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Total War: Pharaoh tem história inovadora e surpresas - Review

11 out 2023 - 11h01
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Se tem algo que me encanta no mundo dos games são as releituras de períodos históricos pouco explorados, como é o caso do Colapso da Idade do Bronze. O que mais me impressiona é que este contexto sempre casou com o que conhecemos de Total War: uma franquia com características únicas e que engloba estratégia política, desenvolvimento e disputa por territórios por meio de batalhas sangrentas.

E confesso: estava um pouco cansado das leituras fantásticas da série Warhammer, que tomaram conta da franquia nos últimos anos — mas isso não significa que sejam ruins. Me diverti muito com elas, embora a fórmula tenha pouco inovado. Claro que neste meio tempo tivemos alguns títulos que focaram na realidade histórica, como Thrones of Britannia, Troy e Three Kingdoms, mas para mim, ficou evidente o foco no mundo da fantasia, dos monstros e seres espetaculares. Não à toa foram três jogos da série. 

Tentando quebrar este paradigma, fiquei empolgado com os primeiros anúncios de Total War: Pharaoh, produzido pela Creative Assembly Sofia para computadores e que chega esta semana ao mercado. 

Foto: Voxel

 O fim de uma era

Total War: Pharaoh tem como pano de fundo a maior crise que já se estabeleceu sobre uma nação poderosa. Este é um tema que desperta muita curiosidade, já que engloba uma das maiores dúvidas da humanidade. Até hoje, os arqueólogos tentam entender o que se passou na época, sem muitas pistas ou provas do ocorrido.

Por volta de 1200 a.C, uma série de catástrofes tomou conta da região compreendida pelo Egito. A foz do Nilo foi atacada, assim como o Levante, da Palestina até a Síria. Junto a tudo isso, houve a destruição promovida em terras do Império Hitita, onde suas cidades foram queimadas e as rotas comerciais abandonadas.

A história do jogo se passa um pouco antes deste período, que vitimou duramente o Egito. Nosso tempo é a Idade do Bronze Tardio, no final da vida do Faraó Menerptá, onde diversas facções entraram em conflito para assumir o poder. 

A shot of the ancient city Men-nefer in Total War: Pharaoh, under a blue sky with the great pyramids in the background
A shot of the ancient city Men-nefer in Total War: Pharaoh, under a blue sky with the great pyramids in the background
Foto: Voxel

Escolhas alternativas, mas familiares

Em Total War: Pharaoh o jogador poderá escolher 8 líderes, divididos em 3 culturas: egípcia, cananéia e hitita. Entre os egípcios é possível optar por quatro heróis. Seti, filho de Menerptá, que só conhece a língua da guerra. Tausserte, que utiliza da inteligência para chegar ao grande posto. Amenemessés, herdeiro mais velho, que só pensa no dinheiro e Ramsés, um jovem ambicioso que possui guerreiros de elite e velocidade em batalhas. 

Pharaoh lembra muito do encontrado em Troy, produzido pela C.A. Sofialembrando em muitos momentos uma repaginação do título — lançado em 2020. Para termos ideia, os líderes seguem com mais características para mudar o cenário de batalha do que sua facção. Isto foge do encontrado nos primórdios da série. 

Os heróis possuem forças e fraquezas distintas, além de algumas características principais. É possível escolher entre dezenas de deuses, que modificarão o andamento da aventura, trazendo pontos positivos e negativos para sua história. Você pode, como em outros jogos, subir o nível de seu personagem e pode optar por títulos para beneficiar características próprias e dos soldados. Cada um deles também pode colocar em prática decretos reais para bonificar sua região ou batalha. 

Foto: Voxel

Ser Faraó não será fácil

No mapa, algumas diferenças podem ser encontradas. Além das cores mais vivas, a otimização de desempenho está excelente, mesmo na resolução 4K. É possível passear pela região sem se incomodar com os problemas encontrados em jogos antigos. 

Ainda nos cenários, é possível encontrar entrepostos espalhados pelas áreas de construção. Eles serão cruciais para auxiliar o jogador, melhorando economicamente cada região ou, até mesmo, suas forças militares. 

