Elderand é metroidvania com dark fantasy e Lovecraft
Jogo começou a ser desenvolvido há quase dez anos, antes dos lançamentos de Hollow Knight e Dead Cells
Poucos gêneros de videogame cresceram tanto nos últimos anos quanto o metroidvania. Desde o lançamento de jogos como Hollow Knight e Dead Cells, esse estilo clássico explodiu de vez e talvez tenha até saturado um pouco o jogador.
Mas o que acontece com alguém que começou a criar seu próprio Symphony of the Night, desenvolvendo sozinho em meados de 2014, três anos antes de Hollow Knight e Dead Cells serem lançados? Will Fernandes continuou tentando, viu o que precisava melhorar, entendeu o que dava errado e conseguiu apoios pra enfim finalizar e lançar Elderand do jeito que imaginava quase dez anos depois de ter começado.
"Eu nunca quis reinventar a roda ou mudar o mercado, então eu procurei fazer algo que fosse muito bem feito dentro daquilo que era proposto. Diria que o que torna Elderand especial é o quão bem feito são esses elementos que a gente colocou no game ", disse o desenvolvedor baiano durante o último episódio do podcast.
A pixel-art é sem dúvidas umas dessas coisas feitas extremamente bem no jogo. E o mais curioso é que o artista responsável pelo projeto nunca tinha trabalhado com jogos ou arte digital antes. Yata Andersen topou o desafio de Will e se afundou nos estudos dos pixels pra criar um mundo surreal e carregado de referências da arquitetura gótica e do horror cósmico. Cada mapa de Elderand foi feito a mão, sem nada procedural, e cada detalhe ajuda a contar a história desse mundo sombrio.
Os inimigos também são muito icônicos, com monstros que vão nessa pegada lovecraftiana do estranho e do visceral, como humanóides decepados e acorrentados à parede ou ratos gigantes cósmicos, até coisas mais surreais como uma "nave"?! em formato de T bem filme de horror e ficção científica de baixo orçamento.
O combate também busca ser distinto e variado. Você pode escolher entre espadas, chicotes, armas de longa distância e magias, misturando essas habilidades em novos combos específicos pra derrotar cada novo chefe. Tudo muito azeitado e funcional.
A história é deixada em segundo plano, acessada por aqueles jogadores mais curiosos em ler cada item, fuçar metro por metro de mapa e prestar atenção em todos os detalhes de cada ambiente. O foco mesmo é na exploração, ajudada por um gancho e uma investida, e no combate.
Elderand voou abaixo nos radares e nas redes brasileiras, mas precisa ser reconhecido como um dos grandes lançamentos de 2023. Enfim podemos experimentar esse mundo em desenvolvimento há quase uma década, vindo de tempos antigos antes mesmo da explosão dos metroidvanias. E tenho certeza que você não vai se arrepender de explorar esse universo cheio de dark fantasy.
Elderand já está disponível para PC via Steam e para Nintendo Switch. Se tudo der certo, o jogo deve ganhar um port para PlayStation e Xbox ainda em 2023.