 G4 QuickSilver: Velocidade Máxima Não é à toa que, em plena crise da indústria de informática, a Apple consegue apresentar bons resultados. Grande parte dessa crise se deve ao fato dos usuários não precisarem de máquinas mais rápidas, por mais que a Intel e os fabricantes de PC digam o contrário. A Apple foi esperta em definir como um de seus mercados prioritários o de vídeo digital. Na hora de processar e codificar vídeo, mesmo o mais possante dos computadores atuais ainda é uma carroça.
 Com isso na cabeça, fica fácil entender porque dos três modelos de Power Mac G4 lançados pela Apple em julho, dois trazem embutido o SuperDrive, capaz de gravar DVD-R. Mesmo custando alguns milhares de reais a mais que um pobre mortal está disposto a pagar por um computador, eles valem o que pesam para uma produtora de vídeo. Poder codificar seus vídeos em dez horas em vez de catorze, é um ganho de produtividade que compensa o investimento. Tivemos a oportunidade de testar duas das novas máquinas: o modelo de 733 MHz e o de 867 MHz. Ficou faltando justamente o topo de linha, o dual de 800 MHz. Essa com certeza a máquina que vai cair no gosto do povo de vídeo, pois o Final Cut Pro tira um ótimo proveito do duplo processamento, como atesta nosso teste comparativo com um dual de 533 MHz.
 O visual mantém o formato dos anteriores, só que mais refinado. A frente foi redesenhada, com gavetas ovais e o falante agora está à mostra, sem o tradicional "ralinho", o que só deve fazer bem ao som. O gabinete é de um branco metálico, quase prateado, muito próximo à cor do novo iBook. As alças são totalmente transparentes, sem o friso dos modelos atuais. Em termos de arquitetura, quase nada foi mudado. Três baias internas e uma meia-baia com acesso frontal para Zip drive. Quatro slots PCI e bus de sistema de 133 MHz. A aceleracão gráfica traz boas novidades. Demonstrando que a ATI realmente perdeu seu prestígio junto a Apple, todos os três modelos vêm com placas de vídeo Nvidia em seu slot AGP 4x. Os dois modelos mais baratos trazem uma GeForce2 com 32 MB de RAM. O topo de linha vem com a mesma placa, só que com 64 MB de RAM e o recurso Twin View, que permite ligar dois monitores (combinando um único desktop em duas telas), desde que um deles seja VGA e o outro ADC (como os novos monitores Apple). Uma terceira placa, a GeForce3, está disponível como opcional no site americano da Apple, mas não será vendida no Brasil.
 Além dos megahertz a mais, os novos chips trazem uma boa novidade, responsável por boa parte dos ganhos de velocidade, um cache Nível 3 de 2 MB rodando a 25% da velocidade do chip. Os modelos anteriores tinham apenas 1 MB de cache Nível 3. Com um cache desse tamanho, o processador tem acesso mais rápido a instruções recentemente utilizadas. Isso deve acelerar principalmente tarefas de processamento intensivo como captura de áudio e vídeo, compressão de vídeo, render 3D e filtros de Photoshop.
 A boa notícia é que os Power Macs nunca estiveram tão rápidos. A má é que nunca estiveram tão caros. A alta do dólar pegou a Apple em cheio e praticamente eliminou a evolução dramática de preço/performance que a nova linha representou nos EUA. Em reais, os Power Macs ficaram cerca de 30% mais caros. Já em dólar, o preço é praticamente o mesmo de quando a linha anterior chegou ao Brasil, no começo do ano. Ou seja, não são os Macs que ficaram mais caros, nós é que ficamos mais pobres. Na nova linha QuickSilver, a opção mais barata é o G4 de 733 MHz (R$ 7.300) que tem praticamente as mesmas características do antigo 733, só que com gravador de CD no lugar do SuperDrive, sem cache nível 3 e um disco mais lento (5400 RPM). Essa é a máquina para usuários profissionais que trabalham com tratamento de imagem, editoração eletrônica, enfim, tudo que não for relacionado com vídeo. Na verdade, o preço de se produzir um DVD no Mac até baixou. Por um preço um pouco menor que o do antigo Mac topo de linha é possível adquirir um novíssimo Power Mac 867 MHz (R$ 11.638). Pela bagatela de R$ 16.869,você adquire um Mac com dois chips de 800 MHz (que fazem muito mais sentido com o Mac OS X, que é capaz de dividir tarefas entre os dois processadores), o SuperDrive, HD de 80 GB e a placa NVidia GeForce2 MX com 64 MB e TwinView, duas saídas de vídeo que permitem conectar um monitor VGA e outro ADC (Apple Diplay Connector) ao mesmo tempo. Com os Power Macs Quicksilver, a Apple se mantém na vanguarda da autoria em DVD. No mundo PC, vários fabricantes já estão incluindo drives de DVD-R em suas máquinas, mas nenhuma chegou perto do desempenho e da facilidade de uso da dupla G4 + iDVD. Um estudo feito pela NTSL (empresa americana especializada em testes de produtos de informática) comparou o PowerMac G4 com iDVD e o Compaq Presario 7000 com DVD IT!, ambos utilizando o drive de DVD-R da Pioneer. O resultado foi o G4 gravando um DVD em quase a metade do tempo que o PC levou para gravar o seu. Em média, o iDVD codifica um filme na razão de 4:1, isto é, quatro minutos para gravar um minuto de vídeo. E a Apple ainda tem o DVD Studio Pro (ver resenha na Macmania 86) para quem quer criar DVDs realmente profissionais. Interessados em fazer autoria de DVD que não pretendem vender o carro para entrar nesse mercado podem optar em comprar o SuperDrive da Pioneer,também conhecido como Pioneer A03. A Optical Memory (11-255-2616), vende este drive por US$ 1.299. Voce pode trocar o drive de DVD ou CD-ROM de um G4 antigo por ele. O que pouca gente sabe, é que o SuperDrive não serve apenas para gravar filminhos. Ele pode ser também uma ótima solução para becape. Com o Toast 5, da Roxio, é possível queimar DVD-Rs de dados, que podem ser lidos em qualquer Mac com drive de DVD. Com 4,7 GB e custando cerca de R$ 60, o DVD-R ainda perde para o CD-R em termos de custo por megabyte. Mas a tendência é o custo da mídia baixar. Isso e a vantagem de poder ter quase 5 gigas armazenados em um único disquinho provam que o SuperDrive é o futuro. Só falta baixar o preço.
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Rápidos, poderosos, expansíveis, gravam DVD como ninguém.
Caros, cada vez mais caros
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