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Web Services: promessa ou realidade?


B2B Magazine
O setor de tecnologia tem sido, nos último tempos, um inigualável criador de siglas, tendências, modelos de negócio etc. A insaciável necessidade de inovação (e conseqüente geração de receitas) do setor faz com que a vida dos executivos de TI e, em certa medida dos demais executivos da organização, esteja sempre repleta de dúvidas e de decisões que, em muitos casos, têm pouco a ver com o negócio em si.

Assim sendo, é natural que as novidades do setor sejam sempre encaradas com alto grau de desconfiança e ceticismo. Esse cenário não é diferente com os chamados Web Services.

De um lado têm-se fornecedores vendendo essa nova tecnologia como a solução mágica para todos os problemas. No outro extremo, usuários que se julgam vacinados contra os movimentos dos fabricantes e acreditam que tudo não passa de puro marketing.

Como em muitos casos, o atual estágio dessa tecnologia está em algum ponto entre os extremos e merece uma análise mais aprofundada.

Como ponto de partida, tem-se alguns fatores que motivam o desenvolvimento dessa tecnologia:

- Demanda por computação distribuída: A necessidade de sistemas interconectados e em tempo real implica na comunicação entre máquinas. Essa comunicação deve ser feita não só dentro da empresa mas também entre diferentes sites. Esse requisito, todavia, impõe restrições à utilização de tecnologias já difundidas para computação distribuída.

- Necessidade de integração de diferentes plataformas: A multiplicidade de plataformas e linguagens de desenvolvimento impõe que seja criado um padrão neutro e que permita aos diferentes sistemas comunicarem entre si.

Nesse sentido, foi criado o SOAP (Simple Object Access Protocol), o protocolo básico para a construção dos Web Services. Baseada em XML e nos protocolos de transporte da Internet (notadamente HTTP), essa tecnologia apresenta grande simplicidade e padronização.

No estágio atual, grande tem sido o esforço dos fabricantes para disseminar a tecnologia. A Microsoft, por exemplo, a adotou como base de sua plataforma .NET. IBM. Oracle e SUN, entre outros, também não ficam atrás no lançamento de produtos e soluções para essa tecnologia.

Assim, Web Services é definitivamente um item que está em pauta e que deve ser avaliado com critério pelas empresas. Trata-se de um mecanismo para expor diferentes funcionalidades de um sistema qualquer na WEB, permitindo que pessoas e aplicativos possam se comunicar.

Contudo, é necessário ressaltar que se trata de uma tecnologia em desenvolvimento e, portanto, em fase de amadurecimento.

Alguns pontos ainda estão em aberto:

- Embora exista um grande esforço em andamento, ainda não existe um padrão para segurança (autenticação e autorização de operações) em web services.
- Não está claro ainda qual a classe de problemas melhor se adapta aos web services. Os mais críticos dizem que a sua excessiva simplicidade implica em uma categoria de problemas menos sofisticados (atualmente não se tem, por exemplo, o conceito de transação).
- A infra-estrutura das empresas pode ainda não estar preparada para os web services. Atualmente os sites suportam interações entre usuários e máquinas. Com a adoção dos web services as interações serão entre máquinas, implicando em um padrão de tráfego totalmente diferente.
- A tecnologia padronizou todo o mecanismo para troca de informações, contudo para se ter uma verdadeira integração global, será necessário que se tenha uma padronização da semântica dessas informações.

Web services é um tópico relevante e que deve ser analisado com atenção, Atualmente já resolve, principalmente no âmbito da organização, uma série de problemas de integração mas tem ainda pela frente alguns obstáculos antes de atingir a sua maturidade.

Claudio Prado é CEO da Pulso Tecnologia

Claudio Prado

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