Adobe InDesign

Conheça o programa feito sob medida para acabar com a festa do QuarkXPress

Chegou a hora. A Adobe, há anos colhendo os frutos de suas conquistas históricas (a linguagem de impressão PostScript e um tal de Photoshop), há tempos sem lançar algo realmente inovador, agora vem com tudo para cima do QuarkXPress. Está chegando o novo programa de DTP profissional da empresa, conhecido pelo codinome K2 e batizado com o nome não muito inspirado de InDesign.

O lançamento oficial está previsto para algum momento do segundo semestre deste ano. Em vez de apostar numa garibada no olvidado PageMaker ou no vetusto FrameMaker, a Adobe criou do nada um programa que pretende ser a última palavra em modernidade em técnicas de programação e recursos, livre das amarras e deficiências estruturais históricas dos seus antecessores.

Além, é claro, de fazer alguma sombra sobre a Quark, que nos últimos anos deitou-se sobre os louros e visivelmente não se esforçou para modernizar o seu carro-chefe - cheio de anacronismos, mas que vende do mesmo jeito, por se constituir praticamente num monopólio. (Para ter uma prova de que a Quark acusou o golpe, leia o Tid Bits da nossa edição anterior.)

Um novo paradigma

O pulo do gato do InDesign é a arquitetura do software, pulverizado em um pequeno programa-núcleo e algumas dezenas de plug-ins responsáveis por diversas funções, desde as mais básicas até as mais remotas. Um bom exemplo desse estilo de aplicativo é o Illustrator 8.0, também composto de várias partes inter-relacionadas. Mas o InDesign leva isso às últimas conseqĊ¸ências.

A idéia por trás dessa arquitetura é permitir que o InDesign seja mais fácil de programar e mais adaptável às necessidades de qualquer utilização pretendida pelos usuários.

Para que a estratégia realmente dê certo, é pressuposto que deva haver um grande número de desenvolvedores criando plug-ins para o InDesign (como já ocorre com sucesso com o Photoshop). Uma vez disponíveis, espera a Adobe, os plug-ins de terceiros deverão permitir um grau de personalização do programa que seria impensável no estilo antigo de programar, estendendo de forma dramática o seu público potencial.

PDF nativo... enfim

Outro ponto fundamental do InDesign é a compatibilidade direta com o formato de arquivo PDF (Acrobat), que é universal, multiplataforma e já bastante utilizado, tanto no Mac quanto no PC.

Um documento salvo em PDF pelo InDesign pode ser visto em qualquer outro computador que não o tenha, via Acrobat Reader (que é gratuito), o que é uma vantagem para quem quer publicar documentos de papel pela Web. Como o InDesign salva os PDFs diretamente, não é necessário salvar cada página em EPS para então convertê-la em PDF via Acrobat Distiller. As mesmas opções de arquivo do Distiller aparecem quando você vai exportar um documento para PDF.

Coletando bem coletado

O fato de os PDFs conterem absolutamente todas as informações necessárias para serem vistos ou impressos em qualquer dispositivo, incluindo as próprias fontes, elimina o maior problema na transmissão de arquivos entre plataformas: a famosa e maldita "troca por Courier".

Para quem preferir usar o formato nativo do InDesign, a função Package (coletar arquivos para enviar ao bureau, equivalente ao Collect for Output do Quark) também coleta as fontes.

O Quark não coleta as fontes, o que dá a chance de você se esquecer de enviá-las ao bureau, atrasando ou estragando o serviço.

Interface padrão

Além do suporte nativo ao PDF, o InDesign permite abrir e editar desenhos do Illustrator e aceita imagens do Photoshop no formato PSD. Some-se a isso as interfaces extremamente similares entre os três programas e temos um ambiente de trabalho bastante uniforme. Somente uma diferença básica e importante marca o InDesign: a possibilidade de reprogramar os atalhos de teclado (comando File-Edit Shortcuts), o que é inédito da parte da Adobe.

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