surpresas.

Tirando algumas decisões que parecem apressadas, a narrativa tem um ótimo ritmo e não sofre com muitas interrupções bruscas. Não vou dar spoilers, mas as jornadas de Peter e Miles se entrelaçam muito bem na campanha principal, que ainda deixa espaço para uma possível continuação.

Mundo aberto recheado de narrativa

Além da história, o mundo aberto de Spider-Man 2 também está recheado de atividades secundárias com muitas referências. Diferente dos jogos anteriores, em que grande parte dos coletáveis e bases de inimigos serviam apenas para coleção ou subir de nível, aqui o jogador é presenteado com uma expansão do universo de Spider-Man, além de conseguir recursos e liberar belos trajes para os personagens.

As missões secundárias de história, principalmente as de Peter Parker, são bem trabalhadas e até emocionantes. Já os objetivos secundários, como destruir bases, vem acompanhados de modificadores para não caírem na repetição e deixarem a experiência interessante para o jogador seguir até o fim da linha narrativa. Como amigão da vizinhança, prepare-se para fazer coisas que vão desde carregar uma mandioca por Nova York até acompanhar um idoso na praça, tudo com um pequeno peso narrativo como recompensa.

Spider-Man
Spider-Man
Foto: Minha Série

Spider-Man 2 possui missões secundárias significativas.

O ponto fraco nessa equação acaba sendo os crimes que ocorrem na cidade, que continuam sendo bem simples e podem se tornar repetitivos. A boa notícia é que eles não são obrigatórios para a conclusão do game, então você pode simplesmente deixar as pessoas se ferrando na cidade e seguir a sua vida. Além disso, algumas das ações, tanto na história quanto no gameplay, vem acompanhadas de Quick Time Events simplesmente inúteis, deixando um gosto de que poderiam ter recebido um pouco mais de atenção.

Ao todo, precisei de cerca de 25 horas para concluir tudo que Spider-Man 2 tem a oferecer, incluindo bases de inimigos, tarefas secundárias e também coletáveis. Enquanto pode parecer pouco para os padrões atuais, foram horas de qualidade e recheadas de conteúdo. Diferente dos games anteriores da franquia, em que ocasionalmente eu sentia que só estava batendo para bater, a história e as recompensas de Spider-Man 2 fazem cada minuto da jornada valer a pena.

Gameplay familiar, mas aprimorado

Quando o assunto é jogabilidade, temos uma experiência que lembra muito os jogos anteriores, mas com certas mudanças que aprimoram a qualidade de vida. Nesse quesito, a Insomiac claramente ouviu os fãs e realizou melhorias interessantes em sua fórmula.

A navegação pelo mapa está impecável em Spider-Man 2. O jogo aprimora a velocidade dos movimentos com a teia e traz uma grande novidade: asas. Agora, o Homem-Aranha consegue planar e pegar túneis de vento para se movimentar rapidamente na cidade, algo bem-vindo para facilitar a movimentação no mapa maior. O jogador até pode ativar dano de queda e movimentos mais livres, para ter mais realismo, ou utilizar efeitos de cartoon para tornar a experiência de voo mais "Aranhaverso".

Voxel
Voxel
Foto: Minha Série

Nova York está gigante, mas ficou mais fácil se movimentar.

O combate básico também foi alterado para tornar o jogo um pouco mais estratégico, mas sem perder a essência de pancadaria desenfreada. O sistema de foco agora só funciona com barras completas, fazendo com que o jogador tenha que escolher entre se curar ou finalizar inimigos. Além disso, uma função de aparar foi adicionada ao game: ela acaba não fazendo tanta diferença em lutas ocasionais, mas acaba sendo importante em combates contra chefes.

O grande destaque, porém, está nas habilidades especiais. Cada um dos protagonistas possui um set de habilidades próprio, que vai evoluindo no decorrer da história. Como esperado, cada personagem tem suas vantagens e fraquezas, fazendo com que o uso de cada um deles seja melhor para cada situação.

Peter Parker, por exemplo, possui ataques mais brutais, o que é ótimo para lidar com múltiplos inimigos. Já Miles Morales possui ataques elétricos e invisibilidade, o que melhora a experiência de furtividade, por exemplo. Na parte do stealth, agora também temos uma teia especial que permite criar novos caminhos para abater inimigos, garantindo mais possibilidades no gameplay silencioso.

Mary Jane
Mary Jane
Foto: Minha Série

O gameplay com Mary Jane ficou bem melhor em Spider-Man 2.

Falando em furtividade, lembra dos traumáticos trechos com Mary Jane sem nenhuma ação no primeiro Spider-Man? O gameplay com a personagem está de volta, mas felizmente foi aprimorado. Todas passagens de história mais "furtivas" agora contam com ação extra, e as sequências com Mary Jane chegam a lembrar The Last of Us no novo jogo.

Enquanto a experiência geral de gameplay traz grandes avanços em comparação aos outros games da franquia, vejo que ainda existe espaço para melhorias. Os minigames de ciência do Peter Parker estão de volta e o puzzle dos átomos, por exemplo, é bem chatinho.

Além disso, a árvore de habilidades e os acessórios ainda possuem limitações. Os personagens só possuem quatro gadgets para utilizar na história inteira, o que me fez sentir falta de opções presentes nos jogos anteriores.

