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Cobrar por conteúdo na Internet ainda é tarefa difícil


Como se consegue que as pessoas comecem a pagar por coisas que antes recebiam de graça? As empresas de mídia na Internet enfrentam dificuldades com essa questão, e provavelmente continuarão a ter problemas quanto a esse assunto dentro de dois anos.

A Jupiter Research, empresa de pesquisas sobre a Internet, informou em relatório divulgado ontem que os consumidores gastarão US$ dois bilhões em conteúdo pago em 2003, 30% a mais que no ano passado, mas a publicidade online continua a ser a melhor maneira de fazer dinheiro para a maioria das companhias de mídia na Internet.

Embora os investimentos publicitários online devam atingir quase US$ 14 bilhões em 2007, ante US$ 6,2 bilhões em 2003, a receita com o conteúdo pago deve ficar em apenas um terço desse total, chegando a US$ 5,4 bilhões até 2007, informa a Jupiter em seu relatório.

"Os consumidores estão lentamente abrindo as carteiras para obter conteúdo pago", disse David Card, diretor de pesquisa da Jupiter. "No entanto, pelo menos durante os próximos 18 a 24 meses, a maior parte das empresas de mídia online deve gerar entre 60% e 70% de sua receita com publicidade."

Os US$ dois bilhões em faturamento previstos para o conteúdo pago na Web este ano se dividem por cerca de uma dúzia de categorias, de notícias a esportes, passando por saúde e conteúdo adulto, o que torna difícil para qualquer empresa isolada obter uma fatia significativa desse montante, segundo a Jupiter.

Em conferência organizada pela Jupiter em Nova York, alguns executivos de mídia online disseram que avanços tecnológicos eram necessários antes que as pessoas se dispusessem a pagar mais por notícias online.

"Há muita coisa disponível de graça na Internet. Temos de esperar até que o panorama se limpe. Quando os mais fracos fecharem as portas, nós obteremos sua audiência e então poderemos cobrar", disse Michael Rogers, editor e gerente-geral da Newsweek Interactive. "A tecnologia é primitiva demais para a espécie de serviço pelo qual gostaríamos de cobrar."

Reuters

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