Conheça gamers que querem fazer a diferença
Videogame é sinônimo de diversão, mas para estes jogadores, também é uma forma de melhorar o mundo
Neste 29 de agosto é comemorado o Dia do Gamer. A data, que celebra a paixão dos jogadores por seus jogos favoritos, também é um bom momento para conhecer (e se inspirar) algumas pessoas que usam os jogos eletrônicos para tornar o mundo um lugar melhor.
É o caso dos personagens entrevistados pelo Game On na websérie 'Gamers com Causa', jogadores que buscam tornar o mundo dos jogos mais acessível, diverso e inclusivo, derrunando barreiras e promovendo oportunidades de mudança social ao abraçar pessoas que costumam ser deixadas de fora pelo fandom.
Levando o Esport para a quebrada
O esporte eletrônico é a paixão de muitos jovens brasileiros e tem um efeito transformador inegável na vida dos jogadores profissionais. Não são poucas as histórias de mudança de vida entre jogadores profissionais no Brasil, principalmente com a ascensão do Free Fire, jogo de celular muito popular e acessível para gamers de baixa renda, por não exigir um PC de milhares de Reais para ser jogado, nem um console de última geração.
Porém, mesmo um celular, internet e a chance de participar de uma grande competição podem ser luxos quase impossíveis em algumas comunidades. Mudar essa realidade motivou a paulistana Maria de Fátima a criar o Complexo Peri, time de Free Fire da periferia de São Paulo, e o criador de conteúdo Lázaro 'Sonic' da Silva, do Parque Vila Maria, também em SP, a criar o campeonato X1 na Comunidade.
O X1 na Comunidade é uma série de torneios independentes e itinerantes que leva o esporte eletrônico para a quebrada, explicou Lázaro ao Game On: "Existem muitas iniciativas para levar as pessoas para o Free Fire, mas não tantas para levar o Free Fire até as pessoas".
"A origem do Complexo do Peri foi na Taça das Favelas", contou Maria de Fátima, que se denomina a maior incentivadora dos meninos do projeto social. "Esse jogo pode mudar a vida deles".
Para Lázaro, o X1 na Comunidade leva a oportunidade do esporte eletrônico para as crianças da periferia, algo que de outra forma seria impossível para muitas delas. "É fácil fazer um evento com premiação de R$ 80 mil, mas com inscrição de R$ 50. Esses R$ 50 fazem diferença aqui. Dentro da casa de uma pessoa dessa comunidade, é uma conta de água que a mãe está preocupada em pagar no final do mês".
Videogame pode (e deve) ser para todos
Wesley 'Wzy' Rios é fã de jogos e tem uveíte. Sua paixão pelos games de luta motivaram o jogador a criar o canal Blind Kombat, onde incentiva pessoas com deficiência e conscientiza o público sobre acessibilidade e a importância de uma indústria de games mais inclusiva.
"Eu acho que as empresas estão começando a se preocupar [com a acessibilidade] mas está longe do ideal", disse Wyz ao Game On. "Eu falo muito com os devs indies, apresento a questão para eles. As empresas precisam saber que isso vai vender mais seus jogos e melhorar a qualidade de vida de quem joga".
Nos últimos anos, cresceu a preocupação das produtoras de jogos em implementar ferramentas de acessibilidade em seus lançamentos. O criador de conteúdo celebrou recentemente o trabalho da produtora de Mortal Kombat 1 para levar o game para os jogadores com baixa visibilidade, por exemplo:
O Mortal Kombat 1 tem consultores cegos para os opções de acessibilidade. Mais uma notícia que nos deixa com o coração cheio 💛🥹 https://t.co/POGPzEV4Hq
— Blind Kombat (@blind_kombat) August 12, 2023
"O Mortal Kombat 1 tem consultores cegos para as opções de acessibilidade. Mais uma notícia que nos deixa com o coração cheio", diz a publicação.
Assista à websérie 'Gamers com Causa' para conhecer mais gamers que levam a paixão pelos jogos para projetos sociais e de concientização da comunidade.