gamescom latam mostra profissionalização da indústria, diz organizador
Primeira edição brasileira da maior feira de games do mundo acontece em junho
Com vários lotes de ingressos esgotados dois meses antes do evento, mesmo com poucas atrações de peso confirmadas, a gamescom latam começa a tomar forma, e o entusiasmo do organizador, Gustavo Steinberg, é notável. O Game On esteve no coquetel de lançamento da feira em São Paulo e conversou com o "cara" por trás da primeira gamescom latino-americana.
Steinberg não é um aventureiro de olho no mercado de games. Ele é o idealizador e produtor do BIG Festival, maior festival independente de games da América Latina - e que este ano, passará a acontecer dentro da gamescom latam (assim mesmo, com tudo em minúsculo) e para o executivo, o crescimento do evento é um reflexo da profissionalização da indústria de jogos na região.
"É perceptível um amadurecimento do negócio, totalmente perceptível a profissionalização", aponta Steinberg. "Já são doze anos acompanhando o desenvolvimento de jogos independentes aqui na região e não falo só por mim. Eu vou na GDC e a galera fala como melhorou", explica, citando a percepção das publicadoras estrangeiras sobre os jogos feitos no Brasil e na América Latina em exposição na Game Developers Conference, que reúne estúdios do mundo todo em San Francisco, nos EUA, no mês de março, e dita as tendências do setor.
"O pessoal 'tá voando, tem muito estúdio bom agora!", celebra o organizador da gamescom latam, que alerta: "Não é como se não tivesse antes, mas agora tem uma massa crítica de desenvolvedores com vontade de fazer e com oportunidades". Segundo Steinberg, além do BIG Festival, também há um trabalho constante da Abragames, a Associação Brasileira de Empresas Desenvolvedoras de Jogos Digitais, para atrair a atenção da indústria global para o que é feito na área no Brasil.
"Estamos chegando ao nível de qualidade do que tem no mundo inteiro, a gente está vivendo um momento bem especial", disse o executivo. "Eu estou fazendo a minha parte, agora depende dos desenvolvedores. É uma via de duas mãos. A indústria cresce porque a gente traz coisas, eles se desenvolvem e a gente continua crescendo, vamos acompanhando".
Para Gustavo, esse amadurecimento se reflete na atitude dos produtores independentes em relação ao evento. "Quando a gente se juntou ao Omelete, todo mundo falou que acabou tudo", lembrou o organizador, citando as queixas da comunidade sobre o BIG Festival se afastar de suas origens como festival independente para se tornar uma feira de games em moldes mais tradicionais, que poderia diminuir o espaço para criações mais artísticas e originais e se concentrar nos grandes estúdios globais e lançamentos 'mainstream'.
Esse tipo de crítica diminuiu após dois anos do novo BIG Festival, feito em parceria com os organizadores da CCXP, mas ainda existe. "Minha resposta continua a mesma. Vai lá ver o BIG Festival. Ele existe dentro da gamescom latam, voltou à origem, ele nasceu como um festival, foi crescendo e agora volta a ser um festival dentro do maior evento de games do mundo, na versão da América Latina".
Nove dos jogos brasileiros finalistas do BIG Festival já foram revelados e estarão todos disponíveis para serem jogados pelos visitantes da gamescom latam, que acontece entre 26 a 30 de junho, no São Paulo Expo, na capital de SP.
Quer ficar por dentro do mundo dos games e conferir artigos exclusivos como este em primeira mão? Assine a newsletter Extra Level do Terra Game On!
O evento também contará com campeonatos de esports, a presença de influenciadores do meio gamer e a participação de produtoras internacionais, como a Ubisoft (de Assassin's Creed e Star Wars Outlaws), CipSoft (de Tíbia) e uma live de abertura comandada por Tiago Leifert.