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InDesign: o fim do Quark?
Adobe lança seu "Quark Killer" na Seybold
Depois de quatro anos de desenvolvimento, a Adobe lançou na Seybold,
evento de editoração eletrônica ocorrido em Boston, o InDesign 1.0 (conhecido
antes pelo codinome K2), programa de DTP com o qual pretende competir
com o Quark no mercado profissional. Segundo John Warnock, chairman e
fundador da Adobe, o InDesign é um programa modular, scriptável, com dicionários
e hifenação em diversas línguas (inclusive português brasileiro) embutidos.
Umas das características mais importantes do programa é sua modularidade
(o aplicativo sozinho cabe em um disquete), proporcionada por um código-fonte
orientado a objeto e utilizando uma extensa arquitetura de plug-ins. Em
outras palavras, isso significa que acrescentar novas capacidades ao InDesign
é fácil. Para se ter uma idéia, 90% de suas funcionalidades está disponível
através de API e 80% pode ser scriptável via AppleScript. Isso é um argumento
precioso para conquistar os usuários de Quark, muitos dos quais utilizam
scripts customizados para automatizar páginas com layouts complexos e
ligar o programa a banco de dados. No entanto, não se sabe o quão compatível
é o dicionário AppleScript do InDesign com o do seu rival.
O InDesign promete importar diretamente arquivos do QuarkXPress,
mantendo as guias e frames em suas posições originais. O suporte a XTensions,
que era para ser uma das bandeiras do InDesign, não foi incluído na versão
final. A Adobe pretende trabalhar com os programadores que desenvolvem
XTensions para que eles criem plug-ins para o InDesign, idéia que já conta
com o respaldo de várias empresas. Um set de teclado, com os atalhos do
QuarkXPress, também deverá ser incluído no InDesign.
Programa modular
O InDesign importa facilmente arquivos de Illustrator e de Photoshop,
possibilitando realizar algumas funções básicas, como editar clipping
paths e mudar o preenchimento (fill) de arquivos EPS. Assim, pode-se agilizar
muitas funções que, antes, exigiam o vaivém do operador entre os diferentes
programas. Além disso, o InDesign permite transformar fontes em desenhos
vetoriais, exportar HTML, criar style sheets de parágrafos e caracter,
além de exportar arquivos PDF sem a necessidade do Acrobat Distiller.
Para facilitar a vida de quem já trabalha com outros produtos
da Adobe, a interface do aplicativo é bastante semelhante às do Photoshop
e Illustrator. Aliás, os atalhos de teclado seguem o padrão dos produtos
da empresa.
Quando e quanto
O programa deverá ser lançado no meio do ano, para Mac e PC simultaneamente.
Curioso foi que, na apresentação, a Adobe usou as duas plataformas para
demonstrar o InDesign, só que as estações Silicon Graphics com NT deram
pau direto, para delírio dos macmaníacos presentes. O preço no mercado
americano será de US$ 699. Usuários de PageMaker poderão adquirir um upgrade
para o InDesign por US$ 299.
A Adobe espera em dois anos tornar o InDesign uma ferramenta básica
para os profissionais desse mercado. Entre as primeiras empresas que devem
usar o produto está a Time, que planeja testar o programa na revista Fortune,
para então implementá-lo em toda a empresa.
A reação da Quark a tudo isso foi imediata. Tim Gill, chairman
da empresa, revelou que já está a caminho o QuarkXPress 5.0, que irá também
exportar arquivos PDF sem o Distiller, mas não disse quanto vai custar
nem quando vai ser lançado. A Quark procurou seduzir empresas de grande
porte com seu Digital Media System, uma ferramenta de workflow para produção
de conteúdo gráfico e digital baseada em servidores NT e Solaris. Abalada,
a Quark promoveu uma reestruturação que incluiu demissões de executivos
importantes.
A Adobe não pára
Além do InDesign, a Adobe anunciou outros produtos. O PressReady
(US$ 149) é um RIP PostScript 3 para impressoras jato-de-tinta. Apenas
citado rapidamente na palestra, o software poderá ser uma boa saída para
designers e publicitários utilizarem impressoras baratas em provas de
cor e layouts. Ele, a princípio, deve funcionar com algumas impressoras
Epson (Stylus 800, 850, 1520) e HP (DeskJet 895C, 1120C e 2000C).
Anunciado algumas semanas atrás, o Acrobat 4.0 apareceu pela primeira
vez em público durante a Seybold. A principal novidade está na possibilidade
de editar arquivos em PDF.
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