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XBox Kinect: funciona e diverte, desde que se tenha espaço

5 nov 2010 - 10h55
(atualizado às 10h56)
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A expectativa era grande: desde sua primeira apresentação, quando ainda era conhecido como "Projeto Natal", o XBox Kinect mexeu com a imaginação de todos, jogadores de games ou não. Afinal, será que a tardia resposta da Microsoft ao sucesso do Wii cumpriria a promessa de transformar nosso corpo no controle do console, eliminando a necessidade de joysticks, gamepads e wiimotes? Pois era isso que eu queria responder quando comprei o Kinect ontem de manhã, no dia do lançamento, apesar de meu lado cético achar que acabaria devolvendo o brinquedo para a loja.

Jogador pode comprar bote inflávil para jogar Kinect Adventures
Jogador pode comprar bote inflávil para jogar Kinect Adventures
Foto: Divulgação

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Como estava sem videogame em casa desde que me mudei para o Canadá, não podia comprar apenas o sensor Kinect, vendido aqui por 150 dólares, incluindo o jogo Kinect Adventures. Poderia ter pago 300 dólares pelo bundle com o XBox Slim "Arcade", aquele sem disco rígido, mas como queria ter o HD para o caso de acabar ficando com o console, optei pelo bundle mais completo, com o XBox Slim equipado com disco de 250 GB, pelo qual paguei 400 dólares. Como o console sozinho custa 300, o Kinect acabou saindo por 100 dólares. No Brasil, o acessório será vendido por R$ 599, mas só chega daqui a quinze dias.

Esta coluna é um relato das minhas primeiras impressões sobre o acessório, para saciar a curiosidade daqueles que, assim como eu, queriam saber se o Kinect funciona de verdade. Nas próximas semanas, à medida que for explorando melhor suas possibilidades e conseguir testar outros jogos, volto a abordar o assunto. Mas, por enquanto, para ninguém precisar ler o texto até o final, já adianto logo o veridito: o Kinect funciona sim, é divertido, mas tem alguns pontos negativos que podem ou não ter solução.

Logo depois de ligar o Xbox 360 com o sensor Kinect plugado no conector proprietário (inexistente nos consoles da geração anterior), é preciso realizar o processo de configuração e calibragem do acessório. Uma surpresa interessante é que a articulação entre a base do sensor e a barra horizontal onde ficam as câmeras é motorizada - ou seja, o Kinect consegue se movimentar para cima e para baixo por conta própria, em busca do melhor ângulo para monitorar seus movimentos. Ah, e provavelmente não é uma boa idéia mexer no ângulo de inclinação "à força".

Um videogame um tanto espaçoso

Durante a configuração, o primeiro sinal de que podemos ter problemas pela frente é a orientação para ficar a 1,8 metros de distância do sensor. Peraí¿ as salas dos apartamentos de classe média no Brasil não costumam ter mais de 3 metros de profundidade. Se você descontar o espaço do rack da televisão e do sofá, sobra a metade disso. Isso quer dizer que o Kinect não vai funcionar? Infelizmente, sim. Aqui em casa consegui contornar o problema colocando o sensor acima e ligeiramente para trás da TV, mas ainda assim o XBox avisa que estou muito perto e não deixa que duas pessoas joguem o Kinect Adventures ao mesmo tempo. No fim de semana vou tirar o sofá da sala de TV para ganhar espaço e continuar os testes, mas já deu para ver que esta limitação é bastante grave e, para muita gente, não terá solução.

Depois que consegui fazer o Kinect funcionar apesar do espaço reduzido, dei uma navegada pelas principais configurações e dicas para melhor funcionamento. Vale a pena ver seu próprio corpo identificado pelas câmeras do aparelho: semelhante a uma imagem infravermelha com linhas e círculos assinalando a posição dos braços, perna e cabeça, é a prova de que o Kinect realmente consegue acompanhar nossos movimentos. Com algumas restrições: se não estiver funcionando direito, as instruções sugerem mexer na iluminação da sala, tirar os móveis do caminho e até trocar de roupa! Tem até gente dizendo que o Kinect é racista, pois jogadores de pele escura não seriam apropriadamente reconhecidos.