São muitas novidades implementadas, e que necessitam de tempo de gerenciamento acima do normal. Isso colocará até mesmo os jogadores acostumados com a série em um grande dilema: utilizar o tutorial inicial ou não? Optei por não utilizá-lo e tive dificuldades de entendimento em muitas partes do que poderia ser feito.

Foto: Voxel

Esta talvez seja a primeira crítica, já que estamos longe do encontrado em jogos antigos, onde existia um equilíbrio entre as ações de um jogo na velocidade 4x e o que é visto nos campos de batalha. 

Por exemplo, o modo por turnos recebeu adições como um novo modo de gestão da corte do Faraó, com diversas situações que interferem em suas ações de jogo. São micro-dilemas, micro-decisões que deixam o jogo com mais cara de um título de Grande Estratégia e que podem afastar os acostumados a apenas batalhar.

Batalhas climatizadas

Por mais que os elementos 4x tenham recebido grande parte da atenção, algumas modificações foram traçadas no campo de batalha. Além do Stance, o clima interfere diretamente na sua estratégia em campo. 

O sistema de posicionamento, chamado Stance, já foi utilizado em outros games da série, mas não como em Pharaoh. Ele permitirá que o jogador coloque objetivos em cada uma das suas tropas, seja para conter avanço dos inimigos, atacar com mais ímpeto e até mesmo recuar em certos pontos do mapa para criar estratégias.

O clima interfere diretamente no rendimento dos seus soldados e você poderá utilizar as melhores estratégias para se destacar no campo de batalha. Cada decisão tomada vai interferir no futuro de sua nação, portanto é importantíssimo pensar muito antes de aprovar ou desaprovar uma sequência de ações.

Foto: Voxel

Os grupos de soldados são bem diversificados e conseguem representar muito bem o encontrado na época. Fica evidente que a estratégia é crucial para ter sucesso nos confrontos. Caso o jogador não tenha muita experiência neste quesito, poderá sofrer muito, mesmo tendo uma tropa muito superior à do seu inimigo.

O fogo também ganha destaque, já que ele pode auxiliar no ataque ou na defesa. Durante o combate alguns elementos podem pegar fogo, atrapalhando o andamento de sua batalha. Este foi um ingrediente que já deveria ter entrado em cena há mais tempo. Ponto para a produtora! 

Idade das Trevas

No início deste texto, expliquei muito sobre a história do jogo — e não foi para enrolar. Era para contextualizar uma das inserções mais interessantes em Total War: Pharaoh. Quando os problemas começam a tomar conta da região, eles interferem diretamente nas ações de jogo e cabe ao jogador ter jogo de cintura para tirar vantagem disso.

Este é um super ponto positivo, mas prepare-se para enfrentar elementos que fogem da lógica. Isto fará o jogador ter que quebrar a cabeça para solucionar problemas que, até então, não estavam no roteiro da aventura. 

Se já não bastasse tudo isso, outra questão interessante e não menos importante é a invasão dos "Povos do Mar", que vão assolar os gamers na reta final da campanha. 

Preview] Total War: Pharaoh traz novidades em uma nova aventura | TecMasters
Preview] Total War: Pharaoh traz novidades em uma nova aventura | TecMasters
Foto: Voxel

Vale a pena?

Total War: Pharaoh mantém a linha de sucesso dos seus anteriores, com mecânicas de jogo muito parecidas e adições interessantes. O jogo pode assustar os mais experientes, devido a demanda de ações no mapa, mas nada como o tempo para se habituar ao encontrado

Os combates seguem empolgantes e com ingredientes que podem adicionar elementos surpresa, dando um fator replay ainda maior ao jogo. 

Nota do Voxel: 80

Pontos positivos (prós):

  • Adições interessantes;
  • História empolgante;
  • Gráficos e customização.

Pontos negativos

  • Poucas facções disponíveis;
  • Menos foco nas batalhas.

Total War: Pharaoh foi enviado pela Sega para a realização desta análise.

Voxel
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