Voxel
Voxel
Foto: Minha Série

Mesmo com três árvores de habilidade, Spider-Man 2 ainda deixa espaço para melhorias na progressão das habilidades especiais.

A árvore de habilidades tripla também deixa a desejar com habilidades que parecem desnecessárias e a ausência de um botão reset. Em determinados pontos da história, fiquei com vontade de trocar o set de skills, mas o jogo não traz essa opção e te obriga a seguir com as escolhas iniciais.

Mesmo com esses deslizes, Spider-Man 2 ainda é o melhor jogo da franquia no quesito gameplay, sendo uma ótima porta de entrada para novos jogadores e trazendo refinamentos bem-vindos para os fãs de longa data.

Experiência no PS5

Com Spider-Man 2, a Insomniac também consegue fazer um dos melhores aproveitamentos do hardware do PS5 até agora. A parte mais impressionante acaba sendo a viagem rápida: além da troca entre personagens ocorrer em segundos, você pode pular de um local do mapa para o outro instantaneamente. Basta escolher o lugar e o personagem será transportado para lá, sem interrupções.

Graças ao poder do SSD do PS5, as telas de carregamento praticamente não existem em Spider-Man 2. Até mesmo os créditos iniciais são suprimidos para garantir uma entrada rápida no jogo.

Outro ponto que merece destaque no game é o uso do DualSense. Spider-Man 2 aproveita os gatilhos adaptáveis para puzzles na história e também na movimentação. O áudio e a vibração do controle também são muito bem aproveitados, servindo até mesmo como guia para encontrar itens pelo mapa.

Na parte dos gráficos e desempenho, Spider-Man 2 vem com dois modos. O fidelidade entrega resolução de até 4K e diversos efeitos de Ray Tracing, o que garante uma iluminação de qualidade, mas limita o framerate em 30 quadros por segundo. Para quem prefere os 60 fps ou até mesmo 120, o modo desempenho conta com taxas mais altas, abrindo mão de um pouco de qualidade visual.

Em ambos os casos, a evolução gráfica em comparação com os jogos anteriores é bastante perceptível, principalmente na iluminação e distância de renderização. Senti que algumas texturas mais básicas podiam ser melhores, como pedras, água e areia, mas isso só acaba sendo perceptível se você olhar mais a fundo.

Spider-Man 2 - Venom
Spider-Man 2 - Venom
Foto: Minha Série

O visual dos personagens também está bem legal, garantindo imersão durante a história principal. Os trajes dos protagonistas são detalhados e o simbionte possui um tom mais vivo e visceral, dando certa personalidade para a versão do game em comparação aos filmes e desenhos animados.

Por fim, dublagem em português brasileiro também não decepciona, no geral. O uso dos nomes de heróis e vilões em inglês acaba dando uma quebrada no padrão de qualidade, mas é algo que eventualmente acaba passando despercebido no decorrer da jornada.

Vale a pena jogar?

No fim das contas, Spider-Man 2 é mais uma prova de que não é necessário reinventar a roda para se fazer um bom jogo. A Insomniac refinou a sua fórmula e entregou um game de mundo aberto feito na medida certa para entregar uma história deslumbrante e um gameplay que não é cansativo.

A consequência disso acaba sendo um jogo com aproximadamente 30 horas, o que pode ser considerado pouco para alguns consumidores. Essas 30 horas, no entanto, oferecem bastante qualidade de gameplay e narrativa, principalmente se você é fã do Homem-Aranha e curtiu os jogos anteriores da franquia.

Como sou um jogador de PC e tenho um PS4 aqui em casa, eu só vi a necessidade de ter um PS5 e comprei o console quando comecei a trabalhar como editor aqui no Voxel, em agosto. De lá pra cá, tive a oportunidade de testar diversos games no produto, incluindo exclusivos como Ratchet and Clank e Final Fantasy 16. No entanto, nenhuma experiência fez tanto sentido no console até agora quanto Spider-Man 2.

Além de demonstrar as funções do DualSense, aproveitar o poder do SSD do console e elevar a experiência gráfica da franquia, Spider-Man 2 é o jogo definitivo do Homem-Aranha. Se você não está disposto a pagar R$ 300 no game, vale a pena ativar um filtro online para não receber spoilers e aguardar uma promoção.

E se você está de olho no PS5, a dica é monitorar os preços dos combos que incluem o console e o jogo, pois Spider-Man 2 é uma ótima porta de entrada para a nova geração da Sony. Para quem joga no PC, também é possível manter viva a esperança de ver o game na plataforma futuramente, já que todos os "exclusivos" da Insomniac também deram as caras no computador. Ainda não temos nada confirmado, mas seria muito bom ver o jogo sem quaisquer amarras técnicas no PC e com vários mods.

Nota do Voxel: 95

Pontos positivos (prós):

  • Narrativa de qualidade
  • Muitas referências para quem é fãs do Homem-Aranha
  • Navegação aprimorada no mapa
  • Missões secundárias com narrativa
  • Habilidades que evoluem no decorrer da história
  • Viagem rápida
  • Uso do DualSense

Pontos negativos (contras):

  • Quick Time Events desnecessários
  • Crimes na cidade ainda são simples
  • Árvore de habilidades e acessórios limitados

Spider-Man 2 foi cedido para análise antecipadamente pela PlayStation Brasil. O game será lançado em 20 de outubro no PS5.

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