A empresa sul-coreana de eletrônicos Samsung decidiu fechar a fábrica no Brasil de seu setor de Eletro-Mecânica, responsável pela produção de componentes para TVs e monitores, dois anos após ter anunciado investimentos de até US$ 100 milhões na unidade.A empresa afirmou que a decisão faz parte do planejamento estratégico que prevê a transferência da produção de bobinas defletoras (usadas em tubos de imagens) da Eletro-Mecânica, localizada na Zona Franca de Manaus, para a fábrica de tubos de imagens e displays de celulares do grupo Samsung no Brasil, SDI, localizada na mesma cidade.
"Todos os 246 funcionários serão demitidos e automaticamente recontratados pela SDI", afirmou o gerente de recursos humanos da Eletro-Mecânica, Rubens Wilkens Paez.
Quando foi inaugurada no país, em março de 2001, a Eletro-Mecânica tinha uma previsão de produzir 3,6 milhões de bobinas até 2004. A fábrica será fechada hoje depois de ter atingido uma produção mensal de 100 mil a 110 mil bobinas e faturamento de US$ 1,1 milhão por mês, informou Paez à Reuters.
A Eletro-Mecânica tinha como cliente a própria SDI, que consome atualmente de 300 mil a 350 mil bobinas por mês, disse Paez, acrescentando que além da transferência dos funcionários, as máquinas e os equipamentos serão vendidos para a unidade da Samsung.
A empresa continuará mantendo um escritório independente em São Paulo para a comercialização no Brasil de componentes que seriam fabricados pela Eletro-Mecânica antes do fechamento da fábrica, como sintonizadores de televisão, teclados, mouses, capacitores e resistores. Atualmente, os componentes são produzidos nas nove fábricas da Samsung no mundo.
"Até segunda ordem, estão mantidos a previsão de investimentos de US$ 100 milhões até 2005 na fabricação de componentes, que passa a ser feita pela SDI", informou o gerente de controladoria da Samsung Eletro-Mecânica da Amazônia, Miguel Oliveira.
Além da Eletro-Mecânica e da SDI, a Samsung no Brasil tem a Samsung Electronics, que fabrica em Manaus discos rígidos para computadores, além de telefones celulares e monitores acabados, e que faturou no ano passado US$ 500 milhões, ante vendas de US$ 320 milhões em 2001.