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Speedrun: Conheça os gamers que jogam rápido por uma boa causa

Organização Brazilians Against Time arrecada doações realizando maratonas de games

29 mai 2023 - 12h42
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Hugo Carvalho é o idealizador do Brazilians Against Time, maratona de speedrun que arrecada doações para causas sociais
Hugo Carvalho é o idealizador do Brazilians Against Time, maratona de speedrun que arrecada doações para causas sociais
Foto: BRAT / Divulgação

Apaixonado por jogos, Hugo Carvalho descobriu o speedrun alguns anos atrás, se encantou com o desafio de terminar games o mais rápido possível e, junto com outros entusiastas, transformou a diversão em uma forma de ajudar causas sociais.

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Conhecido na comunidade pelo nick Hugo4Fun, o cofundador da Brazilians Against Time (BRAT) descobriu as maratonas de speedrun em uma rede social, quando um amigo lhe mostrou um vídeo com quatro jogadores disputando quem terminava mais rápido o game Super Metroid.

"Era uma das primeiras GQD", contou Hugo ao Game On, se referindo ao evento anual norte-americano Games Done Quick, a grande inspiração para a BRAT. "Foi assim que descobri que existia speedrun, gente que joga para terminar os jogos rápido".

Por curiosidade, Hugo foi se inteirando sobre a comunidade, as regras do hobbie e, através do Facebook, descobriu que não era o único brasileiro que curtia speedrun. Alem de jogar videogame, Hugo é juiz de Magic: The Gathering, bem conhecido na comunidade do card game.

"Daí, quando fui participar das maratonas, divulgava para a comunidade do Magic, as lojas compartilhavam e o pessoal percebeu que eu tinha o alcance que eles precisavam", explicou. Quando Hugo voltou de um torneio do jogo de cartas nos EUA, decidiu aproveitar para dar o próximo passo. "Estava com uma grana boa, decidimos investir para criar uma marca e um evento brasileiro".

Há várias categorias de speedrun, mas reflexos afiados e conhecimento profundo do game é essencial em todas
Há várias categorias de speedrun, mas reflexos afiados e conhecimento profundo do game é essencial em todas
Foto: BRAT / Divulgação

Foram seis meses de planejamento, desenvolvendo a marca, uma mascote e no fim, quase foi tudo por água abaixo: "Um cara tentou roubar a marca. Ele furou todas as filas, deu spoilers cedo demais, deu a maior briga", contou Hugo. "Eu sai da comunidade, fui jogar na GDQ nos EUA logo em seguida. Chegando lá, conheci a galera com quem eu falava na internet, foram 10 dias maravilhosos".

Foi justamente o fundador da GQD, Mike Uyama, quem aconselhou Hugo a insistir no projeto brasileiro. "Vi que a comunidade lá não era diferente daqui. Ele me convenceu a insistir, nem que fosse sozinho, pelos eventos beneficientes", contou. "Eu chamei a comunidade brasileira em uma ligação lá dos EUA, falei que ia fazer acontecer e quem quisesse, podia vir comigo". Foi assim que nasceu a BRAT, em abril de 2016.

Jogando (rápido) por uma boa causa

As competições de speedrun são tradicionalmente ligadas à eventos beneficientes e causas filantrópicas, por causa do Games Done Quick, que é o maior evento do gênero, e serve como inspiração para ações de grupos em diversos países, como os eventos da Brazilians Against Time.

No começo, não era fácil convencer as próprias instituições do potencial do evento: "Nas primeiras conversas com instituições, batia uma incredulidade. Elas não acreditavam no que a gente ia fazer. A AACD só aceitou por que tivemos a indicação de outra pessoa que eles já conheciam".

Mas logo na primeira noite, a BRAT superou a descrença, "quebrando" o Paypal da AACD com tantas doações. "Batemos o limite do que eles podiam receber. Depois, as instituições começaram a procurar a gente", revelou Hugo, orgulhoso. "Já angariamos doações para os Médico Sem Fronteiras, para a APAE de São Paulo, atual Instituto João Clemente".

Atualmente, a BRAT organiza dois eventos beneficientes por ano, além de outras transmissões para suprir o desejo da comunidade por mais conteúdo. Os eventos filantrópicos acontecem na Páscoa e no Halloween.

Os jogos são selecionados pela equipe da Brat - hoje são nove administradores gerais, uma pessoa para cada área da organização, mas a escolha dos games que serão disputados é coletiva, a partir das inscrições que a comunidade manda para o grupo.

"O candidato a participar da maratona grava um gameplay dele, a gente assiste tudo e seleciona os participantes, 50 ou 60 de 200 inscritos. Há regras de tempo e outros critérios, além de categorias específicas, como zerar os jogos fazendo 100% ou enfrentando todos os chefes, por exemplo".

O que os fãs podem esperar para o Halloween desse ano? "Jogos clássicos como Super Mario, mas também gostaria de ver speedruns de Legend of Zelda: Tears of the Kingdom", contou Hugo, para quem o speedrun é um 'plus' do jogo: "Você aprende mais sobre o game que você gosta, enxerga as regras por trás dele, começa a ler a Matrix. Você vira o especialista do jogo!".

Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho da BRAT pode assistir as transmissões ao vivo no canal da organização na Twitch e també aos vídeos no canal no YouTube, BRAT Speedruns, onde estão gravadas todas as maratonas já realizadas pela Brazilians Against Time. Instituições que queiram entrar em contato com a organização, podem procurar os membros da BRAT diretamente no Discord.

Fonte: Game On
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