O desânimo que reina nos investimentos mundiais em equipamentos de computação persiste há tanto tempo que a maioria das empresas desistiu de tentar prever uma recuperação, e se dedica agora a convencer seus clientes de que podem reduzir seus custos."Há uma pressão enorme sobre os diretores de tecnologia da informação para que cortem custos, e o que estamos tentando fazer é ajudá-los a suportar essa pressão", disse Adrian von Hammerstein, presidente da Fujitsu Siemens, à Reuters, durante a feira de tecnologia CeBIT, hoje.
A Fujitsu Siemens, quarta maior fabricante de computadores pessoais do mundo, está otimista quanto à possibilidade de que sua concentração em sistemas enxutos de tecnologia de informação para empresas a ajude a crescer mais rápido do que a média do mercado.
O grupo de pesquisa Gartner anunciou no mês passado que antecipava aumento de 7,9% nas vendas mundiais de computadores pessoais em 2003, para 138,7 milhões de unidades, à medida que se aproxima o fim da vida útil do equipamento adquirido para enfrentar o bug do milênio, em 2000.
Mas ninguém contesta que as perspectivas de mercado continuam obscurecidas pelo duplo espectro do crescimento econômico lento e da extrema incerteza política gerada pela perspectiva de uma guerra no Iraque.
A Advanced Micro Devices (AMD), segunda maior fabricante de microprocessadores para computadores do mundo, anunciou recentemente que não via sinais do há muito esperado novo ciclo de substituição de computadores nas empresas.
Apesar dos computadores continuarem como um importante parte do negócio da Fujitsu Siemens, Von Hammerstein afirmou que o foco da companhia está firmemente posicionado sobre projetos para ajudar grandes empresas a reduzirem custos com a melhoria da eficiência de seus sistemas.
"Nós estamos nos concentrando em consolidação de tecnologia da informação porque isso é onde os clientes percebem um retorno rápido sobre o investimento", disse o executivo.
Consolidação da tecnologia da informação é integrar computadores menores dentro de um único sistema que pode ser operado a custo baixo.
O grupo, que gera quase metade de suas receitas de clientes corporativos, está buscando novos "servidores virtuais" capazes de permitir aos computadores alocarem seu poder de processamento de maneira mais eficiente, melhorando a eficiência de aplicações.
A Fujitsu Siemens está contando com a estratégia de foco em redução de custos para convencer potenciais clientes relutantes a investirem em caros e novos projetos de tecnologia da informação, enquanto a economia global continua desanimada.
A Fujitsu Siemens, joint-venture entre a Fujitsu do Japão e a Siemens DE> da Alemanha, espera obter um lucro anterior a impostos de 4 milhões de euros em seu ano fiscal que se encera em 31 de março, retorno magro sobre um faturamento de cerca de 5,35 bilhões de euros.
Mas Von Hammerstein disse que o lucro operacional de 56 milhões de euros (US$ 60,9 milhões) era uma boa base para crescimento, e que a empresa não estava sofrendo pressão exagerada da Fujitsu ou da Siemens, que não estabeleceram metas de lucros duras para suas principais divisões.
"Ambos os acionistas estão interessados em melhorar o quadro de lucros e é esse exatamente o nosso objetivo", disse o executivo.