A proposta de dispensar o uso de controles físicos foi levada tão a sério que, depois que se entra nos menus de navegação do Kinect, o gamepad do XBox deixa de funcionar. Em outras palavras: se você não se acostumar logo a comandar o videogame apenas movimentando as mãos, não vai conseguir nem iniciar jogo algum. Até para dar pausa e acionar o menu de controle durante uma partida o comando é por movimentos: deixando o corpo reto, com o braço direito junto ao corpo e o esquerdo a 45 graus.

Tive alguma dificuldade no início, em parte pela posição não totalmente adequada do sensor, e em parte porque ficava tentando usar as mãos ao lado do corpo, em vez de chegá-las para frente, como que apontando na direção dos botões que queria acionar na tela. Não sei se foi um resquício de minhas breves aventuras com a velha Live Vision, uma webcam com a qual também podíamos controlar um par de jogos, mas logo que percebi o que estava fazendo de errado a interface ficou bem mais fácil de usar.

Kinect Adventures: divertido, mas repetitivo

Superada a dificuldade com a interface, é hora de brincar com o Kinect Adventures, o título que acompanha todos os bundles do acessório. Supostamente composto por 20 modalidades (que, na realidade, são apenas cinco com algumas variações), o jogo deveria ser o cartão de visitas do Kinect, assim como o Wii Sports foi o embaixador do revolucionário console da Nintendo. Mas, talvez para não correr o risco de os consumidores ficarem tão satisfeitos com o jogo que não comprariam mais nenhum, Kinect Adventures acabou aquém do que deveria.

As cinco modalidades são uma espécie de rafting em bote inflável, um jogo com bolas que lembra um "breakout" humano, uma corrida de obstáculos em um carrinho sobre trilhos, uma brincadeira de estourar bolhas e a importante missão de tapar vazamentos de um tanque submerso. São joguinhos divertidos, que fazem muito bom uso dos recursos do Kinect e têm sacadas interessantes, como o "bater asas" necessário para alcançar as bolhas mais altas, mas depois da terceira ou quarta passagem pelo mesmo jogo, apenas em dificuldade maior, as aventuras começam a perder a graça. Não que o Wii Sports fosse muito diferente, mas a possibilidade de disputar com até quatro pessoas garantia a longevidade do jogo - no Kinect Adventures, só podem jogar dois ao mesmo tempo, e mesmo assim se você tiver bastante espaço na sala.

Por outro lado, quem quer se exercitar na frente da TV vai gostar de saber que dá para cansar os joelhos e até suar com a brincadeira. Pelo menos por enquanto, parece mais difícil de trapacear do que no Wii, em que era possível jogar tênis deitado no sofá, movendo apenas os dedos. E o Kinect Adventures tem sua dose de inovações, como a captura de fotos do jogador nos momentos mais desafiadores do jogo (só é bom tomar cuidado com o que você veste quando estiver jogando).

Além dessas fotos ridículas, o Kinect Adventures permite compartilhar, pelo site Kinect Share, suas "Living Statues". Estas rápidas animações gravadas ao completar cada fase só não são mais constrangedoras que as fotos porque nossos movimentos são usados apenas para animar os personagens, sem mostrar a imagem original. Dá para acreditar que um jornalista respeitável como eu teve que fazer a dancinha agora protagonizada por um esquilo gorducho, por exemplo? Decerto eu não teria coragem de publicá-la aqui ou no Facebook, como o Kinect Share sugere, se a minha cara toda suada estivesse aparecendo. Aliás, depois de toda a correria para comprar e testar o Kinect no dia do lançamento, acho melhor parar a coluna por aqui e tomar um bom banho¿ vai que o acessório tem algum sensor olfativo que eu ainda não identifiquei.

Fonte: Terra
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