Quando o operador de rádio Colum Keating tinha problemas de equipamento em seu submarino nuclear de ataque rápido nos anos 70, ele os consertava sozinho ou sofria as conseqüências.Mas essa abordagem autônoma está se tornando mais difícil hoje em dia, à medida que aumenta a complexidade tecnológica dos equipamentos.
"A tecnologia se triplicou ou quadruplicou com relação ao passado", diz Keating, antigo marinheiro hoje reformado das forçar armadas norte-americanas.
Por isso, os soldados dos Estados Unidos dependem agora de especialistas em apoio tecnológico, que vão ao campo de batalha monitorar e acompanhar os mísseis e equipamentos eletrônicos dispostos a bordo, ou respondem perguntas pelo telefone do outro lado do mundo.
A ajuda extra provavelmente será crucial caso os Estados Unidos liderem um ataque contra o Iraque. Os Estados Unidos e o Reino Unido têm no momento cerca de 250 mil soldados na região do Golfo Pérsico, prontos para um confronto com o Iraque devido às supostas armas de destruição em massa do governo de Bagdá. O Pentágono deslocou para a região bombardeiros B-2 invisíveis ao radar para ajudar em qualquer conflito, bem como cerca de uma dúzia de navios capazes de disparar mísseis.
A Lockheed Martin envia representantes técnicos a Fort Bragg, Carolina do Norte, e outras bases para ajudar com o sensor de visão noturna TAD que ela produz e é empregado nos helicópteros de ataque Apache dos Estados Unidos. Quando as aeronaves se deslocam para outras bases, os técnicos os acompanham aonde quer que vão.
"Precisamos de alguém que garanta a prontidão do sistema, que garanta que está pronto para o combate e para desempenhar sua missão", disse Tom Jurkowsky, porta-voz da Lockheed.
A Raytheon, principal responsável pelos mísseis antiaéreos Patriot PAC-3, disse que tem um representante junto a cada unidade equipada com os PAC-3 que esteja em campo. O sistema usa tecnologia avançada para destruir mísseis inimigos.
E evidentemente há o onipresente sistema de assistência técnica por telefone.
A Itronix, produtora de computadores e outros aparelhos portáteis de alta resistência para acompanhar movimentos de tropas e inimigos, mantém um serviço telefônico funcionando 24 horas por dia em Spokane, Washington, para seus clientes militares e civis.
Mas continua a haver problemas que nem os mais experientes técnicos conseguem resolver.
Certa vez, em missão, Keating e sua tripulação ouviam um ruído persistente a bordo de seu submarino. Ninguém conseguia localizar a causa ou fonte, de modo que a embarcação voltou a Guam para reparos.
O problema: uma xícara de café plástica pulando de um lado para outro na torre de comando.